Ardgarde

Capitulo 1

Terra e pó foram tudo que sobraram , é tudo o que se vê na linha do horizonte de um mundo que abrigou os animais mais exóticos, a fauna mais bonita e as águas mais cristalinas, e tudo que sobrou disso foi o pó batido da terra .

Faz uma semana que saí do abrigo subterrâneo que meu pai fez, por falta de oxigênio e comida , isso me fez esquecer quão miserável estava aqui em cima, mas em quanto ando pela areia, tampando cada pedacinho de pele , me corrói pensar que os humanos foram os responsáveis pelo próprio fim .

A ganância tem o preço mais caro , ele exige tudo . Era sempre mais fábricas pra lucro , derrube essa floresta para madeira , escave o solo e pegue as pedras . Mas o maior erro deles foram que tudo tem um preço e você sempre paga por ele .

As pessoas falam que tudo começou em um verão , nunca se fez tanto calor e não chovia a meses , os países mais frios, não sabiam dizer mais o que era neve .E a maior notícia logo chegou nos jornais de todo o mundo .

Extra extra os polos sul e norte derretem!

Em um verão tudo acabou , neve era uma coisa do passado , os cientistas constataram que toda barreira natural contra o sol não existia mais . O caos foi instaurado, se o sol não matava, as próprias pessoas se matavam por alimentos .

As árvores foram definhando uma a uma, a água secando , e o último grito de resistência da humanidade foi tentar modificar os pulmões dos bebês para se adaptarem ao novo clima .

Muitos morreram mais eu fui um desses bebês milagrosos , mais isso era só uma medida para ganharmos tempo pra reverter o estrago da terra.

Mas o tempo está se acabando e nada foi feito ,o planeta está cada vez pior, até não restar mais nada .

Sempre penso quanto a humanidade foi imbecil de se voltar contra o que os mantinham vivos , foi a lição mais sacana que a natureza nos deu .Agora estou aqui umas das poucas pessoas vivas em Ardgarde, só uma garota de 18 anos tentando reverter o que imbecís ricos fizeram antes .

A noite está se aproximando e de longe avisto alguns prédios abandonados , não gosto da ideia de parar nesse prédio, por mais que tenham poucas pessoas no mundo as que sobraram não são as melhores, todas as pessoas agora estão ligadas no mais alto grau da sobrevivência que é mate qualquer estranho e roube o que ele tem, tudo para sobreviver , por isso vou pela lateral e verifico se tem alguém .

Subo até o quarto andar que sobrou do prédio , tento arrumar um espaço decente pra deitar, tiro o véu que cobria meu rosto e cabelo, muita terra cai dele, tento pentear o cabelo mais desisto ele é grande de mais e pra minha sorte é bem preto o que disfarça a terra nele , sento no lençol que estendi no chão que é minha mais nova cama portátil, e dentro da mochila tiro o caderno de anotações do meu pai .

Já li e reli e atualmente é minha maior esperança, nele conta a história de um grupo chamado elementares , onde essas pessoas carregavam o dom de um elemento com sigo , como ar , fogo , terra , água , mas eles foram destruídas , mas meu pai foi um cientista e nos seus últimos dias de vida juntou informações e descobriu que ainda resto um último elementar .

Releio mais uma vez a última parte me enchendo de esperança, me pego pensando como é tolo me agarrar a uma fantasia, mas se não tentar tudo estará perdido .

Abro o mapa e pego minha lanterna a bateria está fraca e fica piscando, dou uma batidinhas nas pilhas e volta a funcionar , esse mapa não é como o de antes que tinha continentes , países, cidades, esse só tem uma grande massa de terra que tudo se chama Ardgarde e agora temos grupos que são chamados de oásis e cada oásis tem seu próprio nome, mais são muito raras de encontrar , não são fixas, o oásis que estou tentando encontrar é Raydeer , conhecida por seus habitantes maus e implacáveis .

A última vez eles foram visto mais ao sul mas acabei de vir de lá e não tinha nada , Raydeer na verdade não é um lugar e sim um grupo nômade, estão sempre se deslocando por lugares que já estiveram isso me ajuda a tentar achá-los , risco no mapa ao sul onde está escrito Raydeer, o melhor lugar agora para tentar é no sudeste a próxima parada .

Fecho o mapa e preparo a mochila , pego o último pacote de um biscoito duro que não tem gosto de nada e como tudo como se fosse a fruta mais deliciosa e pego meu último gole de água do dia , só tenho mais uma garrafa .

Deito fingindo que não estou com fome que bebi tanta água que é por isso que minha barriga dói, fecho os olhos e tento imaginar como eram as árvores que meu pai me contava, como seria um pássaro e caio no sono .