Gatos e Abraços

1

Izuna deixou que um longo suspiro escapasse de seus lábios quando finalmente chegou em casa. Após um exaustivo dia de trabalho, tudo o que queria era estar nos braços de seu menino pelo resto do dia.

Seus dedos tocaram o metal frio da chave enquanto trancava a porta, fechou os olhos brevemente para apreciar o calor que o envolveu quando a fechou, deixando o ar frígido do lado de fora.

Deixando a chave na pequena mesa que estava próxima a porta, virou-se a tempo de ver Tobirama cruzando o corredor para o receber. Suas roupas azuis eram difíceis de não se notar; também era impossível ignorar o pequeno, mas belo, sorriso em seu rosto, que era o suficiente para lhe tirar o ar.

- Você demorou, senti sua falta... - o albino deslizou as mãos por seus ombros e tirou o paletó que estava usando, ele abraçou a veste fortemente entre seus braços em seguida.

Invejando irracionalmente a peça de roupa, Izuna tomou o Senju em seus braços. - Eu tive um longo dia, me perdoe...

Quando se separaram, Izuna notou que Tobirama escondia algo. O jeito que seus belos olhos vermelhos desviavam para o corredor a cada segundo o entregou, juntamente com a pequena curva no canto de seu sorriso.

- Eu tenho uma surpresa - sua voz calma e suave se fez presente. Segurando sua mão, o albino o guiou pelo corredor até que chegassem à sala.

Seguindo seu olhar, Izuna notou uma pequena bola de pelos encolhida entre as almofadas do sofá.

- Tobirama...

- Eu não pude deixar ele lá Izuna! Estava tão frio... - o albino gesticulou com as mãos enquanto contava o ocorrido. Segurando sua mão novamente, ele o puxou para que se sentasse no sofá próximo ao pequeno felino.

Ao escutar suas vozes, o pequeno gatinho acordou, e Izuna se pegou admirando o quão bonitos seus olhos avermelhados eram.

- Estou feliz que tenha o salvado, mas já temos gatos demais - olhando em volta, Izuna notou diversas cores e padrões de pelagem espalhados pela sala. Juntando a bondade infinita de Tobirama, com seu próprio amor por gatos, não era uma surpresa para ninguém a quantidade de felinos que tinham adotado.

Um pouco acanhado, o gatinho deixou Izuna acariciar seus belos pelos esbranquiçados; o ronronar que veio em seguida foi quase o suficiente para o convencer a aceitar o pequeno felino.

- Viu só? Ele já gosta de você - insistiu Tobirama, pegando o gato em suas mãos e o erguendo para que ficasse ao nível de seu rosto. - Não acha que somos parecidos?

De fato, o albino e o gatinho possuíam algumas semelhanças. Os olhos vermelhos e os pelos brancos eram quase o mesmo tom dos olhos e dos cabelos de Tobirama; e a expressão um tanto séria no rosto do felino era uma cópia exata da expressão que o Senju fazia quando estava irritado.

Realmente adorável.

- Sim, e muito... - respondeu divertido, acariciando os dois ao mesmo tempo. Achou fofo o modo como Tobirama fechou os olhos com seu carinho.

- Podemos ficar com ele então? - Perguntou esperançoso, e como se estivesse entendendo a conversa, o gatinho o olhou e soltou um pequeno miado.

E foi assim que Izuna perdeu a batalha.

- Tudo bem - suspirou.

Tobirama prontamente se jogou em seus braços, beijando seu rosto e murmurando agradecimentos. Seu coração quase derreteu quando o gatinho lambeu sua mão, como se também estivesse o agradecendo.

Com o albino ainda em seus braços, Izuna se deitou no sofá e o puxou para cima dele. Perdeu-se brevemente em seus belos olhos avermelhados, que brilhavam de felicidade.

- O que será de mim com dois Tobiramas nessa casa? - Brincou, levando um pequeno tapa do albino em seguida.

- Ei! - Tobirama fingiu estar chateado, mas não conseguiu tirar o sorriso de seu rosto.

O albino lhe deu um breve beijo nos lábios antes de se deitar sobre seu peito. O gatinho subiu nas costas de Tobirama e também se deitou, dormindo com eles pelo resto da tarde.