Hard to let go

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A única coisa que ele podia fazer era sentar ali e observar sua beleza, respirar seu cheiro doce e se culpar por sua própria dor, no final ele nunca seria capaz de lutar, ele apenas abaixaria a cabeça e aceitaria o que fosse.

Seus olhos se voltaram para a jovem mulher que naquele momento se encontrava com um sorriso em seus lábios voltados para o homem parado do seu lado que entrelaçava seus dedos longos e calejados aos dedos delicados da jovem, era uma imagem estranha...

O homem era o dobro do tamanho da mulher ao seu lado, sua face fria era como um cubo de gelo e seus olhos negros brilhavam como o fio longo de uma lamina da morte enquanto que a jovem do seu lado irradiava luzes da cor do arco-íris quando os fechos de luz deslizaram pelo ambiente, seu rosto era sereno como o orvalho que desliza pela janela na manhã fria e seus olhos castanhos eram como duas joias preciosas que brilhavam apaixonadamente para o homem ao seu lado, ela inclina a cabeça para o lado enquanto olha para a face do homem do seu lado.

Ele podia ver o brilho de uma chama deslizando pelos olhos castanhos da jovem enquanto observava o homem do seu lado, seus lábios vermelhos tinham um sorriso tímido como se olha-lo fosse um crime e ela um criminoso pego em fragrante, tudo naquela cena que ocorria na sua frente parecia errado aos seus olhos, mas como eu disse ele era o culpado de sua própria dor.

Não importava o quanto ele lutasse contra, a dor deslizava por seus ossos como ácido lhe deixando tonto de tanto que o ar lhe faltou quando olhou para os olhos da jovem mulher que naquele momento lhe olhava, os olhos castanhos brilhantes naquele momento se encontravam lhe olhando com desconfiança que por tantos anos estiveram ali, não era a raiva que ele via e nem a magoa que deslizava, mas sim a desconfiança.

Ela sempre desconfiaria do homem porque ela o conhecia melhor do que ninguém, uma vez alguém lhe disse que o primeiro amor sempre será aquele que lhe conheceria melhor e a jovem mulher foi seu primeiro amor. Poderia passar anos, décadas e séculos, mais ela sempre o conheceria muito bem, ela sabia cada mania e desgosto dele, mesmo que ela não queira.

Ela o conhecia muito bem.

Engolindo em seco o jovem homem pegou o copo alto e engoliu de uma vez a bebida que deslizou pela sua garganta arranhando como as garras de lobo e queimando como as assas de uma fênix, seus olhos sentiram as picadas de lagrimas contidas e em coração a faca afiada da dor deslizou um pouco mais.

—Acho que já deu, não é meu amigo? —O homem do outro lado do balcão lhe disse enquanto deixava a garrafa de vodca do seu lado vazia, seus olhos negros escuros e frios pareciam lhe penetrarem como agulhas quentes. —Acho que ninguém anestesia a dor com álcool só a deixa ainda mais forte. —Ele apenas balança a cabeça confirmando. Ele sabe que é verdade, dizem que o álcool anestesia a dor, mas no caso dele quanto mais álcool mais forte a dor se torna.

Ele solta uma pequena risada amarga enquanto que o homem de olhos frios ergue uma das sobrancelhas e olha para ele, seus olhos castanhos esverdeados estavam nublados pelo álcool e seus lábios estava molhados.

—Você deveria parar de beber. —O jovem homem diz enquanto ergue a mão e desliza pelo lábio inferior do homem na sua frente, foi rápido demais, como um bater de um beija-flor. Foi frio contra um ferro quente que causou arrepios em seu corpo.

Ninguém viu.

O que ele agradeceu.

—Anestesia a dor. —O jovem homem diz enquanto pega o copo e ergue como se estivesse fazendo um brinde a alguém e logo depois leva aos lábios enquanto que o homem na sua frente apenas suspira.

—Sim, anestesia a dor a ponto de senti-la. —O homem diz enquanto se vira, seu corpo tenso se torna mais ainda quando seus olhos podem ver que o jovem ainda se encontrava com uma garrafa de vodca cheia, ele sabe que no final da noite alguém era dormir em seu bar.

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