Prólogo

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(ZAYN)
...

Um silêncio desconfortável habita na mansão.

Um péssimo pressentimento apodera-se de mim e corro o mais rápido que posso até ao quarto de Elaine, à porta do qual permaneço inerte.

Ela encontra-se sentada na cama, seminua, apenas com uma lingerie preta rendada, permitindo uma visão perfeita para o seu corpo esquelético e terrivelmente mutilado. Uma quantidade assustadora de sangue escorre pelos cortes que julgo terem sido feitos com uma lâmina de barbear.

Ela não parece minimamente incomodada com o facto de eu estar a presenciar aquele momento. Na verdade, parece nem notar que estou à porta do seu quarto.

Só um tempo depois é que reparo na garrafa de álcool que ela segurava: ela estava claramente embriagada.

- Elaine, o que é que se passou aqui?! - gritei-lhe.

Finalmente ela tem a decência de virar a cara e encarar-me.

(Elaine)

Sinto um arrepio percorrer o meu corpo assim que ouço a voz do Zayn.

Tento decifrar a sua expressão mas, apesar de todo o meu esforço, não consigo focar o seu rosto, bem como o resto da divisão.

Pelo tom com que me interpelou, percebo o quão zangado e chocado deve estar.

- Também não sei... - respondi por fim.

Mentira. Apesar do efeito da bebida, eu lembro-me perfeitamente do que se havia passado, apenas temia a pergunta que se seguiria: „Porquê?"

- NÃO SABES?! COMO ASSIM NÃO SABES?! JÁ TE OLHASTE AO ESPELHO?! - Vocifera o Zayn, completamente fora de si.

Encolhi-me amedrontada, só de imaginar o meu estado deplorável, neste exacto momento.

Pouco a pouco começo a consciencializar-me da gravidade da situação.

Eu sentia-me tão mentalmente desgastada e frustrada comigo mesma! Deixava-me DOENTE a forma como me encontrava tão estupidamente dependente de alguém que, de forma inexplicável, conseguia manobrar os meus sentimentos para seu próprio proveito.

O que mais desejava era poder libertar a minha mente dos pensamentos nocivos que me atormentavam e começar a viver!

Não queria tê-lo feito. É errado. E aparentemente a minha única saída, para fugir, nem que seja por pouco tempo, deste sofrimento corrosivo.

Mas toda aquela boa disposição e despreocupação não passava de uma ilusão, causada pela minha busca desesperada pela felicidade que, por momentos, julguei alcançar.

Não foi necessário muito tempo para que eu sofresse as consequências do meu ato irracional.

O quarto girava à minha volta deixando-me confusa.

Senti um par de mãos firmes agarrar-me os ombros e abanar-me com força.

Esperei que o Zayn desistisse e acabasse por me largar, mas isso não aconteceu.

Consegui identificar o meu nome nos gritos dele, mas já não tinha forças sequer para reagir.

Finalmente o meu cérebro tem piedade de mim e entrega-me ao sossego da inconsciência.

(AUTORA)
Então olá! :)
Antes de mais, tenho de confessar que eu tenho estado à muito tempo a tentar escrever esta história, mas estou a ter imensas dificuldades em começá-la, então eu decidi deixar aqui um excerto de um capítulo mais avançado que eu imaginei.

É tudo por agora, espero que tenham gostado! :)

BEIJO GRANDE!

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