Capítulo 1

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P.O.V. Dulce

Dul: Eu não sei se sou capaz de estar perto de você agora, Christopher. Nem ao menos sei se sou capaz de te perdoar. Aquilo tudo foi muita coisa, e você não estava lá comigo. Como vou acreditar que estará agora?

Ucker: Faço o que você quiser para provar que falo sério.

Dul: Não sei se existe algo que você possa fazer por mim. Por favor, saia agora. Preciso ficar sozinha.

Meu dia vai de mal a pior, e estou farta de discutir com ele, é como se sugasse minhas forças. Claro que já estive bem mais fundo nesse abismo no qual fui colocada, porque essa história começou há muito tempo. Olho pela janela em busca de alguma resposta em minha reflexão. Talvez se minha mente voltar ao passado, encontre respostas para o presente. Então é hora de me transportar para o início, quase nove anos atrás.

Anos antes...

O café está lotado hoje, é fim de semestre e a maioria dos estudantes vem aqui para relaxar, ler ou estudar para as finais, sei disso porque quando não estou em meu turno também faço isso. Estou no segundo ano do curso de biblioteconomia, e trabalho aqui para ajudar meus tios nas despesas de casa.

Meus pais morreram quando eu era bem jovem, e foram eles quem me criaram e me deram amor desde então. No intervalo, vejo que minha tia ligou oito vezes. Estranho. Retorno:

LIGAÇÃO ON

Dul: Tia? Aconteceu alguma coisa?

Andrea: Dul... - sua voz estava chorosa - seu tio teve um enfarto fulminante. Ele morreu.

Dul: Ele...

Andrea: Venha pra casa assim que puder, precisamos cuidar do funeral.

LIGAÇÃO OFF

Era triste enterrar meu tio, ele era um bom homem e nos tratava bem. Minha tia chorava descontrolada enquanto me abraçava. Um homem se aproximou de nós:

Xxx: Senhora Saviñon?

Andrea: Sim, sou eu.

Xxx: Primeiro, gostaria de prestar condolências por seu marido. E segundo, sei que não é o melhor momento, mas não sabia onde encontrá-la, quando vi o obituário no jornal, soube que estaria aqui. Preciso lhe entregar isso - ele passa uma pilha de papéis para minha tia.

Andrea: O que é isso?

Xxx: Seu marido, Dino...estava bem endividado, hipotecou a casa e o carro por quatro vezes...agora que ele se foi, receio que tenha que cobrar a dívida da senhora.

Andrea: Dívida? Como assim?

Dul: Posso ver? - pego os papéis e fico gelada. Empréstimo estudantil. Ele tinha se afundado em dívidas para que eu pudesse estudar.

Xxx: Tem que pagar a dívida em até sete dias, ou o banco vai tomar seus bens como posse. Com licença, e mais uma vez meus pêsames por seu marido.

Dul: Ai meu Deus, tia! Como vamos pagar por isso?

Andrea: Eu não sei, querida.

Minha tia volta a chorar, dividida entre a tristeza de perder o marido e as dívidas que teríamos e não sabíamos como. Eu também chorava, e agora me sentia culpada por tudo que estava acontecendo, se não fosse por mim e minha faculdade, meu tio não teria se endividado:

Marco: Andrea?

Andrea: Marco... meu Deus, oi! - Observo o homem de meia idade, bem vestido e com os cabelos penteados para trás, era um pouco mais novo que minha tia, mas só alguns anos. - Dul querida, esse é Marco Uckermann, você não deve se lembrar dele porque era muito pequena, mas ele é primo de segundo grau do seu tio Dino.

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