Único

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Notas iniciais:

Primeiramente, a culpa é da Sunny.

Boa leitura!

O ruído de surpresa dos alunos trouxe um sorriso mínimo aos lábios de Tobirama e o desânimo que tomava conta de si se esvaiu assim que vislumbrou os olhos brilhantes dos estudantes que visitavam o Museu de Altamira pela primeira vez.

Localizado em Santander, no Norte da Espanha, o local costumava ser uma atração bastante comum para os habitantes locais e, principalmente, para as escolas. O Senju, enquanto professor de arte, visitava o Museu pelo menos duas vezes ao ano, mas a reação dos alunos nunca deixava de ser especial.

Ele se lembrava claramente de quando havia visto tudo aquilo pela primeira vez, de todo o fascínio e curiosidade que lhe invadiram de forma tão intensa, que ele optou por cursar história da arte e mudar-se para a Europa assim que atingisse a maioridade.

Enquanto caminhavam em direção à atração principal, a Neocueva, uma reprodução bastante verossímil da Caverna de Altamira, cujas pinturas nas paredes rochosas são datadas de quinze mil anos atrás, Tobirama resumia o conteúdo já oferecido em sala de aula:

— Como já foi dito, a Caverna de Altamira conserva um dos conjuntos pictóricos mais importantes da pré-história — Ele falava, tendo a atenção de todos voltada para si — O interior dela foi preservado porque, segundo estudos, por volta do ano onze mil antes de Cristo, uma grande rocha na entrada do lugar impediu a ocupação humana.

Ele parou de andar, voltando-se para os alunos.

— As gravuras na caverna são do período Paleolítico Superior, ou seja, por volta do ano quinze mil antes de Cristo, embora... — Ele foi interrompido.

— Embora estudos mostrem pinturas de até trinta e dois mil antes de Cristo — O homem, guia do museu, falou — Já sabemos disso tudo, não é, professor? Vamos à parte interessante agora.

Os alunos comemoraram, adentrando a Neocueva com bastante entusiasmo e o Senju suspirou, o olhar irritado dirigido ao outro homem.

— Izuna — Falou.

— Eu já estava me perguntando por onde você estava — O Uchiha começou a andar, um sorriso presunçoso nos lábios.

— O semestre atrasou — Explicou, ainda que não tivesse sido solicitado e Izuna assentiu antes de ir falar com os alunos.

Tobirama observou de perto, satisfeito com a atenção que seus estudantes pareciam dar a Izuna, ouvindo-o falar sobre as pinturas em silêncio enquanto observavam os arredores com fascínio. Ele não notou estar sorrindo até que o Uchiha o encarou, uma sobrancelha erguida e ele se recompôs, a expressão fechada.

— Sentiu minha falta?

— Não — O Senju respondeu rápido, rápido demais.

— Eu duvido.

— Não comece, Izuna — Um suspiro cansado deixou seus lábios quando ele começou a seguir os alunos e o Uchiha riu.

Ele e Izuna se conheceram cinco anos atrás quando Tobirama começou a trabalhar na escola e, embora não quisesse para si a responsabilidade de levar os alunos até o museu, ele se viu sem saída quando o professor encarregado da tarefa adoeceu.

Dotados de personalidades fortes, bastou um conflito de ideias para que os dois, sendo formados na mesma área, dedicassem uma boa hora a uma discussão sem fundamento algum que poderia ter sido resolvida com uma pesquisa no Google.

Sobre merecer ou não - TobiIzuWhere stories live. Discover now