Não bate bem

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Os prédios passavam rapidamente pela janela, o carro estava a andar numa velocidade normal. As estrelas acompanhavam o clima triste, o loiro mantinha a cabeça encostada ao vidro, estava atrás do seu progenitor que nos últimos meses mal teve coragem de encará-lo. A sua Omma estava a bater com o pé sequencialmente, deveria manter a calma não concordava com o que iria acontecer e não entendia. Porque é que iriam mandar o filho para um local cheio de homens depois do mesmo assumir-se Gay? O marido estava chocho da cabeça, mas infelizmente não conseguiu mudar a opinião do mesmo.

As árvores começaram a aparecer e o mais jovem suspirou e viu que o vidro embaciava, não estava surpreso, só dececionado. Estava a evitar o olhar da mulher, se por algum segundo olhasse para os olhos castanhos carregados de tristeza iria acabar por chorar. O caminho parecia assustador, sentia que estava a ser levado para o purgatório.

O carro estacionou calmamente, o mais jovem reparou em como vários homens eram levados para dentro, uns estavam com amigos, outros a serem empurrados por pessoas mais velhas e em alguns casos a despedir-se de pessoas queridas.

O seu Appa abriu a porta onde estava apoiado e puxou-o com brutalidade.- Espero que aprendas a ser um homem, jamais apareças na minha casa com tais pensamentos depraváveis!- Jimin soltou-se com um olhar de reprovação. Decidiu acalmar-se um pouco, o mundo iria dar o castigo merecido ao mais velho.

-Separa-te dele, fazes melhor... a Sra. Hye aceitar-te-ia na sua casa de braços abertos.- Fala enquanto abraça a mulher, falou a sussurrar enquanto o seu Appa olhava para outras pessoas, provavelmente a tentar descobrir quem seriam.

-És o meu maior orgulho, não deixes ninguém tratar-te mal.- Afastou-se e segurou nas mãos pequenas do filho com carinho, sempre seria o seu bebé.- Vou tratar de tudo... Vou tirar-te daqui.- Promete com esperança no olhar e Jimin sorri pequeno, uma vez dentro das instalações era quase impossível sair sem cumprir-se um ano.

-Vamos Sung, ele vai aprender com os melhores.- Fala a puxar a mulher e Jimin segurou no seu pulso.

-Não toques na minha Omma!- Fala e o homem puxa o pulso com nojo, estava quase a levantar a mão, mas recordou que estavam rodeados de pessoas. Jimin sorriu vitorioso e pegou na sua mala que estava nos bancos traseiros do carro.- Espero que apodreças, Sr. Park.- Sorriu com desprezo e afastou-se.

Olhou por cima do ombro depois de uns segundos e viu o carro dos pais afastar-se, não poderia ir embora... Suspirou pesado e adentrou pelos portões de ferro negro e pedra tão escura como a noite. Para um complexo militar tinha uma arquitetura moderna, mas extremamente agradável e um pouco familiar.

A relva era verdinha e alguns sujeitos estavam a jogar uns jogos ou a conversar entre si, pareciam alegres e que estavam a viver um sonho. Deixou de apreciar as pessoas e seguiu pelo caminho, centenas de jovens estavam a fazer o mesmo caminho, um homem de meia-idade estava a distribuir panfletos com horários. Sorriu pequeno para o homem e fez uma reverência com a cabeça antes de seguir o seu caminho.

O panfleto também tinha um pequeno mapa da área principal e a que deveriam comparecer todos os integrantes do complexo dentro de poucos minutos para ouvirem o diretor.

Engoliu a seco nervoso, tinha alguns homens fardados e armados, davam dois de si e alguns até mais. Estava a começar a arrepender-se de não ter tentado fugir daquela situação. Retirando isso teve de seguir as instruções de um jovem e sentar-se numa das filas destinadas para principiantes.

Pelo menos sabia que não era o pior, mesmo os que estavam entre amigos estavam nervosos e a entrar em pânico. Os mais velhos começaram a entrar e a ocupar as fileiras destinadas, infelizmente eram obrigados a ouvir o mesmo discurso todos os anos.

Complexo MilitarWhere stories live. Discover now