Darkness

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Yet when I hoped for good, evil came; when I looked for light, then came darkness. 

Job 30:26

Notas: E vamos lá pra mais um cap o/ Tamo chegando no final e eu fico com dó de acabar, mas é bom completar essa história. A gente postou ela pela primeira vez em Outubro de 2019 pro Halloween e aconteceu muita muita merda eu repostei isso aqui tantas vezes que até dá raiva, mas fico feliz que tenha encontrado um espacinho aqui e que tenha pessoas que gostam e acompanham essa história, obrigada orz 💜 //

A vida de Zoro voltava aos poucos ao que era quando nunca havia conhecido Sanji. Quando costumava ser apenas um padre numa paróquia de uma pequena vila pacata e sua única preocupação era treinar e ficar forte o suficiente para atingir seu único objetivo. Uma vida tranquila que nunca incomodou Zoro. 

Mas que agora parecia insuportavelmente solitária.

Quando ia ao mercado, às vezes alguém perguntava de sua "prima", Zoro desconversava ou fingia que nem tinha ouvido. Mas aquela era uma das únicas evidências concretas de que o tempo que passou com Sanji não era apenas um delírio da sua mente, de que há muito tempo eles costumavam fazer compras juntos. Parecia uma outra vida, uma realidade distante e paralela. Zoro fazia isso sozinho agora, assim como tudo. Acordava sozinho, comia sozinho e ia dormir sozinho. 

Zoro nunca teve muita necessidade de desabafar, uma vez que era um homem de poucas palavras, mas acabou cedendo e ligando para sua irmã pela primeira vez em muitos anos. Geralmente preferia trocar cartas com ela, mensagens curtas e práticas que envolviam o interesse em comum dos dois e raramente qualquer outra coisa que não isso. 

Mas esse não era um assunto que pudesse escrever sobre, mesmo se quisesse. Também acabou descobrindo que mal conseguia falar sobre isso. Sua irmã o provocou por ligar para ela, que estava do outro lado do mundo onde era madrugada, apenas para ficar mudo e não saber o que falar. Zoro sabia que na verdade ela estava preocupada com suas ações estranhas.

Eu amo alguém. Foi o que ele disse, e conseguia imaginar o rosto surpreso de Kuina pelo telefone há tantos quilômetros de distância. 

Mas ela não perguntou nada e ele não conseguiu falar mais do que isso. Talvez só essas palavras já fossem o suficiente. 

Amar alguém era o que tinha feito sua vida mudar e ganhar cor. 

E foi a raíz de todo o mal, a sua ruína.

Sanji não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde que resolveu deixar tudo para trás e abandonar a única pessoa que conseguiu amar em seus incontáveis anos de vida. Não seria surpresa caso já tivesse passado um ano ou mais. 

Foram poucas as vezes que retornou na casa de Zoro, como se mesmo o abandonando, ainda queria se certificar de que ele estava bem. Era meio estúpido esse pensamento. Ainda assim, não conseguia deixar o que viveram para trás. Em sua última visita, quase cedeu e apareceu para o humano ao vê-lo segurando a aliança que deveria ser só uma brincadeira, uma provocação, mas se tornou algo real. Precisou se conter muito ou nada faria sentido. 

Sanji precisava se entender, se descobrir, então ele largou tudo e saiu pelo mundo, buscando se encontrar, compreender sua existência, seus sentimentos. 

Talvez ele tenha pegado essa ideia em algum filme que assistiu quando estava morando com Zoro, em algum dia que o padre estava praticamente jogado em cima de seu corpo, dormindo confortavelmente, como se estar ao lado de um demônio o fizesse se sentir seguro. No entanto, essa viagem de autoconhecimento não funcionou muito bem durante um tempo. Até um dia se encontrar com Robin. Assim como Sanji, ela também era um demônio, uma Súcubo. A razão de existência dela, deveria ser o mesmo que a dele e durante muito tempo Sanji a idolatrou, como se fosse alguém superior, quase como uma entidade preciosa.

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