O Segredo Além do Jardim

Capítulo 1- O Velho moinho de Grãos

"Guiado através do nevoeiro
Pela luz clara da Lua
Tudo que estava perdido, é revelado

Nossos fardos de um passado distante, meros ecos da primavera
Mas para onde viemos, e onde devemos acabar?

Se sonhos não podem virar realidade, por que não fingir?

Oh como o vento gentil
Balança as folhas
Enquanto as cores do outono caem

Dançando em um redemoinho
De memórias douradas
A mentira mais amável de todas

A mentira mais amável de todas"

    Em um lugar distante, perdido e esquecido há um lugar onde poucos já foram, chamado de ‟O desconhecido ". Onde histórias esquecidas são reveladas a aqueles que passam pela mata.

Caminhando por dentre o desconhecido dois jovens corriam desesperados.

   —Kazutora, para! Acho que já corremos demais!– O jovem mais novo, de cabelos loiros tingidos, face fina e olhos azuis-oceano, que estava vestindo uma camisa de manga comprida cinza escuro dobrada a altura dos cotovelos, com um suspensório da mesma tonalidade da calça comprida ( preto ), e um all star cano alto, também de mesmo tom, Chifuyu Matsuno, disse enquanto segurava a capa do mais velho.

   Kazutora Hanemia, o outro jovem, com seus cabelos em um corte "diferenciado" bagunçado, com mechas amarelas espalhadas por toda parte, virou-se para o menor encarando-o com seus olhos cor de areia, disse:

   — Solta, Matsuno!— Puxou a capa da mão do menor— Isso é sua culpa!— Gritou, nisso, começando uma discussão.

    —Kazutora! Para! Onde nós estamos?!—Chifuyu perguntou assustado.

   Kazutora, pela primeira vez, olhou ao redor. Não que estivesse com medo, nunca admitiria, mas o lugar era aterrorizante, escuro e um pouco frio, olhando pra  cima, a única coisa visível eram as copas das árvores, era possível ouvir o som de uma coruja e outros animais qual não conseguia indentificar, além de que sentia que estava sendo observado.

   —Acho que...numa mata...—Respondeu, tentando amenizar o clima estranho que havia se instaurado

   —Isso é meio óbvio, Kazutora!— Kazutora se preparava para responder, quando Chifuyu voltou a falar— Eu quis dizer, como nós viemos parar aqui?! Nós...Nós...Estávamos correndo e... Acho que estamos perdidos... eu... eu... sou muito novo pra morrer— "eu nem consegui me declarar para o Baji-san ainda"—Como será que a minha mãe vai ficar?!

   —Matsuno! Xiu, calma! Nós não vamos morrer, ouviu?!— Kazutora tampou a boca de Chifuyu com uma das mãos pondo a outra sobre seu ombro, quando o outro acenou afirmativamente com a cabeça, o maior suspirou, tirando a mão da boca do menor— Que bom porq-aaah— Gritou quase agarrando o ombro do outro, que levado pelo grito de Kazutora, gritou também.

   Olhando para baixo, se acalmou e riu, se abaixando e pegando um gatinho preto, que lambeu seu rosto.

   — Pode me soltar Kazutora, era só um gatinho— Riu— Não precisa ficar com medo!