Prólogo

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     Desci do palco onde acabara de me apresentar sob aplausos ensurdecedores e muita grana presa ao arame do tapa sexo que usava. Há pelo menos 05 anos que era o stripper principal do GoGo Dance, Clube Gay na bela cidade do prazer... Ponta Azul. Segui pelo longo e estreito corredor mal iluminado, após descer os sete degraus da escada lateral que daria acesso aos camarins onde nos aprontávamos para nossos números. 

     Assim que abri a porta do camarim coletivo, que era usado por mim e por mais 10 amigos, 03 deles já estavam finalizando a preparação e quando sentei na minha poltrona senti um desconforto enorme ao tentar tirar o tapa sexo, a única peça que cobria o meu corpo totalmente lambuzado de purpurina azul...

     _ Porra, acho que coloquei muita pressão nesse troço e esse arame já começou a ferir minha pele.

     _ Eu também sinto esse mesmo desconforto Luke. Falou um dos meu melhores amigos que se apresentava com o codinome Kimura.

     _ Conta outro japinha. Tu quase nem tem nada pra esconder, camarada.

     Kim olhou pro amigo Big Bruce e disse...

     _ Turma, parece que alguém tá esquecendo do que rolou entre a gente há coisa de 04 noites atrás naquela festa privativa que fomos para o ocupadíssimo deputado...

     _ Tava só brincando, meu coisa linda. A gente sabe que tu é o único japa diferenciado que conhecemos, né turma? Kimura segurou os " documentos " com firmeza e disse:

     _ Até esquecer dessa sua brincadeira, Big Bruce, nada de vir pro meu parquinho... E nem vai adiantar insistir...

    Big Bruce fez cara de choro e a porta voltou a abrir...

     _ Vamos meus lindos. Hora do show...

     E voltei a ficar sozinho.

     Finalmente consegui tirar o tapa sexo e após usar muito óleo consegui remover toda a purpurina e segui direto pro minúsculo banheiro do  lugar. Os rapazes que fizeram o show após minha saída do palco chegaram ao lugar e pude ouvir suas vozes. Assim que peguei a toalha pra me enxugar ouvi um curioso diálogo...

     _ Algum dos senhores chama Luke? Segundos depois a voz do mais novo contratado Tom, disse:

     _ Ele tá no banho...

     Cheguei sorrateiramente e interrompi meu amigo...

     _ Quem quer falar com o Luke? Todos me olharam e alguns amigos sorriram timidamente.

     _ Vitor Hugo Alves de Albuquerque.

     _ Desculpa, Vitor Hugo... Eu não faço programas. Então acho melhor você sair daqui agora e...

     _ Ei, cara... Calma. Eu não vim aqui pra fazer programa nenhum. Sou Detetive Particular e minhas investigações me trouxeram até aqui. Deus me livre se meu Pretinho sonhar que você me falou isso. Ele é capaz de matar nós dois.  Após 20 segundos, Vigo voltou a perguntar... _ Você é o Luke?

     _ Por que você quer saber, cara? Eu tenho certeza que não fiz nada de errado. Eu só danço aqui a cada 15 dias ( Menti ), sou Professor de Inglês e Barman lá na Ônix. Isso aqui é só um bico que me dá uma excelente grana...

     _ Você não me ouviu, garoto? Eu disse que era Detetive Particular e não Detetive da Polícia. Eu não investigo assassinatos, eu procuro por pessoas. Agora você pode me dizer se você é o...

     _ Sim, sou eu. Luke. O que tá pegando... Detetive? 

     _ Bem... O nome Breno Susinna te lembra alguém?

     Eu vasculhei rapidamente minhas memórias e esse tal nome nunca fez parte de qualquer registro pessoal que eu tenha feito em toda minha vida.

     _ Não, senhor. Quem é essa cara? O que ele quer comigo? Por que ele te mandou atrás de mim?

     _ Você é bem desconfiado né, garoto? E vigo esperou pela resposta.

     _ Se tem uma coisa que nunca baixo, Detetive, é a guarda. Eu já lhe disse que não sei quem é esse tal Breno, sei lá de quê, e então o nosso papo acabou.

     _  Ana Alice Peixoto Guedes, que depois de mudar de nome com o quarto casamento passou a se chamar Ana Alice do Amaral Gadelha... Você a conhece? 

     _ Não, senhor.

 Claro que o desgraçado percebeu que eu estava mentindo. Ele após uma curta pausa disse:

     _ Giuliano Ferraz Molina... Você o conhece? E me olhou incisivamente. O cara era bom em encarar as pessoas... Estudá-las...

     _ Nunca ouvi tal nome, senhor.

     Ele deu uma boa olhada em cada um dos 05 homens que estavam no camarim seminus, depois voltou a cravar os olhos em mim, que estava apenas com a toalha em volta da cintura e disse:

     _ Estranho, garoto. Já que você nunca ouviu falar nesses dois nomes, então você não saberá  também me explicar porque eles constam na sua Certidão de Nascimento... Como seus pais... Saberá? O cara terminou de falar e tirou de uma pasta azul uma cópia da minha Certidão de Nascimento, e me entregou rapidamente.

     _ Tá bem, cara... Vamos ter um papo reto. Você me dá uns 15 minutos, eu me visto e a gente senta numa mesa lá fora e te darei total atenção pelo tempo que for. Pode ser?

     _ Claro, Luke... Ou devo te chamar a partir de agora de Filipo Guedes Molina?

     Meu amigo Kimura, que chamávamos carinhosamente de KIM, nos fez quebrar o contato visual ao dizer...

     _ Hora de vazar, Detetive. Se o Luke te pediu 15 minutos, você terá que ceder...

     _ Estarei ao lado do bar do segundo piso... Luke. Disse o homem com as mãos para o alto.

     E sem dizer mais nada, o cara saiu pela mesma porta que entrou.

     Enquanto eu me vestia, os amigos me fizeram um monte de perguntas que eu não soube responder. Ao passar pelo palco o show de sexo explícitos entre outros três amigos já chegava ao seu clímax. Segui para as escadas cheio de expectativas. O tal Detetive me viu, levantou e trocamos um primeiro cumprimento formalmente...

     _ Você bebe alguma coisa? Ele me ofereceu.

     _ Eu detesto bebida, senhor. Na verdade eu quero saber por que você resolveu vasculhar a minha vida a mando dessa tal Breno...

     _ Susinna. Breno Susinna, esse é o nome do cara que me contratou há quase 07 meses, e agora que te encontrei Felipo Molina, acredito que sua vida irá mudar consideravelmente.

     E como soube no desenrolar de nossa conversa, ela mudou muito.



Sempre Será Amor - Romance GayDonde viven las historias. Descúbrelo ahora