It's my fault.

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Notas: Então......fjjdkdjdjd Era o que vocês estavam esperando? Deixem aqui nos comentários pra eu saber XD //

O vampiro sempre soube que sua mãe era humana e frágil, desde seu nascimento ou até antes disso. Infelizmente, não teve o prazer de conhecê-la, pois ela deu sua vida para que ele tivesse uma. Era um milagre que um vampiro tenha conseguido engravidar alguém, sequer deveria existir uma explicação plausível para esse fato, mas Judge encontrou alguma forma e com isso, com o poder de um humano e um vampiro, conseguiu misturar os genes e extraí-los para criar cópias de Sanji antes mesmo dele nascer. 

Quem pagou por isso foi Sora, que morreu ao dar à luz a um vampiro loirinho parcialmente humano. Se Sanji não existisse, ela ainda seria feliz, estaria viva. Por sua culpa sua mãe havia morrido. Matou Sora para sobreviver. Apenas seu nascimento já era um erro. Talvez, se nunca tivesse alguma relação com Judge, não se culparia por este acontecimento, apenas cresceria e seria feliz como uma pessoa normal, mas a cada vez que o homem olhava em seu rosto, Sanji recebia não só uma agressão física, como também xingamentos e toda a culpa pela morte de Sora. Às vezes, ele até achava que Judge poderia ter um coração e realmente se importava com sua mãe, o que era impossível para um monstro como ele. Seu criador não a amava, apenas queria usá-la mais vezes para ter seu exército de monstros.

— É minha culpa que minha mãe tenha morrido. Se eu nunca tivesse nascido, ela ainda estaria aqui. — Sanji disse ainda observando suas mãos, enxergando o sangue inexistente que as manchavam. Era só uma miragem, ele sabia, não é como se tivesse usado as mãos para matá-la, apenas sabia que era o causador daquilo, que tudo ficaria bem se ele tivesse usado aquelas mãos quando ainda estava na barriga dela, para acabar com a própria vida. — Eu não sou diferente de todos os outros.

— Isso nem faz sentido. — Zoro disse como se fosse a coisa mais simples do mundo. Era como se ele próprio dissesse que havia matado a sua irmã só porque não pôde protegê-la. Não que ele não tenha se culpado por isso.

Então, talvez pudesse ver porque aquilo não parecia tão simples assim para Sanji. Principalmente pela tendência que Zoro já conhecia de se culpar por tudo, se responsabilizar por qualquer ferimento, se desculpar excessivamente. O loiro falava com tanto pesar, como se realmente acreditasse que aquilo era o equivalente a assassinar a mãe com as próprias mãos.

— O que você acabou de descrever não é matar. — Claro, alguém como Zoro poderia dizer exatamente o que significava tirar outra vida. Intencionalmente e fatalmente arrancar de alguém o direito de continuar vivo. Mas como poderia um bebê matar alguém? Um ser cujo crime foi ter vindo ao mundo. — Você cortou o pescoço dela? Enfiou uma espada no coração? Se não fez isso, por que seria sua culpa, Cook? A única coisa que você fez foi nascer, e você sequer tem culpa disso, sequer escolheu.

Sanji arregalou os olhos em completa surpresa ao ouvir aquelas palavras tão… Gentis? Era estranho e parecia muito fora do normal quando se tratava de Zoro. Mesmo assim, ele ainda ficou pensativo por alguns momentos, absorvendo as palavras, entendendo seus próprios sentimentos. Se pensasse por apenas um segundo, perceberia que o que o outro falava era a verdade, não era sua culpa que sua mãe tenha morrido, ele era apenas um recém-nascido que mal tinha consciência ou força. 

Ele acabou sorrindo de leve, tentando apenas uma vez não se culpar por tudo. Talvez Sanji pudesse tentar acreditar que não era um monstro, não era um assassino e suas mãos estavam limpas e jamais machucariam alguém. Não iria matar como os outros vampiros. Acabou ficando um tanto envergonhado. Zoro realmente o deixava confuso. 

— Cook? — O vampiro perguntou baixinho, sorrindo para o mais novo.

— É. Você não prefere que te chame de vampiro, né? — Zoro disse desviando o olhar daquele sorriso iluminado, como se chamá-lo pelo nome nem fosse uma alternativa. Aquele apelido só tinha saído de seus lábios sem que nem percebesse, Sanji era um cozinheiro, então era natural chamá-lo como tal. — Mas não mude de assunto. 

Era impossível para Sanji olhar para o jovem agindo daquela forma e não pensar nele como um garoto fofo, mas se falasse aquilo em voz alta, sem dúvidas Zoro fugiria ou negaria com todas as forças, apenas comprovando ainda mais o quanto era fofo.

Zoro se esticou para trazer uma de suas espadas para perto dos dois e desembainhou a lâmina que brilhava à luz das velas. Sanji o olhou estranhamente, mas Zoro apontou para a própria mão morena a face cortante da espada, indicando o que desejava fazer.

— Vamos desfazer. — Ele não era muito mais que um garoto teimoso, afinal, ele havia decidido que aquela era a maneira ideal de demonstrar sua confiança. Aquele pacto não era mais necessário. Não. Na verdade, essa afirmação não era precisa. O mais correto seria afirmar que ele jamais foi necessário.

Zoro cortou a carne da sua mão com um pouco mais de cuidado do que teria feito se não estivesse sob os olhos do vampiro, sabendo que Sanji não gostava que se machucasse desnecessariamente, ou qualquer coisa do tipo. O vermelho logo começou a escorrer num filete constante e Zoro podia perceber os olhos de Sanji o seguindo com vontade, deveria estar com fome, afinal. O caçador hesitou antes de fazer a mesma coisa com o loiro, no entanto. A mão de Sanji não estava visível, estava coberta com uma luva elegante como sempre, já que ele não gostava de mostrar as cicatrizes que haviam ali. E aquilo fazia Zoro não querer simplesmente agarrar sua mão e cortá-la, como havia feito há anos, no dia do pacto de sangue.

Sanji olhou assustado para as ações de Zoro, aquilo não era necessário, sequer fazia sentido. Ele sentiu um pouco de medo, sem o pacto, Zoro não teria mais nenhuma obrigação em voltar lá. E seu medo sumiu no momento que olhou para o olho verde brilhando em sua direção, transmitindo confiança. O loiro se sentiu tranquilo ao perceber, aquilo era algo importante para Zoro e apenas por isso ele concordou.

O vampiro retirou uma das luvas, mostrando a cicatriz na diagonal que cortava toda sua mão e tentou não mostrar para o outro, mas Zoro a segurou com uma estranha gentileza, fazendo-o abri-la e deixar que ele cortasse. Quando o viu hesitar, colocou a mão enluvada por cima da espada e a empurrou de leve para baixo até a lâmina afiada arrancar um filete de sangue, bem menor do que o que existia na mão do outro. Os dois juntaram as mãos ensanguentadas e quebraram a ligação obrigatória que haviam selado há tanto tempo, Sanji estava livre outra vez e poderia atacar quem quisesse, mas ele não desejava nada disso, apenas um pouco do sangue de Zoro já era o suficiente, sem precisar ferir qualquer humano. 

Para Zoro, a única coisa que havia mudado era a obrigatoriedade, a quebra daquilo que significava suspeita e desconfiança. Porque ele continuaria alimentando Sanji como sempre. E foi exatamente isso que fez quando separaram as mãos e ele ainda podia ver o olhar do vampiro tentando não encarar sua mão ensanguentada. Zoro levou a mão até a boca do loiro, o incentivando a beber.

O vampiro sorriu agradecido e limpou delicadamente todo o líquido que havia manchado sua pele, sugando sua mão com gentileza, aceitando de bom grado aquele sangue que era oferecido pelo caçador, que continuaria sendo seu alimento. E quando a mão estava limpa, Sanji passou para o pescoço, devorando Zoro da forma que deveria ter acontecido desde a primeira vez.

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Notas finais: Só lembrando de algo que acho que já mencionei algumas vezes em respostas de comentários, mas desde o começo o Sanji é bem sensível nessa fic principalmente por causa da forma como foi criado. Seria OOC pro Sanji do universo canônico de OP, mas aqui ele nunca se livrou da família bosta, sempre foi atormentado e viveu à sombra deles , sem Baratie, sem Zeff, sem nada. Por isso que ele é assim e por isso que ele sempre busca um pouquinho de amor que seja onde ele pode. Até mesmo nos lugares mais improváveis e idiotas, como por exemplo o brutamontes desmiolado que é o Zoro. Mas ao menos o marimo conseguiu melhorar com o tempo ;)

Your Blood Is My Wine - ZoSan Where stories live. Discover now