O novo caso

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"Vieram dois homens na minha casa essa manhã, me chamaram para experimentar um novo medicamento, disseram que talvez poderiam tirar isso de mim"

Estava uma correria no jornal. Depois do incidente em que cinco cientistas foram mortos por algo misterioso. Ninguém tinha certeza sobre sua segurança, fiquei feliz por saber que eu seria a encarregada em escrever o que houve com eles, muitos se sentiram aliviados por não terem sido escolhidos, pois ninguém queria conversar com os polícias encarregados do caso e ficar mortos como nossos amigos mutilados. Peguei o papel do caso, era uma única folha, e só tinha alguns dados como; endereço, os nomes dos mortos e nome da família
-Só isso? - perguntei para meu chefe.
-É tudo que temos, os polícias não quiseram nos dar mais nada de informações, boa sorte com esse caso, você vai precisar.
D

epois de andar por um bom tempo pelas calçadas pequenas e úmidas, por causa da chuva de hoje cedo, eu voltei para minha casa. Mal conseguia abrir a porta de tanta bagunça que estava na minha sala, roupas estavam largadas pelo chão, as sobras da comida em cima da mesa, a TV ligada no jornal e as luzes apagadas, parecia uma caverna com um urso morando nela. Joguei minha bolsa na mesa ao lado da porta, andei até o sofá e empurrei tudo que estava lá para o lado, sentei e li os papéis que meu chefe me dera

-Que droga John, como você quer que eu me vire com isso? - murmurei - vamos recorrer a métodos um pouco quanto divertido - levantei do sofá a procura do meu celular, joguei muitas roupas no chão para ver se o acha, subi as escadas que ficava entre a entrada e a sala, abri a porta do meu quarto que estava com um leve cheiro de velho misturado com bebidas, vasculhei na minha cama e joguei todos os papeis no chão, abri meu guarda roupa e como esperado não tinha roupa nenhuma lá, e nem meu celular, escutei ele tocando lá em baixo, desci as escadas e escutava ele na mesinha perto da porta, peguei a mochila e abri todos os zíperes, tirei a mochila da mesinha e meu celular estava em baixo dela
-Thomas?
-Alice, soube que você conseguiu pegar o caso dos cientistas
-Já não pedi para parar de me stalkear?
-Impossível, você sempre tem algo novo para fazer, e é divertido ver você tentando fazer o nosso trabalho
-Que ainda consigo fazer melhor que vocês, enfim... - Thomas me interrompeu
-Não vou te dar nenhuma informação, você sabe que eu não posso
-E desde quando você obedece regras?
-Desde que quase te prenderam por conta disso, mas você consegue se virar, só liguei pra você tomar cuidado com esse caso desta vez
-Até
G

uardei o celular no bolso e peguei o papel do caso de novo. Jonathan Almeida, Cristian Roseiro, Milena Silva, Lucas Dante e Matheus Lincon, esses eram os nomes dos cientistas mortos, me decidi que iria na casa de cada um para saber mais sobre eles e mais do que nunca eu precisaria ir mais rápido do que a policia.
E lá estava eu batendo na porta da casa pequena com paredes verdes do Jonathan, gramado sem vida e ao redor de uma rua cheia de comércio, não escutei nenhum barulho vindo de dentro da casa, só conseguia escutar os carros buzinando, pessoas gritando sobre suas lojas com as pessoas, e que o céu estava avisando que logo iria cair uma grande chuva, bati mais três vezes desta vez escutei um leve murmúrio
-Tem alguém ai? - Gritei um pouco mais alto que os comerciantes
-Vá embora! - Respondeu uma voz grave e rouca, que parecia que o dono da voz fumava três maços por dia
-Eu só quero fazer algumas perguntas Sr. Almeida
-Não quero ir para esse tal de asilo, então pode ir embora!
-É sobre seu filho - sem respostas.
Escutei o barulho das trancas sendo desfeitas e a porta se arrastando no chão, pela fresta da porta vi um olho castanho escuro e sobrancelhas brancas e uma testa toda enrugada, então ele finalmente falou
-O que houve com ele?
-O senhor não sabe?
-Sei que ele tinha um trabalho muito importante para fazer
-Senhor - Fiz uma pequena pausa antes de voltar a falar - Ele morreu
Ele não falou nada, ficou me olhando confuso, acho que estava pensando como isso aconteceu, quando e onde
-Entre - Disse enquanto abria a porta
Ao entrar logo percebi que ele tinha muito cuidado com a casa, tudo estava em seu devido lugar, olhando reto via um pedaço da cozinha, branca como a branca de neve, vinha um cheiro de café de lá, a esquerda estava a sala, com um sofá marrom de couro e uma pequena televisão velha, ele apontou para o sofá pare eu me sentar, finalmente quebrando o silencio que tinha permanecido por alguns minutos
-Como... como ele morreu?
-Não sabemos, pelo menos ainda, mas acho melhor você me perguntar o que quer depois de desligar o café
Ele saio na rapidez para desligar o fogo de seu café quase fervido, notei um quadro do lado da televisão, era de um jovem com jaleco branco e roupas casuais por baixo, seu cabelo era castanho e seus olhos eram verdes claros
-Ele era um bom garoto - Falou o senhor com uma xicara de café na mão, me oferecendo - Jonathan sempre tomou cuidado para que isso não acontece
-Todo cuidado é pouco senhor Almeida - Peguei a xicara de café aceitando sua oferta - Mas como assim ele tomava cuidado para que não morresse?
-Bom a profissão dele nunca foi muito segura, - dizia meio atormentado indo sentar no sofá - algumas vezes que ele voltava para casa era como se alguém o tivesse seguido, ele sempre falava que tinha pessoas que queriam saber coisas que ele sabia, ou que queriam vender o trabalho dele, não sabia que isso ficaria tão perigoso, se eu pelo menos soubesse - disse essa frase melancolicamente com os olhos com lagrimas e com uma cara um pouco amarga
-Mesmo se o senhor soubesse isso ainda poderia acontecer ou então o senhor poderia ficar em perigo também, mas o que o seu filho estava trabalhando?
-Eu não sei, ele não me conta sobre os seus trabalhos, mas ouvi ele comentar sobre algum tipo de fenomeno incrivel pelo telefone
-Eu poderia ver o quarto dele?
-Claro, é lá em cima na segunda porta a esquerda
-obrigada
Subi as escadas calmamente e entrei em um corredor, no final dele tinha uma janela branca, as paredes eram amarelo claro, a luz piscava um pouco mas não era tão ruim assim, as portar eram de madeira escura, entrei na segunda porta a esquerda. O quarto estava muito arrumado, a cama ficava do lado da janela e o guarda roupa do lado da porta, e tinha uma pequena escrivaninha do lado da cama, vasculhei a escrivaninha e continha vários papéis, uns tinham desenho de uma sombra com olhos fundos e brancos, outros tinham algumas anotações sobre algo que se chamava "E.U.D", peguei alguns papéis e coloquei na bolsa, fui em direção para o guarda roupa e o abri vi vários paletós iguais, e uma roupa casual com algo no bolso da camisa, coloquei a minha mão lentamente e peguei um papel amaçado, abri e tinha uma foto de quatro pessoas, Jonathan estava no fundo e mais três pessoas, uma das pessoas parecia estar doente só pela aparência, olhei o verso da foto e tinha um pequeno texto escrito
"Obrigado pela ajuda, sei que o que estamos fazendo é perigoso, não lhe culpo por ter fugido mas gostaríamos que você não contassem para ninguém o que estamos fazendo".
-Encontrou alguma coisa?
Virei assustada guardando a foto em meu bolso, era só o Sr. Almeida
-Só alguns desenhos, nada de mais
-Quando você souber o que aconteceu com o meu filho, por favor, venha me contar, mesmo que seja a coisa mais horrível do mundo
-Mas é claro...
Visitei as casas dos outros três cientistas, Cristian Roseira, Milena Silva e Matheus Lincon, aparentemente eles não gostavam muito de levar material de trabalho para casa, não encontrei nada além de medicamentos, a ultima casa que restava era a do Lucas Dante. Achei estranho já que no papel que meu chefe me deu, não havia nenhuma informação sobre ele além de seu nome. Sabia que desta vez teria que seguir a policia.

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