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Hoje era ele. E parecia que era o único.

Não era o primeiro, mas é como se fosse. Tudo o que eu sentia era diferente do que já havia sentido antes. A forma como eu ansiava pelo contato da sua pele na minha era algo que me matava por dentro. Não era algo sexual – ou talvez tivesse sido – mas o contato era necessário!

Quando me sentava ao seu lado o que eu mais queria era poder encostar meu braço no dele, minha coxa na dele e meus sapatos nos sapatos dele também. Deus, como eu precisava daquilo! E quando me peguei olhando para seus lábios, imaginando o quão macios seriam... por que tinha que ser algo tão impossível?

Mas quando seus olhos batiam nos meus, nada era impossível. Quando ele me olhava, minhas fantasias se tornavam reais, por mais bobas que fossem, e naqueles instantes no paraíso de seus olhos, éramos apenas eu e ele.

E quando ele sorria... era um deleito aquele sorriso, aqueles lábios, aquela boca, ele próprio!

Pena que namorava! E que namorada linda, inteligente, amorosa... eu não teria a mínima chance de uma competição com ela, e também não queria isso. Mas quando eu vi o jeito como ele olhava para ela, eu fiquei sem ar. Vi o amor brilhar em seus olhos ao se deparar com os dela, e ao mesmo tempo que isso me encantou, isso me despedaçou também.

As vezes, pensava eu, ele também me olhava daquela forma. Eu tentava por repetidas vezes tirar seu rosto dos meus pensamentos, mas cada vez mais ele me dava motivos para acreditar nas minhas ilusões! Pegava repetidas vezes ele olhando para mim, distraído. E quando o mesmo dava conta que eu o olhava, ele simplesmente abria o sorriso mais caloroso e lindo do mundo e retirava os olhos dos meus...

E como eu amava me perder nesse sorriso.

Amava, porque já não me perco mais. As vezes baqueio, mas nunca caio.

A ilusão veio e coloriu meus olhos. E como foi lindo. Mas ela acaba quando perbemos que a imagem foi colorida. Ela acaba quando percebemos que é uma fase, e que antes das pinceladas de tintas vibrantes, o quadro do amor era apenas preto e branco, sem graça aos meus olhos que buscam cores por onde passam.

E já não encontro-as mais nele. Ainda bem.

Infinitos PassageirosOnde histórias criam vida. Descubra agora