01- Elevadores

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O som irritante do despertador tocou me fazendo por as mãos apressada por cima dele o derrubando e levando ele ao chão junto comigo.

- Ótimo. Belo jeito de acordar - resmunguei assoprando meu cabelo emaranhado que estava caído em meu rosto.

A verdade era que acordar nesse pique a 05:30 da manhã não era uma coisa muito comum, ja que eu era uma completa - nem tanto- preguiçosa. Já fazia 2 meses que eu havia saído do Brasil e me mudado para Los Angeles a fim de encontrar um rumo na minha vida.

E bom... Eu era azarada.

Mas eu estava ansiosa para meu primeiro dia de trabalho em um hospital.

Como secretaria é claro, ver sangue pra mim é a mesma coisa que um convite para desmaiar.

Levantei do chão prendendo meus cabelos em um coque e me dirigi a cozinha. Eu não era nenhuma expert em cozinhar, porém dava para sobreviver com umas pizzas ali, uns miojinhos lá. Assim eu vivia minha vida de garota solitária.

Nem tanto, pois agora minha gata preta se roçava nas minhas pernas.

- O que foi em Maria Cristina? Você tem um pote de ração só pra você e quer comer meu pão? - resmunguei de boca cheia.

Calça jeans, uma blusa decotada branca e os cachos soltos, era isso que eu usava. Salto? Nem pensar, era como se eles dissessem "iremos torcer seu pé gabrielly"

Então não!!! Um tênis branco é ótimo pra mim.

Peguei minhas chaves indo em direção ao meu estacionamento.

- Bom dia Dona Lurdes - cumprimentei a senhorinha que cuidava da minha gata de vez enquando.

O caminho das escadas foi eu rezando para que um milagre de Jesus minha moto estivesse com gasolina.

- Olá bebê. Mamãe chegou - peguei meu capacete preto e o coloquei no cabeça dando um arranque com minha moto preta.

O caminho foi e alguns xingamentos pra lá e pra cá e puf...

Lá estava eu na frente do hospital. Olhei o grande prédio espelhado e respirei fundo.

Entrei no elevador e cliquei no número que me foi dado do andar. Quando estava chegando no meu andar, algum ser humano deve ter apertado no botão e o elevador desceu de volta me fazendo revirar o olhos.

Pela porta, vi passar assim que se abriu um homem grande, de ombros largos, pele branquinha, olhos azuis e lindos cabelos loiros.

Esperei que ao menos me desse bom dia mas nem isso fez. Apenas entrou ficando quieto.

- Bom dia para o senhor também - deixei escapar.

O cara de pau apenas me olhou como se eu fosse louca de falar com ele daquele jeito e a porta se abriu fazendo ele sair pisando fundo.

- Grosso!! - sai de dentro do elevador dando de cara com uma mesa vazia, porem bastante  organizada.

No corredor lado, pessoas saindo e entrando de elevadores, E pessoas com jalecos brancos. Ali parecia ser o lugar de administração do hospital, pois mais abaixo de mim ficava os medicos e tudo mais. De uma porta branca vi sair uma mulher andando em minha direção.

- Any Gabrielly Soares?

Olhei pra ela e assenti. Seus cabelos loiros compridos e seus olhos verdes me olhavam fixamente esperando minha resposta soar. A mulher chique demais esperou impaciente que eu parasse de analisar seu sapato lindo da sola vermelha.

- Sim. Sou eu.

- Muito prazer sou Eliza Yang e vou ajudar você a se adaptar e aqui e te auxiliar. Pode me acompanhar?

- Claro. - sorri sem mostrar os dentes e a acompanhei.

Ela falava umas trezentas mil coisas me mostrando os lugares e eu juro que tava tentando decorar apesar de eu ser lerda demais.

Entramos em uma porta a esquerda aonde havia uma pequena sala, uma mesa com porta canetas, um computador - da Apple vale ressaltar -  uma pilha de papéis acumulados, uma porta ali perto, duas cadeiras a frente da mesa e mais para trás uma espécie de lugar aonde você aguarda.

Parecia o lugar onde eu trabalharia. Eliza pegou alguns papeis me explicando o que eu teria que fazer e como eu cuidaria de agenda do meu chefe.

Era BEM cheia. Tipo, nem 5 minutos de descanso aquele cara tinha.

- Olha... Sr. Beauchamp é um cara muito frio quando se trata de negócios. Nunca entre na sala dele sem que ele peça, e se for entrar bata, sempre bata na porta. Você é a secretária do dono desse hospital.

- Que? - me engasguei.

- Poisé querida. Só nesse mês 7 secretárias pediram demissão por causa dele. Então se não quiser ser a oitava, vai ter que aguentar.

- Nossa - cruzei os braços.

Não me falaram que eu seria tudo isso quando me disseram que eu passei. Pra mim eu seria só uma secretáriazinha que ganharia 1.300 de salário.

- quanto ao seu salário...- falou parecendo que leus meus pensamentos. Me entregou uma folha com tudo escrito. - Este será seu salário. Acho que agora está tudo certo.

Quase caí dura para trás ao ver o tamanho da quantia - Espera...tudo isso?

Ela assentiu e eu encarei o papel e os números gordos de volta.

Sete mil dólares. Caralho eu tava rica.

- Ele é generoso quando quer - disse ela.

Generoso? Queria beijar os pés dele por isso.

- Isto não está certo!!! Contratem uma nova então !! - quase berrei de susto ao ouvir o Berro que veio da sala ao lado.

A voz grossa me fez estremecer dos pés a cabeça e engoli em seco.

- Digamos que ele é hmm... Bem estressado. Negócios e a família o estressam - disse como se soubesse bem o que falava.

- Ahn.... Tudo bem... E agora?

- Agora vamos começar. - falou apontando para a minha mesa e eu engoli em seco.

Vamos lá Anyzinha.

Tempestade - BeauanyWhere stories live. Discover now