20 | Ao lar

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A viagem foi desconfortável, porque eles viajaram espremidos no banco traseiro dos táxis com os malões. Bichento e Loki levaram algum tempo para se recuperar do susto com os fogos e, até entrarem em Londres, Harry, Ron e Hermione acabaram arranhados, já que Ambêr ameaçou jogar os gatos pela janela e se sentou do outro lado do carro. Sentiram um grande alívio ao desembarcar na estação, embora a chuva caísse mais forte que nunca e eles tivessem se encharcado para atravessar a rua movimentada para entrar na estação com os malões. O Expresso de Hogwarts, uma reluzente locomotiva vermelha, já estava aguardando, soltando nuvens repolhudas de fumaça, através das quais os muitos alunos de Hogwarts e seus pais parados na plataforma pareciam fantasmas escuros. Pichitinho fez mais barulho que nunca em resposta ao pio das outras corujas escondidas na névoa. Harry, Rony, Ambêr e Hermione saíram em busca de lugares e logo estavam guardando a bagagem em uma cabine mais ou menos na metade do trem. Depois, eles tornaram a saltar para se despedir da Sra.Weasley, de Gui e Carlinhos.

- Talvez eu volte a ver vocês mais cedo do que pensam - disse Carlinhos, rindo, ao dar um abraço de despedida em Ginny.

- Por quê? - perguntou Ambêr interessada.

- Você verá - respondeu Carlinhos. - Só não diga a Percy que eu falei isso...

✔︎

Os amigos passaram pelos portões, ladeados por estátuas de javalis alados, e as carruagens subiram o imponente caminho oscilando perigosamente sob uma chuva que parecia estar virando tromba-d'água. Curvando-se para a janela, Ambêr pôde ver Hogwarts se aproximando, suas numerosas janelas borradas e iluminadas por trás da cortina de chuva. Os relâmpagos
riscaram o céu no momento em que a carruagem parou diante das enormes portas de entrada de carvalho, a que se chegava por um lance de degraus de pedra. As pessoas que tinham tomado as carruagens anteriores já subiam correndo os degraus para entrar no castelo; Harry, Ron, Ambêr e Hermione, Neville saltaram da carruagem e correram escada acima, também, só erguendo a cabeça quando já estavam seguros, no cavernoso saguão de entrada iluminado por archotes, com sua magnífica escadaria de mármore.

- Carácoles - exclamou Ron, sacudindo a cabeça e espalhando água para todos os lados -, se isso continuar assim, o lago vai transbordar. Estou todo molhado, ARRE!

Um grande balão vermelho e cheio de água caíra do teto na cabeça de Ron e estourara. Encharcado e resmungando, Ron cambaleou para o lado e esbarrou em Harry na hora em que uma segunda bomba de água caiu - errando Ambêr por um triz, ela estourou aos pés de Harry, espirrando água gelada por cima dos tênis e das meias do garoto. As pessoas em volta soltaram gritinhos e começaram a se empurrar procurando sair da linha de tiro - Ambêr olhou
para o alto e viu, flutuando seis metros acima, Pirraça, o poltergeist, um homenzinho de chapéu em forma de sino e gravata-borboleta cor de laranja, o rosto largo e malicioso contorcendo-se de concentração para tornar a fazer mira.

- PIRRAÇA! - berrou uma voz zangada.

- Pirraça, desça já aqui, AGORA!
A Profa. Minerva McGonagall, subdiretora da escola e diretora da Grifinória, saiu correndo do Salão Principal; a professora escorregou no chão molhado e agarrou Ambêr pelo pescoço para evitar cair.

- Ai... desculpe, Srta. Weasley...

- Tudo bem, professora! - ofegou Ambêr, massageando a garganta.

- Pirraça, desça aqui AGORA! - bradou ela, ajeitando o chapéu cônico e olhando feio pelos óculos de aros quadrados.

- Não tô fazendo nada! - gargalhou Pirraça, disparando uma bomba de água contra várias garotas do quinto ano, que gritaram e mergulharam no Salão Principal. - Já molharam as
calças, foi? Que inconvenientes! Ihhhhhhhhhh! - E mirou mais uma bomba em um grupo de alunos do segundo ano que tinha acabado de chegar.

Diário de uma Weasley - Entre o Bem e o Mal Where stories live. Discover now