"Harry."
Os cílios de Harry nem sequer vibram.
" Harry ."
Harry murmura, se mexendo um pouco.
"Harry!"
Os olhos de Harry se abrem, finalmente.
"O quê", diz ele, irritado quando percebe que não há perigo iminente. O céu lá fora é um roxo profundo de contusão. Não há a menor lasca de luz passando por suas cortinas. "O que é isso."
"Estou com fome ", diz Tom, com pena. Ele inclina o rosto para o de seu amante, onde está aninhado na articulação entre o braço e o ombro de Harry.
Harry revira os olhos, suas pálpebras já fechando. Ele murmura, "Vá pegar uma de suas bolsas de sangue na geladeira. O sol ainda não nasceu."
"Não tem como", lamenta Tom. "Eu terminei o último saco para o jantar e Lucius não veio para reabastecê-los."
Harry joga um braço sobre seu rosto, sua respiração se acalmando. "Bem, você vai ter que lidar. Volte a dormir, não vai se sentir tão mal então."
"Harry," Tom reclama.
" O quê ."
"Apenas me deixe... ter um pouco de você."
Há uma pausa grávida. "Você está louco?"
"Eu não estou!"
"Tom. Você bebe sangue humano. Eu não sou humano."
"Você é humano agora ."
Os olhos de Harry se abrem, incrédulos. "Tom. Há uma razão para lobisomens e vampiros serem inimigos mortais. Você pode ficar doente!"
Tom bufa. "Tenho certeza que vai ficar tudo bem. Qual é a pior coisa que pode acontecer? Não é como se eu pudesse morrer."
"Você poderia! As pessoas morrem de intoxicação alimentar o tempo todo! Você está louco ?"
"Agora você está sendo dramático. Eu só quero um gole." Ele adula, afetando uma nota suplicante em seu tom. "E não é como se eu estivesse fazendo isso sem supervisão."
"Você está louco. Tudo isso porque você quer um lanche tarde da noite?" Ele coloca a mão no meio do rosto de Tom e a empurra.
Tom se abaixa sob a palma da mão, evitando. "Por favor, Harry. Estou com tanta fome." E ele fixa seu beicinho mais patético e suplicante em seu rosto.
Harry o encara, incrédulo.
"O público bruxo deveria saber que seu ministro é um completo idiota. Tudo bem," ele diz, irritado mesmo enquanto se senta. "Não diga que eu não avisei."
Tom lhe dá um sorriso deslumbrante. "Eu vou ficar bem. Você está cuidando de mim, afinal."
Harry faz uma careta, relutantemente encantado. "Como fazemos isso? Eu apenas desnudo meu pescoço?"
"Bastante." Tom chega mais perto, o vermelho em seus olhos devorando o marrom. Suas presas se estendem, e há um tom ganancioso e animalesco em seu olhar. Sua mão vem até a mandíbula de Harry, e a inclina para o lado para que Harry se sinta por todo o mundo como uma presa encurralada.
Ele se abaixa e inala. Harry luta contra um arrepio.
"Você cheira tão bem," Tom sussurra, em voz baixa. Ele lambe os lábios. Há algo em sua voz, algo feroz e predatório. "Tão Tão bom."