Prólogo

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Olá :)

Obrigada por dar uma chance à minha escrita. Espero que gostem e sintam-se à vontade para votar e comentar!

Boa leitura <3

Serendipity: a sorte de encontrar algo precioso que não estava sendo procurado. Uma feliz descoberta ao acaso.

A aparição dos primeiros raios de sol alcançaram o rosto de Louis pela fresta da janela de seu quarto. Ele mal havia acordado e seu corpo já dava indícios de que pretendia voltar a dormir, desejando ignorar as responsabilidades lhe sugando.

Na noite anterior, onde uns amigos do curso decidiram sair para beber, Louis achou que seria uma boa ideia ultrapassar os limites. O que, obviamente, resultou em uma ressaca insuportável.

Deu no que deu. Ele voltou para casa tropeçando nos próprios pés ao descer do táxi, e assim que chegara, caminhou em passos embaraçosos até o banheiro, vomitando toda a bebida que havia ingerido (sabe-se lá quantas e quais foram).

E agora, pela manhã, estava acordando com um péssimo humor, sentindo que sua cabeça poderia explodir a qualquer mínimo movimento.

Se arrastou para fora da cama após checar o horário no despertador em cima da escrivaninha, e caminhou até o banheiro, fazendo as devidas higienes pessoais e tomando um banho gelado em seguida para espantar o sono. Quando retornou ao quarto com a toalha amarrada na cintura, ouviu seu celular vibrando na cômoda ao lado da cama. Era Niall. E tinham mais duas chamadas perdidas de sua mãe e algumas mensagens no grupo de seus amigos.

Ele resolveu atender Niall primeiro.

– Oi, Niall. – Sua voz entregou que não estava com ânimo algum. Encaixou o celular entre a curva do ombro e a orelha e foi em direção ao guarda-roupa para escolher a roupa que iria usar para o curso.

Bom dia, Tommo! Já está pronto? – Niall realmente estava animado àquela hora da manhã? Porra, não eram nem 7:30 de uma segunda-feira. Louis revirou os olhos com o pensamento.

– Claro que não, eu praticamente acabei de levantar. Você não está de ressaca? – Terminou a frase já decidido sobre o que iria vestir: um moletom preto com detalhes vermelhos na frente, e uma skinny jeans – como sempre.

Louis não costumava se arrumar tanto quando se tratava de ir para o curso. Ele nem sempre acordava querendo descontar sua frustração em tudo que visse pela frente, mas hoje definitivamente era um desses dias. Então, não se esforçou em escolher uma roupa melhor.

Eu não bebi tanto quanto você, lembra? – Niall desdenhou, zombando da ressaca do amigo. – Enfim, você pode passar na minha casa para irmos juntos hoje?

– Sério, Niall? Para isso eu teria que pegar o metrô... – Louis realmente não estava afim de ter que mudar seu percurso. Não hoje. Ouviu Niall bufar do outro lado da linha, já sabendo que ele com certeza estava revirando os olhos.

E qual o problema de você vir de metrô? Eu quase nunca te peço isso. E aliás, sabia que fui eu que chamei seu táxi para você conseguir chegar em sua casa são e salvo ontem? Você nem sabia onde estava, cara. – Apelou para a chantagem.

– Jesus, você se aproveita muito da minha boa vontade. Passo aí em uns 40 minutos, não quero atraso. Até daqui a pouco! – Desligou sem esperar uma resposta de volta, jogando o celular na cama enquanto se arrumava devidamente.

. . .

Louis definitivamente não se importava em ir de metrô. Ele normalmente fazia isso quando tinha que mudar o percurso por conta de Niall, que insistia para irem juntos algumas vezes na semana.

Nunca foi um problema para Louis. Ele gostava, na verdade. Só nunca assumiria isso na frente do amigo, pois sabia que ele nunca esqueceria.

Tomlinson gostava porque, além de mudar um pouco sua rotina monótona, ele tinha a oportunidade de desenhar pessoas aleatórias que encontra na estação.

Ele adquiriu tal mania há uns dez meses atrás, quando entrou para um curso de artes.

Desde garoto, mostrava interesse por pinturas e desenhos, e sempre parava para admirar os quadros pendurados nas paredes sem graça da casa de sua avó. Inclusive, ela foi a responsável por incentivá-lo a começar um curso que pudesse desenvolver nele o gosto pela arte.

E ele realmente amava, mesmo sendo um iniciante e não ter avançado para as pinturas em tela ainda. Agora com 26 anos de idade, sempre que tinha a oportunidade, estava com seu fiel caderno de desenhos e um lápis profissional na mão.

Foi no curso que ele e Niall se conheceram. Louis também conheceu seu outro amigo, Liam, no mesmo lugar, mas Payne entrou mais recentemente, então não tinham tanta intimidade como os outros dois, que era como um combo: compre 1 e leve 2.

Desenhar pessoas que ele nem mesmo conhecia na estação de metrô era definitivamente uma das melhores partes de seu dia, e uma das únicas coisas eficientemente capazes de fazer com que o mau humor se dissipasse aos poucos de seu corpo.

Após mandar uma mensagem avisando à sua mãe que estava tudo bem, ele pegou sua bolsa de mão, seu celular e as chaves, e saiu de casa – não sem antes conferir pelo menos três vezes se o caderno e o lápis estavam com ele. Sem julgamentos, ele era um pouco fissurado nisso.

Caminhando sem pressa, Louis notou que apesar de haver algumas poças de água da chuva do dia anterior, estava ensolarado. Ele gostava do clima assim, era aconchegante.

Ele também costumava observar as pessoas enquanto caminhava. Notou algumas com um mau humor notável no rosto, talvez por ser cedo ainda – como em seu caso. Já outras, pareciam satisfeitas em ter os raios de sol esquentando suavemente suas bochechas.

O caminho da casa de Louis até a estação era curto, de no máximo vinte minutos a pé. Seu período começava apenas às nove horas, então estando ciente de que não estaria atrasado, decide passar na cafeteria da esquina de seu bairro, pagando por um croissant e um café expresso. Ele gostava de ouvir música em seus fones de ouvido enquanto comia durante o restante do percurso.

Checando o horário em seu celular, Louis vê que ainda faltam alguns minutos para o metrô chegar, então decide passear os olhos pelas pessoas que já estavam ali enquanto se aproximava com passos curtos.

É sempre assim quando Tomlinson chega: ele observa ao redor e faz um desenho mental de alguns que considera interessantes. Assim que entra no transporte, procura por um lugar próximo da pessoa "escolhida" e começa a desenhá-la – não sem antes pedir a permissão da mesma, é claro.

Ele geralmente não tem dificuldade de encontrar a pessoa e de executar o desenho, mas parece que é o que acontece hoje.

Os olhos de Louis não conseguem detectar ninguém que seja digno de ser desenhado. Não que as pessoas ali fossem feias ou desinteressantes, ele apenas era muito minucioso em suas escolhas.

Sem acreditar que quando finalmente vem ao metrô não irá conseguir fazer a única coisa capaz de tirar totalmente o mau humor de sua face, o desenhista bufa disfarçadamente ao que se dirige para a lixeira e descarta a embalagem do café fora.

Fica mais indignado ainda quando vê que o metrô está chegando e as pessoas estão andando para o meio-fio a fim de esperar. Não há o que fazer, no entanto.

É somente quando Louis está se aproximando do amontoado de pessoas na entrada do transporte que ele vê.

Porra.

Aquilo era realmente um ser humano?

Se sim, definitivamente o mais bonito que Louis já viu em todos esses meses. Ou melhor, poderia facilmente ser em toda a sua vida.

Lá estava a pessoa que Tomlinson iria desenhar, ele não precisou pensar duas vezes.

Serendipity Where stories live. Discover now