Jailbreak - ZoSan

I wish that I could fly

Notas: Mais um capítulo da saga dos nossos presidiários favoritos ~ Obrigada a quem acompanha essa história 💖💖💖💖💖💖

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Estar preso naquele lugar apertado estava deixando Sanji louco. Os dias pareciam demorar anos para passar. Talvez ele estivesse desenvolvendo algum tipo de claustrofobia, porque as paredes pareciam mais apertadas a cada segundo. Ele se sentia fraco e com medo de qualquer barulho que escutava. Não iria admitir jamais, mas nas vezes em que apareceu algum bicho na cela, especialmente aranhas, ele se encolheu e começou a chorar silenciosamente.

— Eu quero sair daqui... — Sanji achou ter sussurrado apenas para ele mesmo.

Zoro preferiu ignorar o que ouviu. Sabia que aquele moleque provavelmente era tão orgulhoso quanto ele, então aquelas palavras de fraqueza não eram para seus ouvidos. Possivelmente o loiro se sentiria humilhado se Zoro falasse qualquer coisa que se assemelhasse a pena.

O mais velho apenas bateu na parede para demonstrar que havia mais alguém ali, que Sanji não estava sozinho. Recebeu uma batida em resposta e aquilo foi tudo que falaram naquele dia.

Os próximos dias seguiram razoavelmente normais, com Sanji preenchendo o silêncio do lugar com conversas e Zoro o irritando periodicamente e sendo irritado de volta, mas ficando satisfeito em ouvir a tenacidade na voz do mais novo em lugar da melancolia.

Sempre que dormia, o que não era pouco, Zoro acordava e batia na parede, recebendo uma resposta imediata do loiro. O que fazia Zoro imaginar se Sanji chegou a sequer cochilar desde que foram trancafiados ali.

Ao receber a gororoba que serviam para comer na solitária naquele dia, outro pensamento veio à sua mente.

— Você anda pelo menos comendo alguma coisa? — Sanji era definitivamente alguém muito fresco e, segundo a conversa que tiveram há pouco tempo, alguém que cozinha. A comida ali era substancialmente pior que a da prisão normal. — Aposto que está ainda mais magrelo.

— Cala a boca. É claro que estou comendo. Eu jamais desperdiçaria comida.

Oh. Zoro não sabia se era teimosia ou se o loiro tinha princípios tão fortes assim, mas de qualquer modo ele... Gostava disso. Força física e força em convicções pessoais... O faziam respeitar alguém. Ele deu uma risada, mas não foi de deboche.

Sanji chutou a parede bem no local que surgia a voz de Zoro e ouviu um resmungo, sorrindo por ter acertado o local exato. Aquela parede parecia tão fina que com certeza conseguiria chutar até derrubar. Porém, do que adiantaria fazer algo assim se logo que conseguisse os policiais viriam para separá-los outra vez? E pior, era possível que fossem trancados em celas distantes e não pudessem mais conversar. Muito problemático.

— Tem algo que eu sinto falta, quase tanto quanto sinto de cozinhar.

— O quê?

— Ser fodido.

— Esqueci que era um pervertido. — Zoro sorriu sem perceber. — Sua bunda deve ter passado de seca pra não-existente.

— Isso quer dizer que não quer mais ela?

— Nunca nem disse que queria pra começo de conversa.

— Então não quer?

— Se você tá oferecendo tão desesperado.

— Eu nunca ofereci!

— Acredite no que quiser, garoto.

Um silêncio seguiu depois disso e Zoro aproveitou para fazer algumas séries de flexões enquanto Sanji se mantinha calado. Aquela cela conseguia ser ainda menos limpa que aquela que dividiam e se o cheiro forte de amônia já estava incomodando até o nariz insensível de Zoro ele imaginava que o mais novo deveria estar completamente enojado. Não que Zoro sentisse tanta pena assim.