Capítulo 54

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Minhas mãos não aguentam mais digitar, tomar a responsabilidade dessa tarefa para mim não deveria ser tão difícil a essa altura do campeonato. Escrever por horas sobre o mesmo assunto é chato demais, eu diria que é até estressante lidar com tantas pendências em tão pouco tempo.
- não sabia que teria de dividir você com o trabalho até na sexta feira á noite.
A voz da ruiva me faz automaticamente parar meus dedos e me virar para olhar em direção da porta, testemunhar mais uma vez o quanto ela é linda até mesmo usando um vestido simples de verão. Sorrio devagar, aproveitando cada segundo para reparar em todo o conjunto de qualidades que descrevem Mia Parker Collins. Cada centímetro dela exala inocência, a forma com que juntas as mãos antes me olhar de forma quente ao andar até mim mostra o quanto ela não tem a mínima noção do efeito que me causa.
- pode me distrair quando quiser ruiva.
Giro minha cadeira em poucos graus, apenas o suficiente para que ela me surpreenda ao se sentar em meu colo, deixando as pernas uma de cada lado do meu corpo, o vestindo subindo um pouco enquanto ela se ajeita. Passo a língua devagar pelos meus lábios, já pensando se ela deixaria que eu beijasse toda a extensão de suas lindas pernas.
- sabe o que vai acontecer se continuar se mexendo assim, não sabe ? - serro os olhos para ela, adorando que a mesma esteja disposta a brincar com fogo.
Ah ruiva ! Não brinque assim comigo.
- não, eu não sei. Que tal você refrescar a minha memória.
Cheque mate !
E isso era tudo o que eu precisava ouvir. Ataco sua boca, sentindo gosto suave da menta em seus lábios. Levo minhas mãos até sua cintura, abraçando a mesma de forma feroz, disposto a dar o meu melhor para dar a ela todo o prazer que merece. Trato de beijá-la como não houvesse amanhã, deixando sua cintura enfim para agarrar a bainha de seu vestido para puxá-lo para cima. A lingerie escura tem um contraste incrível com a cor de sua pele, a renda deixa tudo tão sensual ao ponto de fazer com que eu me levante com ela no colo e vá em direção a cama. Ouvir os suspiros desesperados dela é como música para os meus ouvidos, ver suas pupilas tão dilatadas pelo fogo que consome seu íntimo só me deixa mais instigado a provoca-la.
- sabe, eu poderia beijar cada pedacinho seu. - me abaixo devagar, tocando seu abdômen com a boca levemente e ali, deixando um beijinho. - te deixar com tanta vontade ao ponto de você não se reconhecer amanhã quando acordar.
A puxo para mais perto, adorando ouvir sua respiração ficar desenfreada , totalmente perdida.
- eu quero que faça comigo exatamente o que sua mente imagina. - sussurro em seu ouvido, perto o suficiente para notar o arrepio correndo sua pele. - prometo me dedicar ao máximo para realizar suas fantasias mais secretas meu amor.
Mia engole seco, a expressão um pouco desnorteada, eu diria que até perdida em todas as sensações que a cercam. Perdida em todas as sensações que eu causo em seu lindo corpo. Enquanto espero a mesma se adaptar ao momento continuo minha trila de beijos, pegando o maxilar primeiro e depositando ali todo o meu desejo, tendo seu pescoço como o próximo ponto para garantir então que meu objetivo seja alcançado. Sentir seu corpo se inclinar para cima tentando se encostar mais um pouco no meu é o sinal que eu precisava. Mia está finalmente pronto para comandar toda a brincadeira.
- espero que não se arrependa disso.
Ah meu amor, te deixar no comando é só a primeira das minhas fantasias essa noite.
- não vou ruiva, agora fique a vontade. Andrew Grayson está a sua disposição.
Tê-la por cima de mim é como morrer e ser puxado para a vida um milhão de vezes, ver seu ritmo perfeitamente sintonizado com o meu faz com que a tarefa de a levar até o céu se torne um pouco mais complicada. Caralho, ela tinha mesmo que mexer desse jeito ? Me levar a loucura está sendo muito divertido pela expressão dela ! Aperto firme suas coxas, a pele macia quase escapando pelas pontas dos meus dedos. Os lábios dela estão entreabertos, noto quando a mesma arfa de um jeito tão sensual que acaba com o meu auto controle. Me impulsiono para frente, a envolvendo em meus braços para inverter as posições. Mia finca as unhas em meus braços logo após eu me enfiar novamente dentro dela, os cabelos vermelho alaranjados despejados sobre meu travesseiro a deixam ainda mais sexy do que já é. Respiro sem nenhum tipo de calma, deixando meu corpo se mover apenas para trazê-la para perto como nunca antes.
E por Deus, eu morreria sem ter seu cheiro em meus lençóis.
Observar seu rosto sereno enquanto dorme em plena madrugada me torna um discreto admirador de sua beleza única, poder me perder várias e várias vezes ao contar todas as sardas de seu rosto é privilégio se visto da maneira correta. Eu nunca a vi sussurrar ou falar enquanto dorme, nunca presenciei a ruiva sequer mudar sua posição do corpo durante o sono, o que me faz pensar que até mesmo em sonho ela é tranquila. A pouca luz que entra no quarto é proveniente da lua em seu pico mais alto, banhando o corpo adormecido da Mia. Ajeito meu cabelo para o lado, retirando os fios grossos e escuros da frente da testa para poder me deitar logo ao lado da ruiva. E pensar que muitas noites eu fui privado de estar ao seu lado, sofri sem ao menos conseguir me explicar sobre o que havia acontecido e ainda sim, ela permaneceu em meus pensamentos. Não sei que horas são, nem mesmo me importo em descobrir, A única coisa no momento que me importa é saber que ela está aqui, longe dos pais extremamente idiotas e arrogantes.
A insônia me pega de surpresa, me fazendo encarar o teto por longos minutos seguidos. A imagem de Benjamin Collins e sua odiável esposa me vem a mente, os dados daquele dossiê voltando como flashes, um atrás do outro sem ordem alguma. Os pais de Mia estão a procura de algo grande, algo que tanto o Sr. Collins quanto a própria Mia sabem o que é e não querem contar até o momento certo.
Mas quando será esse momento ?
Quando finalmente todas as cartas vão ser colocadas sobre a mesa ?
Fica difícil saber como agir quando não se sabe qual é o terreno aonde se pisa.

" "

Levanto o peso novamente, forçando meus braços a aguentarem mais uma sessão sem resistirem ao cansaço. Desde que Mia foi embora logo pela manhã o meu foco se voltou para a malhação, me punindo por não vir aqui a alguns dias.
- agora eu entendi o motivo de você ter crescido tão rápido. - largo a barra de supino, me sentando para conseguir responder minha mãe.
- não acho que isso tenha influenciado em muita coisa mãe.
Apanho a toalha de rosto, secando a nuca enquanto me endireito para falar com ela. Minha mãe é uma daquelas pessoas que odeiam conversar sem olhar nos olhos, segundo ela se alguém tem motivos para mentir ou esconder algo de você a primeira coisa que ela fará é olhar para qualquer outra coisa que não seja os seus olhos. Uma teoria que eu discordo, já que em várias ocasiões eu já menti na cara dura olhando dentro dos olhos dela. De fato, por me conhecer muito bem, ela já sabia que era mentira mas nunca dizia nada para talvez me fazer acreditar no quão convincente eu sou.
- ver você assim me faz pensar que logo só restará eu e seu pai nessa casa.
Droga ! E aí está a conversa na qual eu tento fugir a meses.
- mãe, você sabe muito bem que eu não vou para a faculdade ano que vem, fora que Anthony não vai mais para a Itália.
- tanto você quanto seu irmão vão ter suas próprias vidas daqui a um tempo Andy, um tempo curto para mim. - ela estica a manga do casaco, como uma adolescente faria antes de chorar. - não sei se vou aguentar olhar para o quarto de vocês e ver vocês lá.
Respiro fundo, esticando os braços para puxá-la para um abraço. Minha mãe respousa a cabeça em meu peito, não se incomodando nem um pouco pela minha pele está suada. O meu peito tem se tornado um porto seguro para as mulheres da minha vida e isso, isso me deixa muito feliz.
- fica calma mãe, eu não vou a lugar nenhum por enquanto. - beijo o topo de sua cabeça tentando confortá-la. - posso te assegurar que nunca vou te deixar de lado, não fica preocupada com esse tipo de coisa. Eu vou sempre estar aqui, você nunca vai me perder.
E mesmo sem derrubar uma lágrima, eu começo a sentir a angústia da minha mãe. Uma mulher imponente, graciosa e elegante, uma mãe preocupada com o futuro da família. A aperto mais em meu abraço, tentando passar o conforto e carinho que ela veio procurar em mim, o filho mais novo que a trouxe alguns problemas durante a vida e que mesmo assim, ela vê como um amigo.
- por favor filho, não me veja como uma mãe grudenta ou algo do tipo.
- relaxa mãe.
Ela se afasta poucos centímetros, erguendo o queixo para me encarar. Os olhos azuis me fitando com carinho, amor.
- fico feliz que Mia tenha voltado a frequentar essa casa.
- eu também. - sorrio para ela. 
- e ainda eu não consegui entender o motivo de vocês terem ficado aquelas semanas separados. Vou ter uma explicação ou não ?
Torço os lábios, questionando minha própria consciência se devo ou não comentar sobre os fatos durante e após o baile de boas vindas.
- sabe que isso vai tomar mais tempo do que eu tenho disponível, não sabe ?
Jogar esse jogo com Jen Grayson é um pouco tanto impensado e inútil, sei que ela tem os próprios meios para descobrir toda a história - pelo menos dos pais da ruiva - de forma rápida e prática.
- e o que é tão importante em plena manhã de sábado Andy ?
- tenho que terminar algumas papeladas relacionadas a empresa e uma festa para ir.
- festa de quem Andy ? Mia vai com você ?
- calma mãe, sem interrogatório. Eu vou ficar bem, não vou beber demais com Mia ao meu lado.
- é o que espero Andrew.

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