Nicolás e as Acromântulas

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Em uma noite quente de verão, o garoto Nicolás jantava com sua família, certo de que iria brincar com seu avião encantado até pegar no sono e amanhã seria um novo dia, tão feliz quando foi o de hoje.

Mas de repente um barulho estranho veio da floresta que ficava atrás de sua casa, seu pai, um Bruxo poderoso se levantou da cadeira e pôs-se a espiar pela janela o que estava acontecendo, o que será que tinha feito as árvores se espalharem tanto, os galhos voarem, seria uma forte ventania?

Mas o pai de Nicolás tinha um ruim pressentimento quando àquilo. Ele pediu para Nicolás ir para o quarto, mesmo sem terminar seu jantar, ele obedeceu.

Da janela do seu quarto, no terceiro andar da casa, Nicolás viu um milhão de gigantescas aranhas saindo da orla da floresta e correndo em direção ao seu Pai que estava com a varinha em punho tentando impedi-las de chegar perto da casa.

- Vai embora! – Nicolás ouviu seu pai gritar. – Pega o Nick e vai embora!

E poucos instantes depois sua mãe apareceu na porta do quarto, agarrou Nicolás que não queria desgrudar da janela de maneira alguma, como se pusesse dar forças ao seu pai se estivesse ali olhando.

Nicolás começou a chorar, e sua mãe o agarrou, correu com ele nos braços até a porta da frente e o enfiou no seu carro trouxa.

- Minha vassoura! Minha vassoura. – Nicolás pedia, a vassoura de brinquedo que ganhara no seu sétimo aniversário e não pôde salvar.

- A gente volta para buscar depois. – E Foi quando Nicolás percebeu que sua mãe estava chorando.

Ela dirigiu por horas, dirigiu rumo à casa da avó trouxa de Nicolás. E por algum motivo Nicolás nunca mais voltou para buscar sua vassoura, e nem para buscar seu pai.

Claro que ninguém mostrou isso a Nicolás, mas saiu no profeta diário duas manhãs depois, um grande ataque de Acromântulas à uma casa na orla leste de Highgate Wood, e um bruxo que trabalhava na seção de controle do mau uso dos artefatos trouxas foi brutalmente assassinado.

Isso deixou a mãe de Nicolás extremamente abalada, e quando o garoto descobriu que o pai não ia mais voltar ele se isolou em seu quarto por dias e dias, com medo, olhando sua janela dia e noite, sabendo que no dia que isso voltasse a acontecer ele deveria enfrentar as aranhas gigantes, mas como? Como se ele não tinha uma varinha, se não era valente como seu pai, se tinha medo.

Ele ia fugir outra vez, mas não tinha mais sua vassoura, não sabia dirigir um carro trouxa. Ele não tinha para onde fugir.

Dias depois quando saiu do quarto finalmente, viu uma barata minúscula correndo de uma ponta a outra do corredor que levava ao banheiro. Nicolás voltou para o quarto e se escondeu, as baratas com certeza eram amigas das aranhas, com certeza aquela era só a filhote de uma barata gigantesca que iria mata-lo a qualquer instante.

Nicolás sentiu sua pele começar a formigar, com certeza havia uma barata no seu calcanhar, ele tentou a afastar com a mão dando um salto da cama, mas a barata já tinha saído sozinha, com certeza estava se preparando para subir em outra parte do seu corpo.

Nicolás surtou. Ele não conseguia deixar de se sacodir sem saber exatamente para onde a barata havia ido, e gritou quando sentiu algo em suas costas, um lugar onde ele não conseguia defender. Ele precisava de um banho, mas como o tomaria se poderia haver baratas gigantes no banheiro?

Instantes depois a mãe de Nicolás apareceu em seu quarto, e tentando o acalmar, disse que não havia barata alguma, e que ela matou a que estava no corredor, garantiu ao filho que não existiam baratas gigantes, mas ele não se conformou com isso.

Nicolás e as AcromântulasWhere stories live. Discover now