I - Kankuro

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GAARA

Depois que Lee foi embora, Gaara chorou por horas. Depois ficou em seu quarto, e chorou por mais três dias. Kankuro tentou cuidar dele sozinho. Todos os dias levava água e comida, e insistia para que ele comesse. Gaara mal tocava. Kankuro estava a ponto de telefonar para Temari e pedir ajuda quando no quarto dia, ao acordar, deu de cara com Gaara na cozinha. Estava usando um roupão, com os olhos ainda inchados e um pouco vermelhos, mas sem lágrimas. Ele preparava um café, e disse a seu irmão:

- Bom dia Kankuro. Quer café?

Kankuro ficou espantado, e ao mesmo tempo feliz. Achou que Gaara nunca mais fosse parar e chorar.

- Bom dia irmão. Fico feliz que tenha saído do quarto.

- Sim, eu preciso trabalhar. Afinal, ainda sou o Kazekage.

Gaara sorria para o irmão, como se quisesse mostrar que estava bem. Mas seus olhos não enganavam Kankuro. O olhar de Gaara era triste. Como se tivesse perdido algo muito precioso. E realmente havia perdido. Gaara perdeu mais do que o amor, perdeu parte do próprio coração.

Os irmãos terminaram o café em silêncio. Gaara foi para o quarto se arrumar para o trabalho, e quando voltou estava muito diferente. Gaara usava uma tûnica vinho, perfeitamente passada e alinhada. Na cintura, levava o cinto com sua pequena cabaça de areia, e seus cabelos estavam penteados. Kankuro ficou muito espantado. Nunca tinha visto Gaara tão bem arrumado, e tampouco com os cabelos penteados! Ele colocou sua franja do lado direito, e nenhum único fio estava fora do lugar. Mas, o que mais espantou Kankuro, foram seus olhos. Os olhos de Gaara agora não estavam mais vermelhos, e também, não tinham mais o mesmo brilho. Eram frios e fundos. Até pareciam menos verdes do que de costume. Kankuro preferiu não dizer nada, só se levantou, e foram trabalhar.

Konoha Garden - Livro 2: Folhas (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora