dedicado para: angelsuebot(comentem por favorzinhooo)
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HARRY, 2011
É a primeira vez que escuto Torture Code.
Torture Code é uma banda, que toca em um bar de rock, cujo bar frequento com os meus colegas todas as sextas-feiras após as aulas da faculdade.
É uma banda legal, o estilo deles é um pouco inovador: formas geométricas desenhadas com tinta preta em seus rostos. O que mais me chama atenção é, de longe, o vocalista/guitarrista, ele tem um heartagram tatuado no pescoço e tinta em seus olhos.
— Você sabe o nome do vocalista? — pergunto para Hernnani, que mira o olhar para o palco.
— Nunca vi na vida, você pode perguntar para ele depois do show — ele diz e volta a conversar com os outros.
Nossa mesa está lotada de copos de cerveja e drinks pela metade. Os restos de petiscos estão amontoados em minha frente e eles se divertem falando sobre um caso entre professora e aluno.
You should be afraid of love
And you should be afraid of me
Cause i sucked all your energy.Não é à toa que o Love Metal seja tão aclamado hoje em dia.
Percebo que seus olhos são azuis quando ele me olha. É um bar pequeno, poucas pessoas estão concentradas ao lado de dentro e centenas ao lado de fora. Minhas bochechas queimam em vergonha, não achei que ele estivesse notando minhas olhadas.
E ele é tão bonito...
Que homem fica bonito com um piercing na ponte do nariz hoje em dia? Ou com alargador? Talvez seja apenas a traição recente me fazendo pensar o quão bonitos outros homens podem ser.
Desvio o olhar e viro um shot que sequer é meu.
Meus colegas costumam fechar o bar de tanto que ficam bêbados e arranjam conversas fiadas. Consigo, por sorte, ter o nome dos integrantes da banda, graças ao conceito aberto do bar, que influencia na ventania interna e traz a setlist até os pés de Hernnani.
Louis Tomlinson
Tyfer Williams
Line JonesPor estar em primeiro lugar, julgo que Louis é o nome do vocalista.
Guardo a setlist em meu bolso e deixo minha parte da conta sobre a mesa, eles poderiam se virar depois.
Morar em Londres é ter consciência de que o tempo é imprevisível.
Está garoando quando saio do bar. Passo em frente a faculdade, e vejo os alunos da noite saindo da aula. Há uma van estacionada a poucos metros de distância e tem T.C pichado nela.
Vejo a banda ajeitando seus instrumentos e se apertando para se sentarem nos bancos. O vocalista está fumando com o braço para fora, sentado no banco do motorista. Ele sorri, parece chapado, e cantarola alguma música que não conheço.
Pareço um louco, ando tão vagarosamente que chega a ser considerado que estou parado. Ele pode me achar um stalker maluco e, Deus, não é isso que quero.
Caminho de volta para casa. Não tenho um tustão furado no bolso. Espero que meu irmão tenha, pelo menos, deixado a porta aberta.
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