•Cigarros na Lua• |Lawlu|

12

Luffy se rebateu, mas Zoro era muito mais forte que si.

- Vamos, Luffy... Não há nada demais em cumprimentar um amigo. - Sanji disse irônico. Céus, como Luffy queria frita-lo numa panela de óleo fervendo.

- Olhem a hora passando...! - Luffy estava desesperado. - Vamos acabar nos atrasando, e não quero perder o posto de aluno exemplar.

- Você nunca foi um aluno exemplar. - Nami e Usopp disseram em uníssono.

- E nunca vou ser se vocês me prenderem assim.

- Já estamos atrasados. O que é um arranhão para quem já está fudido? - Yamato declarou.
Luffy podia sentir seu próprio infarto chegando. Não queria encarar Law. Não com aquele moletom.

Law ficava mais próximo a cada segundo, e a mente de Luffy nem estava mais processando o que estava acontecendo. Já o mais velho, também estava nervoso, pensando sobre a noite anterior. Viu Luffy se aproximando com os amigos, e estava torcendo para que mudassem de direção.

Tarde demais.

- O-oi Torao... - A vergonha na expressão de Luffy era nítida.

- Oi, Luffy - Law fitou o menor. - Oi, pessoal. - Ele disse monótono encarando o grupo de amigos.

- O que acham de irmos juntos? - Sanji começou. - Quer dizer, já estamos todos atrasados mesmo.

- Não vejo problemas.
O mais velho olhou para o próprio irmão, esperando por uma resposta.

- Também não vejo problemas.

- Ótimo! Vamos juntos então! - Nami comemorou com pequenas palmas.
Mas Luffy tinha algo para fazer.

- Eu tenho algo para te dar! - Luffy deixou as palavras saírem, a vergonha havia evaporado. Abriu a mochila e começou a vasculhar a mesma, achando o moletom que tinha afundado entre os livros.

- Aqui. - Entregou, recebendo um olhar confuso de Law.

- O que é isso? - O mais velho examinou a peça, reconhecendo-a logo depois. - Meu moletom estava com você?

- Hum...
Luffy corou.

- Luffy-Ya? - Law chamou. - Vai me explicar?
Agora Luffy estava mais constrangido ainda.

- Digamos que você me emprestou ele e eu esqueci de devolver.
Depois que transamos, é claro. Pensou em adicionar.

- Agradeço a devolução.
Law agradeceu, a expressão séria de sempre em seu rosto.

- Imagina. Eu que peço desculpas por demorar tanto... - Luffy coçou a nuca, envergonhado.

- Mas quando foi que eu te emprestei? - Law se lembrava muito bem. Estava apenas provocando o garoto, que corou quase imediatamente.

- Foi ótimo te ver! - Luffy disse tao rápido quanto saiu correndo depois.
Só pensava em se esconder. Escutava vários gritos lhe chamando, mas apenas os ignorou.

Olhou em volta de todo o lugar pelo qual passava, podia sentir a mochila pesando em suas costas e a sola fina de seu sapato, prestes a rasgar.

- Meu Deus, me tira daqui. Jesus Cristo, Maria e José, socorro! - Dizia para si mesmo, enquanto adentrava multidões.
Assim que viu a porta do banheiro, sorriu perverso. Aquela seria sua saída.

Entrou na primeira cabine que viu, deixando suas pernas tremelicarem enquanto se sentava no chão. O banheiro ficava do outro lado da escola, nem acreditava que havia conseguido correr até ali.

A respiração ofegante era a única coisa que se ouvia no banheiro, pelo menos, acreditava que era. Mas infelizmente, não.

- Luffy? Você está aqui? - Ouviu uma voz grave e rouca lhe chamando. Era Law. - Eu só quero conversar.

A ideia de sair da cabine e encarar o mais velho fez um arrepio percorrer pela nuca de Luffy.

Law

- E-eu... Sei que você não quer falar sobre aquela noite na festa, mas acho que talvez seja hora da gente falar sobre... - Começou, nervosamente, a falar.

- T-Tá bom... - O tom baixo de Luffy fez Law se sentir mal por provoca-lo.

O mais novo destrancou a porta da cabine.

Law estava se preparando mentalmente para encara-lo e não fugir também. Não ia ficar nervoso, não queria ficar nervoso. Céus, já estava nervoso.

A porta se abriu, revelando um Luffy totalmente envergonhado, seu rosto estava vermelho e ele estava um tanto recuado, olhando para baixo como se o chão fosse muito mais interessante.

- Luffy, a gente não pode fugir desse assunto para sempre. - Law disse fitando os olhos cinzentos do mais novo, que ergueu seu olhar.

- Eu sei disso! - Luffy apenas soltou o que estava sentindo. - Mas não queria que você tivesse me conhecido como apenas um puto que perdeu a virgindade com você. Não quero que me ache nojento... - O mais novo desabafou, a última frase ecoando pela cabeça de Law. O que ele estava querendo dizer com aquilo?

- Eu nunca sentiria nojo de você, Luffy! - Declarou. - E você não é um puto! Não diga isso, nunca mais! - Law se estressou e acabou aumentando o tom de voz, vendo Luffy se encolher. Será que havia o deixado desconfortável?

- Law, você é como os outros, não é? - Luffy voltou a encarar o chão. - Quer apenas comer e jogar fora. Me diz coisas que eu nunca ouviria, só para me descartar depois. - O tom do mais novo era cabisbaixo, e por um instante, Law não estava acreditando em seus próprios ouvidos.

- Luffy... - Suspirou. - Olha, eu não sei o que os outros fizeram, mas sei o que eu quero fazer. Sei do que eu fiz. E eu te juro que não sou como eles.
A expressão, ainda séria, mas dessa vez acolhedora de Law, fez Luffy abrir um pequeno sorriso.

- Eu... - Luffy começou. - Eu realmente quero acreditar nisso.
O moreno coçou um de seus braços, meio desconfortável com a situação. Law percebeu isso, e tentou não encarar o menor, para não deixar o clima mais desconfortável.

- Escuta aqui, eu, Trafalgar D. Water Law - O mais velho começou num suspiro. - Não vou te fazer mal. Jamais. Eu iria me punir só de pensar em te machucar.
Nem o próprio Law imaginou que diria aquilo. As palavras só saíram de sua boca. Céus, não queria ter doado tão desesperado.

Luffy, por outro lado, estava chorando. As lágrimas desciam uma pós a outra, deixando em evidência suas bochechas rosadas.

- Law... - O tom melancólico parecia inundar o local. - Obrigado.
Law envolveu o garoto em seus braços, em um curto, mas caloroso, abraço.
Tentou reproduzir os abraços calorosos de seu pai.

- Não sou muito bom nessas coisas, me desculpe.

- Não tem problema - Luffy riu calorosamente. - Você foi muito bom nisso.
Law sentiu suas bochechas esquentarem.

- De toda forma - Começou. - Se quiser, podemos falar sobre a festa depois. Ou outro dia.

- Não, não! - Balançou a cabeça. - Você está certo, temos que conversar sobre isso.
O mais novo parecia determinado, e Law, assustado.

Capítulo curtinho porque eu tô doentinha, mas espero que esteja, pelo menos, agradável. Beijocas, Yuuki♡