Your Blood Is My Wine - ZoSan

Please don't go

Capa: DJ Deep Forest da MN

Notas: Dá pra perceber que estamos chegando na reta final né? Essa fic tem 40 capítulos. Muito obrigada a quem acompanhou até aqui, sério orz Esse capítulo especialmente eu acho que é um dos meu favoritos provavelmente entre todos que escrevemos 💕//

- Me perdoa, me perdoa, me perdoa... - Sanji murmurava baixinho como um mantra incessantemente, a voz fraca e o rosto ainda mais pálido do que o normal, como se tivesse perdido todas as forças e a única coisa que conseguia era dizer aquilo.

Zoro ainda estava puto. Só porque os irmãos monstruosos de Sanji haviam ido embora não significava que seu ódio desapareceria magicamente com eles. Então não sabia como confortar o loiro que se ajoelhava a seus pés. Não tinha certeza de que suas mãos seriam delicadas o suficiente, de que não descontaria seu ódio, de que não seria rude e indiferente quando Sanji precisava de gentileza. Não conseguiu se afastar e ignorá-lo, no entanto.

- Já chega. Já passou. - Foi tudo que se limitou a dizer, soltando um suspiro que estava entalado na garganta há mais tempo do que ele havia notado. A mão morena se aproximou hesitante do rosto de Sanji para aninhá-lo com seu calor, mas assim que tocou o vampiro começou a balançar a cabeça repetidamente, como se não quisesse, ou melhor, não merecesse aquele carinho.

Era um golpe baixo demais para Zoro quando ele ficava tão vulnerável. Ele odiava ver fraqueza naquele vampiro tão forte, odiava que houvesse algo, ou alguém, que o fizesse se sentir daquela maneira.

- Eu vou atrás dele. Deles, quero dizer. - Zoro disse com a voz firme. - Vou acabar com aquele maldito por mim e por você.

- Não. Por favor, não vá. - Sanji implorou. A voz mais chorosa do que nunca, enquanto se agarrava desesperado no corpo moreno. Queria afirmar que estava fazendo apenas para proteger seus irmãos e Zoro, mas uma única vez estava sendo egoísta e implorando por ele mesmo. Não queria ficar sozinho. - Eles são meus irmãos. Não os machuque.

Zoro não poderia se importar menos com o fato daquele sanguessuga ser irmão de Sanji, não diminuía nem um pouco sua vontade de matá-lo. Pelo contrário. Ser irmão dele, se parecer tanto com Sanji, só o enojava ainda mais. E não havia nada no mundo que Sanji pudesse dizer para amenizar isso, para fazê-lo desistir da ideia de se vingar.

Mas não conseguiria partir agora. Mesmo que fosse mais fácil ter a dianteira durante o dia enquanto os vampiros não podiam se deslocar e precisavam se esconder, mesmo que sua mente praticamente só pensasse em vingança, ele ainda pensava em Sanji. Em como ele parecia quebrado e machucado por dentro, em como ele falava com pesar e continuava se desculpando. Em como ele o abraçava como se achasse que Zoro nunca mais fosse voltar se saísse pelo portão do castelo.

As mãos de Sanji tremiam em contato com a pele que normalmente era tão quente, mas estava quase tão fria quanto sua própria. Sanji retirou seu próprio casaco e embalou Zoro em sua roupa, abraçando-o de forma um tanto desesperada para que ele não partisse. Não poderia prendê-lo, ele não era assim, se Zoro desejasse ir embora depois de tudo que havia feito, teria que aceitar. Era exatamente o que temia.

- Desculpe ter queimado seus pertences... - Sanji falou baixo com o rosto na curva do pescoço moreno, apertando-o mais contra seu corpo em uma tentativa silenciosa de mantê-lo ali, uma súplica.

- Eu não preciso daquelas coisas, idiota. Só me devolva as espadas. - Zoro disse, ainda deixando Sanji o abraçar e tentar aquecê-lo naquela masmorra fria. - E vamos para o quarto que eu odeio esse lugar.

Sanji apenas concordou com a cabeça e sorriu para Zoro, enorme e caloroso como sempre.

Segurou sua mão e após irem até onde havia guardado as espadas, subiram até seu quarto e assim que ofereceu roupas para o moreno, sentiu as mãos quentes tocando seu rosto e os dedos acariciando levemente, de uma forma que Zoro nunca havia feito antes. Imediatamente ele fechou os olhos e se entregou àquela carícia nova, sentindo o coração acelerar e se descontrolar, provando que sua parte humana estava muito bem viva.