Os barulhos da Máquina me incomodam, é como se eu me sentisse preso.
Preso a uma caixa.
B-4645, esse é meu nome, mas sou eu mesmo?
Meu corpo é uma mistura de peças, antigas e novas, mas sou eu mesmo?
O que me representa, o que eu sou?
Os barulhos da Máquina me incomodam e eu não sei.
Eu queria gritar, mas meus alto-falantes não permitem, os barulhos da Máquina agravariam.
Quem sou eu? Quem sou eu? Quem sou eu?
Os barulhos da máquina aumentam.
Mas eu ainda não sei.
O meu corpo, sequer serve alguma função?
Sou apenas sucata para ser reciclada?
Minha mente, ela me representa?
Eu não sei.
Meu corpo, ele me representa?
Eu não sei.
O que me representa, decerto, é a minha alma.
Mas a minha alma, eu não conheço.
Almas existem?
Eu não sei.
É apenas uma metáfora?
Eu não sei.
Por que a máquina é tão cruel conosco?
Eu realmente não sei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vozes Mecânicas
PoetryUm compilado de contos, poesias, poemas e histórias da minha cabeça situados em um mundo onde apenas máquinas existem e elas tomaram consciência e começaram a se perguntar questões filosóficas e subjetivas sobre si mesmas e tudo aquilo que as cerca...