Where are you, Christimas?

1.4K 100 24
                                    


Nota da Autora:

Olá, querido leitor(a/e)!

Faz anos que não escrevo e senti que devia voltar. Polin é um carinho na minha alma que traz desde os sentimentos mais puros — os mais safados também.

Espero que se deliciem com este capítulo único, pois ele só foi possível porque passei a acreditar em milagres de novo.

Apenas para aviso: Sim, estou postando também no AO3!

Avisos de leitura: beijo roubado, problemas de infertilidade, gravidez indesejada, menções a termos maliciosos e sexuais.

Por favor, verifiquem os avisos! Prezem pela saúde mental e física!

Boa leitura! 💖


Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Where are you, Christmas?

– Você está grávida.

Quando ouvi essas palavras serem pronunciadas pela minha médica de confiança, pode soar extremamente ridículo, mas é verídico – meu primeiro instinto foi rir. Para mim, a hipótese de estar grávida é uma piada ruim. Mas, ela não sorriu de volta.

Deixe-me esclarecer algumas coisas: hoje era para ser uma consulta de rotina, não estava me sentindo bem nos últimos dias. Entretanto, atribuí o mal-estar rotineiro ao estresse de fim de ano somado com o trabalho. Afinal, organizar listas de presentes e manter a escola nos eixos não era qualquer coisa, exigia até mesmo do pobre mortal mais tranquilo algum resquício de paciência.

Como se fosse possível, piorava ainda mais quando lembrava que o Natal é especialmente o único momento adequado para ambas as famílias, tanto a minha quanto a do meu marido, se encontrarem. Muita pressão para uma data especial? Espere até ouvir o barulho da campainha, é como se todos os fenômenos naturais colidissem em meu estômago. Por isso, não estranhei nenhum sintoma, eram mais do que naturais e esperados.

A mais remota possibilidade de gravidez não passou pela minha cabeça, pois havia sido diagnosticado ainda adolescente com problemas hormonais demais que impediam milhões de processos para consumar a geração de uma criança. Por anos tive que conviver com a ideia de que não poderia gerar um bebê e fora ainda mais cruel lidar com o fato de que meu marido também possuía dificuldades para produzir um sêmen.

Por anos pensei que a infertilidade era algum tipo de castigo de Deus, afinal durante toda a minha vida nunca nutri proximidade entre essas pequenas criaturas humanas e divinas. Simplesmente não sabia como lidar com crianças. E, como uma grande ironia da vida me tornei professora de Inglês, sendo a maioria das minhas turmas formadas por estas pequenitudes que não carregam nada de pequeno. Continuo a não saber lidar com eles, entretanto eu aprendo rápido. Com o passar do tempo também passei a compreender que ser mãe, para mim, era um papel que não poderia ser capaz de desempenhar tão bem, por isso Deus – ou quer o que em que acredite – havia me impedido biologicamente de ser.

Where are you, Christimas?Where stories live. Discover now