Introdução.

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Em outra galáxia, distante daquela que conhecemos, cada vez mais planetas outrora independentes do conflito que crescia entre os Separatistas e o Senado sucumbe ao domínio daqueles. Gyburg não é exceção. Embora rochoso, esta região guarda em seu interior riquezas que outros planetas não possuem como grande produção de armas nucleares que os Separatistas buscavam a fim de modificar a situação que não os favorecia, não obstante as crescentes vitórias do Conde Dooku sobre os Jedi.

Mas a população de Gyburg vinha oferecendo admirável resistência aos Separatistas, que se viram forçados a usar de suas piores técnicas. A guerra, entretanto, tem durado ao menos dez anos e gerado danos impensáveis. Chegou ao ponto de chamar a atenção de Obi-Wan Kenobi em uma de suas várias missões diplomáticas. Em Naboo, não se falava de outra coisa.

"Há uma galáxia que tem provido aos Separatistas bases que nos preocupam", o Senador daquele planeta comentou em uma reunião com os Jedi e outros presentes. "Precisamos derrubá-los. Não há outra opção."

"Há inocentes que lá residem, Senador. Espiões me reportaram que têm oferecido considerável dificuldade aos Separatistas. É imperativo enviar auxílio àquela gente", disse um dos generais.

Obi-Wan a tudo ouvia, cauteloso. Até que ponto aquelas informações eram confiáveis? O Senador parecia ter captado seus pensamentos, pois expôs a dúvida verbalmente. O general em questão disse:

"Ora, mas quando eu demonstrei ser dúbio em meu serviço a nossa causa, Senador? Sua falta de confiança me ofende."

"Procuro antes ser prudente, general", disse o Senador. "Mas para mostrar que confio em você, vamos averiguar a situação em Gyburg." E virando-se para Obi-Wan, falou: "Podemos contar com os Jedis nessa empreitada, Mestre Kenobi?"

Obi-Wan ponderou. Havia outros fatores a serem considerados, mas não competia a sua autoridade responder por todos os Jedi. Como de costume, escolheu a prudência.

"Conversarei a respeito com os mestres Jedi sobre este assunto. Asseguro que darei uma resposta em breve."

O Senador lhe lançou um longo olhar.

"Precisamos realizar esta missão com urgência. Se o que me foi dito é verdade, não poderemos demorar em atuar naquela região, por distante que seja."

"Até o dia de amanhã a resposta é certa, Senador. Fique tranquilo. Procurarei conversar com Mestre Yoda ainda hoje."

"Muito bem. Declaro suspensa a reunião."

Saíram todos tensos e Obi-Wan, encontrando Anakin ao lado de fora, logo o ocupou de atualizar sobre a questão de Gyburg.

"Vamos deixar inocentes ser massacrados? É esta a nossa política?", ele exclamou.

"Compreendo sua frustração, mas ambos sabemos que a questão está acima de nosso poder pessoal. Muitas das vezes, o que o General relatou é um convite à armadilha. Não de sua parte, mas dos Separatistas".

Anakin havia amadurecido desde que saíra da infância, mas, na opinião de Obi-Wan, tinha muito mais a modificar. Sua imprudência e petulância eram duas das características que o Mestre Jedi não apreciava em seu Padawan.

"Os inocentes sempre pagam o pato pela ação dos outros", resmungou ele. "E aqui ficamos de braços dados. Honestamente, se me desse um exército, reverteríamos em um instante."

E lá vamos nós, pensou Obi-Wan.

"Cautela, meu caro Padawan, lhe faria bem. Quantas vezes já disse que não podemos pegar naves e homens e ir aonde os Separatistas estão dominando e fazer guerra como se isso não nos custasse um exército e suprimentos? Use a cabeça, Anakin. Creio que ainda há cérebro dentro de sua cabeça oca."

Anakin respondeu com uma careta.

"Perdoe-me, mestre, se minha preocupação com os inocentes soa tão..."

Mas seu comentário carregado de sarcasmo foi silenciado por Obi-Wan, pois naquele momento o holograma em suas mãos vibrou. Ao ligá-lo, deparou-se com Mestre Yoda acompanhado de Mestre Mace Windu.

"Estava a conectar-me com vocês agora mesmo", disse Obi-Wan.

"Um novo e significativo acontecimento pressentimos", disse-lhe Yoda.

"Uma nova galáxia foi descoberta pelos agentes do General V.", disse o outro. "E desejam que enviemos nossos homens para a região de Gyburg a fim de averiguar a dominação dos Separatistas."

"Uma intervenção pedem", contemplou Yoda. "Perigoso é."

"E, no entanto, trata-se de uma guerra nossa. Não há como ignorar isso", salientou Obi-Wan. "Desejam uma resposta nossa tão cedo quanto possível."

"O que pensa a respeito, Mestre Kenobi?" perguntou Mace Windu.

"Enviar Anakin e os homens de General Rex para verificar o terreno e a gravidade das informações que chegaram a nós."

Anakin arqueou as sobrancelhas, surpreso pela confiança com a qual Obi-Wan expôs o plano que até então ele mesmo ignorava. Mas não havia tempo para tecer comentários, uma vez que Windu disse:

"Não é um plano de todo ruim contanto que haja cautela." E nisso, ele encarou Anakin, que levantou as duas mãos, clamando inocência.

Obi-Wan deu ao Mestre um sorriso afetado.

"Confio no meu Padawan, meu caro Windu e espero que partilhe desta confiança."

Yoda coçou o queixo.

"Muito bem. Que com discrição seja tudo feito."

"Assim será", prometeu Obi-Wan e Anakin em uníssono.

Depois que desligaram o holograma, voltaram as suas respectivas naves. Era o momento em que regressariam ao centro de controle Jedi a fim de traçar a rota para o planeta em questão. Planejamentos eram requisitados, não obstante a impaciência de Anakin em partir para a ação.

"Envie-me notícias assim que colocar os pés no solo daquele planeta", demandou Obi-Wan. "Espero que não seja imprudente, Anakin, e se for possível, me evite dores de cabeça."

Anakin revirou os olhos.

"Quando acho que confia em mim..." Ele bufou. "É claro que serei prudente, Mestre. Quando não o fui?"

Ele deu um sorrisinho enquanto Obi-Wan semicerrava os olhos. Mas, no final das contas, a missão dependia do sucesso de Anakin.

"Não desapontarei", ele prometeu, partindo de sua nave.

"Assim espero", disse Obi-Wan. Mas eu tenho um mau pressentimento sobre isso..., pensou ele ao observar seu Padawan entrar na nave e partir com seus homens para o distante Gyburg.

O Despertar de Um SentimentoWhere stories live. Discover now