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Dia da consoada

MADELAINE PETSCH

Toco à campainha da casa de Lili e passo a mão no meu sobretudo vermelho. Tremo com o vento, que mesmo que seja leve, é congelante.

Já é dia 24, está quase na hora de almoço. Iremos passar o dia todo na casa de Reinhart, dormir aqui e passar dia 25 juntos também.

Ontem, quando cheguei a casa, não tive tempo para nada. Fiz uns storys dizendo que estava viva, contei para Lili o acontecimento e apenas me sentei na minha cama, passando o resto do meu tempo stalkeando Travis. Vi vários dos seus covers no Youtube e me inscrevi no seu canal.

Ver a notificação "@travismills seguiu você" era maravilhoso, pois me dava esperança de, um dia, podermos voltar a falar.

Pergunto-me se ele ficou pensando em mim também.

Mas os meus questionamentos são interrompidos quando a porta de madeira é aberta por Cole, o namorado da dona da casa.

--- Demorou para abrir a porta, Sprouse. - rio e o abraço.

--- Era para ver se ganhava um boneco de neve ruivo para a decoração. - reviro os olhos.

Olhando para a rua complemente branca de neve, apenas colorida pelas luzes natalícias, me sinto no extermo da felicidade.

Já mencionei que amo o natal?

--- Para isso já tem Keneti
.
--- Ouvi o meu nome? - o homem aparece e nos abraçamos. - Oi, orangotanga.

--- Oi, orangotango.

--- Os presentes? - Cole pergunta como se fosse uma criança.

--- Vá buscá-los, cãozinho. - atiro-lhe a chave do meu carro. - Não parta nada.

--- Por que sou sempre eu? - ele resmunga mas eu não respondo. - Venha, KJ, vamos buscar as coisas da princesa. - ele ironiza.

--- Vão, plebeus. - Cole revira os olhos e KJ ri. Eles saiem.

Adentro a sala, avistando quase todos os membros do meu grupo de amigos.

Lili e Camila estavam abraçadas no sofá, com uma coberta em cima delas. Charles estava no mesmo sofá, partilhando o grande pano com elas.

Casey estava de frente para a lareira e Vanessa estava brincando com Addy e com o sobrinho do estranho do qual eu não lembrava o nome.

"Esqueceram de mim" passava na enorme televisão e todos prestavam atenção no clássico natalício.

--- Bom dia meu povo! - exclamo, fazendo todos desviarem os olhares do filme se virarem para mim. Retiro meu sobretudo e o penduro.

--- Bom dia. - dizem todos num coro, demasiado presos ao ecrã para prestarem a devida atenção.

--- Tia Mads! - Addy vem a correr até mim, deixando Van com o garoto.

--- Oi meu amor! - digo a enchendo de beijos.

--- Esse é o Michael. - ela diz e ele sorri para mim.

--- Oi Michael, eu sou a Madelaine. - sorrio para a criança, colocando Addy no chão. - Mas pode me chamar de Mads

--- Oi Mads! - ele abre um sorriso que me enche o coração. - Pode me chamar de Mike.

--- Venham crianças, vamos ver se o Papai Noel está lá fora! - Vanessa, que gem um imenso jeito com crianças, as chama e elas a seguem animadas.

--- Chega para lá Melton. - ordeno, me enfiando entre ele e Lili no sofá e me cobrindo. Reinhart passa seu braço por cima dos meus ombros, tal como fez com Mendes.

Ficamos assistindo o filme, mas a paz dura pouco. Cole e KJ aparecem e Sprouse decide atirar as chaves do carro, quase acertando na minha cabeça.

--- Babaca! - digo, atirando-lhe com um travesseiro. Ele ri. - O Drew? - mudo de assunto, me lembrando que ele é o único ser que falta na sala sem contar com o desconhecido, que também ainda não vi.

--- Está na cozinha fazendo os seus cozinhados malucos. - Lili diz.

--- Ele vai nos envenenar a todos, isso sim. - Camila faz uma careta, nos fazendo rir.

--- E o estranho? Está com ele?

--- Deve estar. - a anfitriã dá de ombros.

Me levanto, destapando Charles.

--- Passa frio à vontade, maluca, mas não me faça passar junto! - ele reclama e se embrulha no cobertor.

--- Friorento. - reviro os olhos. - Vou cumprimentar o macaco, alguém quer vir?

--- Estou indo! - Lili se levanta, fazendo Melton ficar sem coberta novamente.

--- De novo?! - ele reclama alto e nós rimos
.
Eu me viro de frente para Lili, então fico andando de costas.

--- Quem você acha que te tirou no amigo secreto? - questiono.

--- Penso que foi Charles. Ele está meio suspeito. - rio nasalmente. - E você?

--- Eu acho que foi... - antes que pudesse dizer que achava que tinha sido Camila, vou contra alguém.

Me viro para trás, pronta para pedir desculpa.

--- Descul...

--- Oh, me descul... - me auto-interrompo quando ouço a voz do brutamontes.

Ainda não tinhamos chegado à cozinha. Estavamos no hall que, por sua vez, estava todo decorado, tal como todo o resto da casa.

--- Travis?!

--- Madelaine?! - questionamos ao mesmo tempo.

Cole, que aparece naquele momento, fraze a testa.

--- Vocês se conhecem?

Mas ninguém se preocupa em lhe responder.

--- Vem Cole, anda embora.- Lili chama, provavelmente porque os pontos se ligaram na sua cabeça. - Anda Drew.

Eu não acredito.
Travis era o desconhecido este tempo todo.

--- Eu não disse que você me seguia, brutamontes? - brinco e ele ri pelo nariz.

--- É o destino, querida. - ele responde sorrindo

Ficamos nos encarando por o que não dizer se foram horas ou segundos. As suas tatuagens brilham em sua pele, a sua boca chama por mim, os seus olhos variam entre olhar para os meus e para os meus lábios. Tudo parece certo naquele momento.

Nos aproximamos, ao ponto de eu conseguir sentir a sua respiração irregular em mim. O seu perfume é intenso, tanto que até parece que estou cheirando o frasco pela primeira vez.

As minhas mãos automaticamente vão para a sua face e as suas voltam-se para a minha cintura.

--- Olha, um azevinho. - ele diz olhando para o teto e eu faço o mesmo, vendo a planta pendurada sobre nós. Não evito uma gargalhada.

Mas a minha gargalhada é interrompida com ele me puxando para ele e me beijando intensamente.

E, assim, com a neve caindo lá fora, beijando o brutamomtes debaixo do azevinho no dia 24 de dezembro, eu tenho a certeza de uma coisa: Este é o melhor Natal de sempre.

É digno de um filme clichê.

FIM

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