𝐁𝐨𝐧𝐧𝐢𝐞, 𝐂𝐥𝐲𝐝𝐞 𝐞 𝐚𝐬 𝐬𝐞𝐭𝐞 𝐜𝐚𝐛𝐫𝐚𝐬

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Esperasse eu para que minha vida mudasse, que ficasse rica, vivesse aos montes de felicidade, e que todas as memórias se apagariam. De todos os sonhos, rica fiquei, porém a jornada me trouxe a infelicidade até minha desejada morte. Horas essas eu estaria ouvindo música em minha vitrola parcialmente cara tocando vinis de Paulo Sérgio e Vinícius de Moraes. Enlouquecendo com a minha própria descoberta, que com quase toda certeza mudaria do mundo para melhor, mas após ver que o mundo virou um caos, como uma covarde, fugi para o fim do mundo, viajei antes que os aeroportos fechassem e ficasse presa ao meu pior desacerto, pensando a um lado, meus outros erros não me prejudicaram muito em relação a esse.

Depressa embarquei para uma área quase inacessível na Polônia. Era um local de paz, uma fazenda esplêndida, de grande território. Havia um belo lago pouco antes de dois montes que chamei de Bonnie e Clyde, eles me pareciam apaixonados. Dentro da área havia uma estufa abandonada e uma casa rústica que tinha um ar de casa do vovô. Apesar de tudo aparentar lindo (e era) estava totalmente imundo, sua velhice tornou-se um grande reino de fungos.

Após passar aproximadamente dois meses organizando o meu terreno, tudo estava perfeito. Na casa havia aconchego, no quintal havia uma área de descanso com os móveis que construí. Tive o prazer de faze-los. Também havia uma grande estufa, número de espécies de plantas, que me fez refletir, perto do lago havia várias cabras que sempre subiam os montes com seus pulinhos engraçados, facilmente caia aos risos. 

Na casa havia um cômodo secreto no qual guardava os meus segredos mais obscuros, sempre evitei entrar. Porém vivia fuçando minha biblioteca gigante, agora eu teria tempo para ler o que não li. Estava vivendo completamente bem, felicidade que não me faltava, dormia como uma criança cansada de brincar. Mas como aquele famoso ditado "A alegria de pobre dura pouco" não era pobre de matérias, era pobre de alma. Havia ido me deitar, quando surgiram sentimentos de culpa e a lembrança do que aconteceu. Neste momento tudo tinha dado errado, adoeci por um erro próprio.

𝐎 𝐥𝐚𝐛𝐨𝐫𝐚𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐨 𝐩𝐢𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐩𝐢𝐧𝐡𝐨𝐬Where stories live. Discover now