"Encontro"

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Capitulo 01

     O céu se encontrava sombrio é escuro naquela tarde, me fazendo refletir sobre o passado e presente. 

O que foi minha vida, em todos esses anos? Sacrifício e devoção. 

          Quando foi a última vez que me coloquei à frente dos outros? Como deixei que meus dias se tomassem tão escuros como aquela tarde, pesada e triste.
    Mais do que qualquer sentimento de medo ou preocupação, talvez sé pudesse voltar àquela noite tivesse feito diferente, ou teria feito da minha vida a mesma, quê é hoje.      
   E engraçado pensar nas simples coisas que nós fazem falta, mas coisas que realmente fazem falta, quando tudo sé acaba.
Ainda me lembro do cheiro da terra molhada, quando a chuva começou no fim de tarde de noventa e cinco, ela avia estragando aquele dia, más mesmo com a chuva conseguia escutar os diversos sons que a cidade esbanjava, sé misturando com os sons das gotas barulhentas. 

      Naquela tarde a chuva estragara meus planos de dançar no salão da cidade, a chuva acabará por volta das nove da noite e logo os sons da música se misturava ao das buzinas, decidirmos então que a noite não estava totalmente perdida, afinal não é todo dia que se comemora vinte anos, iríamos dançar no salão da cidade, mais logo decidirmos ficar na praça central para podermos ver o alvoroço das senhoras “bem vestidas” que queriam “sapatear” com seus maridos.

     Foi em uma praça no começo da noite que percebi um olhar malicioso de um belo rapaz, mal sabia eu que aquele rapaz mudaria minha vida, assim como a forma como eu encararia, a partir daquele dia meus problemas, no começo não o dei moral, mais com o passar do tempo aquele olhar foi me dando uma leve irritação, já logo enfurecida resolvi confronta-lo e o encarei de volta, de modo a constrange-lo, olhava-o fixamente, aparentava ser um ou dois anos mais, velho que eu, minha intenção de constrange-lo definitivamente, não avia funcionando, pois, ele se mantiveram imóvel e sereno ao contrário de mim, não demonstrava nenhum sinal de nervosismo ou timidez pelo contrário parecia gostar da atenção que o dei, mais o que mais me chamava a atenção era sua atitude confiante e seu sorriso levemente sobranceiro.    
    Logo que me dou conta vejo minhas irmãs ao longo da estrada, me lembro vagamente de que eu disse que não iria àquela agora que ficaria para aproveitaria esse pequeno momento de liberdade que eu sentia, afinal amanhã já voltaria a velha escravidão de sempre.       Quando me dou por conta vejo a sombra do rapaz que se aproxima; 

      — Quantos anos faz hoje? Bom era quase impossível não ver a vossa euforia de onde eu estava.
Lembro-me, de apenas levantar os olhos e dar um pequeno suspiro, logo abaixando a cabeça sem lê dar resposta, bom afinal no auge dos vinte anos queria desmontar ser madura e que não estava dando moral para qualquer um.    
    — Vejamos bem, de longe tão bonita, porém, de perto tão mal-educada — ele disse enquanto me sondava a espera de uma resposta — bom então eu prefiro ficar com a visão que eu tinha de longe assim você não destrói minhas esperanças.  
    Na hora não consegui me conter e soltei um leve sorriso de canto, na mesma hora ele tomou meu sorriso como um convite para se sentar ao meu lado.               

           — E o senhor tão inconveniente, não acha? — digo-lhe demostrando desinteresse. 

       — Olha, então o coelhinho sabe falar — ele me diz já soltando um sorriso sobranceiro. 

      — Sua mãe nunca te disse para não conversar com estranhos — falo já lhe dando minha total atenção afinal, já havia sido chamada de coelho, como piorar? 

      — Meu nome e Carlos, aliás — ele me diz dando um sorriso sem graça a espera de uma resposta — e você se chama? — ele perguntar após esperar por uma resposta.  
     
      — Zilda — digo-lhe já me preparando para levantar e ir embora.    

      — Pode parecer estranho mais desde que te vi não consegui tirar os olhos de você — ele diz enquanto estende a mão, esperando um comprimento formal. Confesso que ele avia conseguido minha atenção;    

     — Bom, talvez eu não tivesse percebido se você não tivesse passando as últimas horas me olhando — digo-lhe ao complementa-lo por educação, Carlos era um jovem alto de cabelos negros com um porte físico capaz de deixar qualquer menina boba, causando euforia por onde passasse ao contrário de mim que era baixa de cabelos longos e negros, não era feia ao contrário, porém, ainda era tão inexperiente.
Assusto-me quando ele passa suavemente a mão em meus cabelos e diz com uma voz silenciosa. 

     — Talvez eu não tivesse olhando se você não fosse tão bonita assim — confesso que fiquei levemente encantada com sua forma de cochichar para que ninguém escutasse, algo nele me deixará nervosa, talvez constrangida, já levemente avermelhada como um pimentão, sem resposta pela primeira vez eu perdera a fala, talvez o jeito como sua voz agora soava como melodia, música entre meus ouvidos. 

        Tive a completa certeza que“ não avia nada certo”, não poderia simplesmente me levantar e ir embora, minhas pernas não queriam, meu consciente gritava aos quatro cantos para me levantar e ir embora, mais meu corpo já não mais respondia, algo me prendia naquele banco, sem resposta, não o disse nenhuma palavra, apenas dava pequenos sorrisos a cada pergunta recebida. Por horas ficamos lá em silêncio, abaixo de uma centenária barriguda, quando me dou por conta do horário, levanto-me sem hesitar.    

      —Olha a hora tenho que ir embora — acabará de me dar conta que avia apenas nós na praça e que já era tarde da noite. 

       — Tem que ir mesmo? — ele perguntar com um olhar de decepção. 

       — Sim, minha mãe, bom pela hora já deve estar querendo me matar — falo em tom de brincadeira, porém, decepcionada porque provavelmente não o veria de novo, me despedi já caminhando quando percebo sua movimentação atrás de mim. 

       — Não vai me proibir de te acompanhar até sua casa — ele diz já ao meu alcance, sei que suou meio perigoso, mais a verdade e que já estava boquiaberta com sua insistência.

       — Como não o deixaria? Pode uma moça caminhar sozinha tarde da noite, e os perigos noturnos — digo-lhe em tom de ironia dando-lhe um olhar de canto.        Ele riu como se ouvisse isso pela primeira vez.

        — Enfim, já e comprometida? — ele fez essa pergunta como se só agora tivesse se dado conta, Fiz que não com a cabeça e logo percebo outro sorriso.

         — Então posso voltar para te levar para um passeio talvez ou outra caminhada noturna, bom se você aceitar — ele me perguntar com um ar de vergonha.
Assenti com a cabeça e logo percebo que seu rosto se ilumina. 

         Ponto, chegamos a minha casa, e nessa altura me dou conta que naquele momento me despediram e que provavelmente não o veria denovo. 

        — Espera antes de você entrar quero te dar um presente de aniversário, já que não quis me contar sua idade pelo menos aceitara meu presente — assenti com a cabeça — mais tem que fechar os olhos — me deparo com sua mão sobre a minha, sei que e bem criche, mais sim, quando me deparei com seus lábios de encontro aos meus, meio gelado pelo frio mais incrível, logo avia dado o meu primeiro beijo, e agora por dentro um sentimento estranho e fervilhante começou a subir pelo meu peito, até então não sabia o que era um romance, mais naquele momento senti um sentimento mágico.

 Surpresa, porém, já esperando que àquilo fosse acontecer digo-lhe;

      — Vinte — digo-lhe meio abobada — vinte anos.         — parabéns — ele me diz enquanto tira sua mão da minha. 

       Despeço-me, lutando contra a vontade de soltar um sorriso bobo, quando ao entrar dou uma leve olhada para trás e percebo seu olhar ainda fixo em mim.             Respiro fundo e lhe dou um aceno tímido enquanto o observava nos olhos, e naquele momento senti que àquilo era tudo que importava.

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⏰ Last updated: Jul 31, 2021 ⏰

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