Cap.29

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Quero muito que meu tio despeje logo tudo, quero saber primeiro da morte do meu pai e depois o motivo de ele ter com ele uma arma, mas agora priorizo a ritirada dessa bala alojada no ombro do Derek pois já perdi um homem que eu amo não quero ter que o perder também, outra coisa que me tio tem de me explicar é sua experiência com balas alojadas isso tudo me deixa tonta, preferia que Derek fosse à um hospital mas ele parece irreversível

Sem muito cuidado Jasper passou o anestésico e Derek fez uma careta, deve arder um pouco antes do efeito

"Vamos esperar um pouco o efeito" meu tio disse mergulhando a pinça em um copo com liquido transparente que julgo ser álcool

"Está bem?" perguntei observando de trás do sofá

"Estou" ele sorriu para mim e fiz meu melhor para retribuir

"Posso ver a ponta da bala não será tão difícil, relaxe que sei o que estou fazendo" ele disse posicionando a pinça

"Já sei de todas essas merdas e sei o quanto dói ok?" Derek foi rude mas não tive tempo de o repreender quando meu subconsciente pensou "Então ele já esteve nessa situação antes? O que ele havia feito?"

"Auch" Derek grunhiu cortando meus pensamentos, ele se agarrou ao sofá e apertou os olhos e quase fechei os meus também

"Vou aplicar na pele" ele virou o vidro de anestésico em uma seringa com agulha e aplicou na pele dele "Agora irá doer menos que deveria" Jesper disse e me senti um pouco menos preocupada

"Não pegou nem um lugar de risco então não se assuste com o sangue hum?" meu tio disse pra mim e assenti receosa se iria conseguir ver, ele puxou o projétil que saiu em parte pra fora e Derek gritou dessa vez mais alto depois abafando o rosto no sofá, intuitivamente fui ate a ponta do sofá, ajoelhei e segurei sua mão que estava gelada e suada e ele encostou a testa nas nossas mãos juntas

Jesper fitou nossa demonstração de afeto mas não disse nada voltando ao foco que era a bala, novamente ele puxou e dessa vez saiu por completo escorrendo bastante sangue, me assustou mas eu não me afastei, apenas desviei o olhar, podia ouvir os sons abafados de Derek, meu tio limpou o sangue com um pano branco e fino e então tirou o arame que temi quando Derek pensou em usar no meu corte, ele começou a costurar a pele como se fosse um pedaço de pano e cortou o pedaço depois de terminado os pontos internos e depois fez os externos

"Só falta o curativo" ele colocou uma gaze sobre os pontos e a colocou com fita transparente

"Hum, obrigado" Derek sussurrou e Jesper não respondeu

Qual o problema deles?

"Como se sente?" perguntei ao Derek

"Não estou sentindo por causa da anestesia, não se preocupe" ele sorriu se sentando no sofá e retribui o sorriso, ainda acho que Jesper fazer o procedimento é arriscado e ele precisava de um médico

"Meu pai, por favor" falei já não aguentando o mistério sentando ao lado de Derek

"Certo..." Jesper suspirou e sentou no sofá da frente

Será que vou aguentar saber?

"Como meu pai morreu?" respirei fundo

"Em... Casa..." ele disse e meu coração apertou

"Oh meu Deus! Eles... Eles..." me levantei e minhas lágrimas pesaram escorrendo na minha face

"Calma" Derek me puxou para o seu peito

"O bando do Ramon o matou" ele olhou para mim e depois para o Derek que se ajeitou desconfortável no sofá

"Eles mesmo me ligaram e confessaram" Jesper disse

"Eles se vingaram de mim" eu disse soluçando enquanto Derek acariciava minha mão

"O que? Não! Isso não foi sua culpa" Jesper guinchou

"Espera... Te ligaram?" Me dei por conta e Jesper engoliu a seco "O que... Qual a sua ligação com eles para eles terem seu número?" o pavor tomava conta de mim

"Eu e seu pai... Nós... Somos de um grupo de assassinos de aluguel, aliás... Seu pai era o chefe, seu pai tinha uma grande divida com Ramon por ter matado o amigo dele"

"Não!" o interrompi e levantei do sofá como se fugisse do problema mas ele ainda estava lá, não pode ser real, isso tem que ser um pesadelo, meu pai era pago pra matar pessoas? Isso faz meu estômago embrulhar

"Não brinca comigo tio" minha voz era trêmula e as lágrimas não cessavam

"Eu juro que... É a verdade" ele se levantou e foi em minha direção, suas palavras foram como um soco no estômago

"Ele deixou isso... Ele conta tudo pra você" Jesper me entregou um papel dobrado

"Vocês eram pagos para matar pessoas?" gritei com toda a força que eu tinha "Oh meu Deus" sai mais uma vez de perto dele

"Sim..." foi a única coisa que ele disse

Meu pai machucando alguém? Eu não sou capaz de imaginar, não sei o que pensar, essa foi a pior decepção de toda a minha vida, vivi todos esses anos com um estranho? Um psicopata? Minha mãe sabia disso?

Abri a carta para ler

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