Noite a luz de velas.

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— Você está brincando, Snape? — Ele disse em tom severo, dando ênfase no sobrenome para que o mestre de poções soubesse sobre sua raiva.

— O quê? — O moreno ergueu o rosto e o encarou nos olhos, o cabelo caía na testa por conta de sua posição.

— Você disse que era o nosso primeiro encontro oficial!

— Sim, não é? 

— "Não é", Severus? Está querendo me dizer que meu primeiro encontro com você é ir até uma floresta, no meio do nada, cheia de criaturas mágicas e de noite com o intuito de buscar ingredientes para as suas poções? 

— Eu disse para você esperar por algo inusitado.

— Normalmente as pessoas têm uma ideia diferente quando alguém as chamam para um encontro dizendo que "vai ser algo inusitado". — O lupino cruzou os braços.

Snape suspirou.

— Você quer que eu pergunte, certo? 

— Por que não tenta ao invés de falar algo do tipo?

— Certo. — O bruxo de longos cabelos negros se levantou. — Diferente como, Remus? 

— Você disse que seria algo especial, com luz de velas e debaixo das estrelas. — O professor de DCAT balançou o lampião que levava consigo.

— Luz mágica é muito forte, pode atrair criaturas. 

— Acho melhor você ficar calado, Severus.

— Certo. — O bruxo de vestes negras respondeu como se o outro fosse seu superior naquele momento.

— Não precisava ser algo incrível, só pensei que poderia ser algo especial como um jantar ou um piquenique a luz de velas. — Lupin deu o lampião na mão de Snape.

— Você quer que eu te chame para um jantar a luz de velas? — O moreno segurou o lampião e respondeu sem compreender direito.

— Não sei, Snape, será que quero? — Remus disse impaciente.

— Não sei, você quer? — Severus fez sinal de que não compreendia com a mão que estava livre. 

Remus apenas virou o rosto para um ponto aleatório com a cara emburrada. Ele já estava com sono e cansado de tanto andar. 

Severus respirou fundo.

"Será que meu namorado gostaria de sair comigo para um jantar a luz de velas?". O moreno arriscou falar. 

Remus o encarou com as sobrancelhas baixas. 

Severus respirou fundo de novo.

"Remus, meu amor, você quer ir jantar comigo amanhã?"  

Nada de diferente aconteceu, então Snape se abaixou de novo e continuou a procurar enquanto Lupin olhava-o indignado diante do descaso. O lupino estava prestes a se virar e ir embora quando o professor de poções se virou com as mãos cheias de florzinhas selvagens aleatórias formando um mini buquê.  

"Remus John Lupin, aceita me acompanhar em um jantar a luz de velas?". Severus o encarava sério enquanto, ainda abaixado, perguntava.

Remus não conseguiu esconder o pequeno sorriso que invadiu seu rosto. 

— Seu idiota. — Ele deu a mão para ajudar Snape a se levantar.

— Isso foi um sim? — O mestre de poções, que estava com o lampião em mãos, perguntou sem entender. 

Remus deu um tapinha leve em sua cabeça e roubou-lhe um rápido beijo.

— Achei que não ia perguntar. Vamos ir embora, Sev.

Severus olhava bobo diante do beijo que acabara de receber. Ele sorriu meio sem jeito com o canto dos lábios.

— Então foi um sim? 

Lupin riu e segurou a mão de Snape. 

— Vamos aparatar. — Ele falou.

— Foi um "sim", certo? — A frase de Snape ecoou diante do som do movimento variado de rotação que tomou conta do local.

Eles aparataram.

Sem lua cheia.Where stories live. Discover now