Capítulo 1: Abandonado

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- Hoje vai chover.
Disse meu pai olhando pela janela. Eu chego logo atrás dele e olho pela janela também. O céu está um pouco nublado. Mas não diria que vai chover.
- Vocês dois! - Falou minha mãe. - Voltem para a mesa agora.
- Desculpa.
Eu me sento na cadeira e começo a terminar de tomar meu café da manhã. Minha mãe sempre foi a mais rígida da casa. As vezes ela era bem mais autoritária que meu pai. Ela tinha um cabelo grande e preto. Sempre estava com uma roupa que parecia que ia para uma festa. E meu pai, era o oposto. Tinha uma grande barba. Suas roupas não eram ruins, mas era considerado "inadequado para sair de casa". Era o que minha mãe falava.
Acabei puxando o lado do meu pai. Nunca me preocupei em que roupa sair. Apenas quando ia para uma festa ou algo parecido.
- Terminei.
Eu disse levantando. Coloquei meu prato na pia e saí de casa. Era sábado. Tinha marcado de ver Matheus e Alice na casa da árvore. Entrei no mato e caminhei por uma trilha, em direção da casa na árvore.
- JOE.
Um grito atrás de mim. Soltei um grito e quase cai para trás. Era Matheus. Ele começou a cair na risada.
- Seu filha da puta.
Eu digo.
- Ei. O que vocês estão fazendo?
Era Alice. Ela estava entrando na trilha.
- Vamos logo! - Disse Alice. - Eu quero chegar logo.

Matheus e Alice eram meus amigos. Os mais próximos. Éramos quase vizinhos. Desde pequenos brincávamos juntos. Matheus tinha 13 anos. Era o mais velho. Tinha cabelos cacheados. Era alto e magro. Usava óculos. Alice era loira e baixa. Usava um aparelho nos dentes.
Andei com eles pela trilha por um tempo. Então avistei aquela pequena casa. Bem alta.
Cheguei e subi as escadas que tínhamos colocado no tronco da árvore para entrar na casa. Assim que entramos, Matheus começou a falar:
- Gente. Eu achei algo incrível perto da escola.
- O quê?
Disse Alice.
- Parece uma casa abandonada.
- Você entrou nela?
- Ainda não. Mas podemos entrar nela hoje.
- Entrar em uma casa abandonada? - Disse Alice. - E o que tem de tão interessante nela?
- Achei um filhote de cachorro. Tentei pegar ele, mas ele fugiu para dentro do mato. Eu corri e encontrei a casa.
- Será que o cachorro ainda deve estar lá?
- Talvez.
Nós três nos encaramos por uns segundos. Parecia ser uma péssima ideia e ao mesmo tempo não. Nosso sábado não ia ser tão chata afinal.

Mais tarde. Matheus mandou mensagem para todos nós. A gente se reuniu na frente da escola e atravessou ela. Chegando no mato que Matheus disse. Entramos nela. Com o tempo, a mata começou a se fechar, e ficava mais difícil de andar.
- Isso vai demorar?
Falava Alice.
- Espera.
Falava Matheus.
Então avistamos a casa. Chegamos perto. E então eu percebi que a casa era bem grande. Nunca vi nada igual. Não tínhamos muitas casas de dois andares aqui na cidade. Então isso foi uma novidade. Alice passou na frente e abriu a porta.
Um rangido muito alto. A casa era enorme. Entramos e começamos a explorar. Cheguei em uma parte da casa que julguei ser a sala. Um cheiro de carniça apareceu. Estava muito forte. Vinha de outro cômodo. Já sabia o que esse cheiro era. Ou pelo menos eu pensava que sabia.
Cheguei em um cômodo com apenas uma mesa. E em cima dela, não um, não dois, mas vários animais mortos. Não aguentei o cheiro forte, e vomitei.
Matheus e Alice chegaram até mim e se espantaram com a macabra visão. Saímos da casa. E corremos em direção da estrada. Assim que saímos. Olhei no relógio, era cinco horas. Correndo mais ainda em direção de nossas casas. Quando cheguei, minha mãe começou a brigar comigo. Falou várias coisas, mas nem liguei. Estava concentrado no que tinha visto.

Continua....

Nunca saía sozinho Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang