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Assim que entrei me deparei com aquela cena inesquecível. Ele sentado, com os braços abertos e apoiados no encosto do banco e as pernas escancaradas, se deixando mamar por um sujeito ajoelhado ao chão e de costas pra mim. Deixava o cara servi-lo, mas não parecia muito entusiasmado com o trabalho daquela boca. Tanto que ignorava o sujeito e, sem qualquer embaraço, me olhou de cima a baixo, como que avaliando se eu seria uma opção melhor. Encarou-me assim que entrei até me sentar numa cadeira quase em frente, a uns cinco metros deles. Pelo movimento da cabeça do mamador, subindo e descendo sofregamente, deduzi que o cacete devia ter um bom tamanho. A sala ficava em penumbra, tendo apenas a luz da grande tela da TV que exibia um vídeo de sacanagem. Mas a meia-luz era suficiente para que eu percebesse que ele não tirava seus olhos de mim.

O mamador parecia estar adorando, e acho que nem notou minha presença. Trabalhava sem parar, mas o macho não parecia mesmo estar muito interessado. Sequer o tocava e muito menos o olhava. Apenas se deixava ser servido por aquela boca.

A cena era mais do que excitante. Eu baixava os olhos para acompanhar os movimentos do bezerro, alternando discretamente para o olhar do meu inquiridor – sério, penetrante, decidido sem chegar a ser ameaçador. Era bem moreno, usava o cabelo preto bem rente e tinha lábios que mais à frente eu perceberia serem carnudos. Os ombros eram largos, de onde saíam braços com bíceps e tríceps não muito, mas razoavelmente desenhados, chegando a mãos grandes, com dedos longos. O peito tinha pelos na medida certa, como depois eu constataria também nas suas pernas. Não era um cara bonito nem tinha um corpo particularmente chamativo. Mas no conjunto conformava, sem dúvida, um homem atraente. Devia ter uns trinta e poucos anos, regulando comigo.

Fez uma expressão de enfado e meneou a cabeça, sinalizando para que eu me aproximasse. E, sem esperar por minha reação, segurou a cabeça do mamador com as duas mãos, tirando a boca do seu pau e pondo-o de lado. Livrou-se dele e, com isso, me expôs o equipamento, rijo e quase reluzente pelos reflexos da tela da TV. Seus movimentos foram calmos, sem qualquer agressividade, apesar do claro desprezo que demonstrava pelo sujeito – que, conformado, levantou-se e foi para o fundo da sala.

Assumi o posto, ajoelhando-me frente a ele, como meu antecessor. Afagou meu cabelo e pressionou ligeiramente a nuca para que eu abocanhasse logo, enquanto eu ainda admirava o membro. A luminosidade da tela passava entre nossos corpos num ângulo que parecia mesmo querer enaltecer o cacete. Eu já tinha estado com outros maiores, mas, grande e grosso, ainda assim se impunha. A cabeça era rombuda, o corpo ligeiramente curvado para baixo, como se indicando sutilmente o saco coberto por pelos negros. Eram aparados rente à pele, de maneira que emanavam virilidade sem esconder dois culhões de aparência pesada. Uma densa mata de pentelhos emoldurava aquele belo conjunto, e dela parecia nascer uma veia saltada que percorria o talo e desaparecia ao aproximar-se da glande.

Cobri aquele membro de beijos, demonstrando minha admiração, e levantei o olhar, encarando o macho rapidamente. Obedecendo a pressão que ele novamente fazia, abocanhei o mais que pude e prendi docemente o caralho entre meus lábios. Comecei a sugar e a passar a língua na pele, sentindo sua textura. Era macia do jeito que gosto. O volume ocupava minha boca com generosidade, deixando livre apenas o espaço necessário para poder agradá-lo. E eu estava conseguindo: suas mãos moviam-se vagarosamente por meu cabelo, enquanto aqui e ali ouvia seus gemidos roucos.

Ser um bom chupador é um talento que tenho, descoberto já na minha primeira trepada, quando levei ao delírio o homem que me desvirginou – um coroa que tinha idade para ser meu pai. E que repetiria a dose inúmeras vezes, fazendo eu me apaixonar por ele ao descobrir que, diferentemente da maioria dos homens, meu prazer não estava na ejaculação, mas na dedicação em levar outro homem à ejaculação.

Ele agora acariciava francamente minha cabeça. Deixava-me dar um trato à vontade em seu cacete, intercalando com momentos em que me segurava firmemente e movimentava a pélvis como se me fudesse pela boca. Às vezes, metia tão fundo que me via obrigado a recuar, mas com fôlego recuperado imediatamente voltava a envolver a pica na minha boca.

Pendeu para a frente, mantendo uma mão firme em minha cabeça para garantir que o serviço fosse continuado. Encaminhou seu outro braço por entre nós e o esticou até a toalha que envolvia minha cintura. Eu continuei mamando, disfarçando minha ansiedade com aquele movimento.

Não gosto que toquem no meu pau, porque me desconcentra do que realmente me interessa. E me desvia a atenção dos deveres não porque me excite, mas porque me faz levantar suspeitas sobre o macho. E foi esse o temor que me veio: o de que ele fosse versátil. Versáteis me despertam tanto quanto passivos e, mesmo sabendo que grandes são as chances de os que foram ativos comigo foram versáteis com outros, preciso crer que me entrego a um fodedor que jamais foi ou será fudido. São homens assim, ou que me fazem me convencer que são assim, que me encantam.

Esforcei-me para caprichar mais ainda na mamada, ainda que ciente de que era mera ilusão crer que meu empenho bastaria para afastar de vez aquela possibilidade. Ele abriu a toalha com facilidade e, para meu desgosto, apalpou o que tenho entre as pernas. A mão continuou firme imobilizando minha cabeça, enquanto a outra envolvia meu pau e meu saco num só movimento. Fez uma breve pressão, depois outra, e outra, como se o examinasse.

Eu continuava mamando, como se pedisse que não, que não me cobrasse ser o que não sou. Então, ele largou meus órgãos e recolheu o braço. Agora ambas as mãos assenhoreavam minha cabeça ainda mais firmemente, como se mais nenhum pudor houvesse para dela dispor. Pareceu ter o ímpeto renovado, e isso me tranquilizou. Na verdade, não "pareceu": era evidente pela desenvoltura com que, na precisão das mãos, me mostrava quem era ele – e, talvez mais ainda, quem era eu.

O caralho me entrava até a garganta, talvez anestesiada pelo tesão que, em mim também, dobrara de intensidade após o exame breve, mas meticuloso, que fizera. Eu sentia os pentelhos roçarem meu nariz e me mantinha imóvel o quanto suportava, tentando passear a língua pelo membro que tendia a me sufocar. Não era fácil, mas o esforço valia o prazer do macho. Quando o fôlego anunciava esvair-se, disfarçava meu limite afastando-me vagarosamente. Ele se mostrava contrariado, a pressão das mãos insistia, mas era indulgente ao confirmar que eu atingira o limite de minha capacidade. Então, enquanto meus lábios retornavam à glande eu os tensionava contra o corpo do membro, pois havia percebido que o percurso realizado de forma assim tão contraída o arrebatava. E descansava chupando aquela glande vigorosa com a dedicação de um bebê, para após não muito tempo voltar a alcançar novamente seus pentelhos.

Eram dois homens desconhecidos entre si que, puramente por meio do sexo, alcançavam uma interação que parecia completa. Mas eu quis mais, e arrisquei pensar que ele também. Desprendi-me de suas mãos num movimento ágil, sem que ele tivesse tempo de me deter. Contrariado, tentou me alcançar pelo braço, que apenas conseguiu roçar. Segui mais alguns poucos passos sem olhar para trás, almejando um colchonete que a fraca luminosidade me permitia identificar no chão. Estava num canto da sala, não muito longe do mamador preterido, que a tudo observava enquanto brincava vagarosamente com seu cacetinho por sob a toalha.

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