Oque eu vejo agora?

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Pov: Robin.

Encaro meu reflexo mais uma vez, uma imagem triste e distorcida do que um dia eu já fui. Um garoto feliz, sorridente e apaixonado.

Isso parece tão distante da verdade.

Me analiso pelo ,que deve ser, a sétima vez em apenas 10 minutos. Estou exausto, não sei como lidar com tudo isso.

Tiro meus olhos do espelho e ando até a caixa no canto do quarto, a colocando sobre a cama. Paro por um momento.

Deveria mesmo fazer isso? Talvez seja cedo demais.

Mas afinal....eu já não sofri demais?

Nunca terei uma resposta concreta para nehuma das duas perguntas.

Pego as fitas na mesa e as jogo na caixa, igualmente os colares brilhantes, fotos significativas e bonés de beisebol. Antes de ir até o armário, aqui está, a última coisa que me resta de verdade.

Pego com cuidado a jaqueta de beisebol deixando meu polegar acariciar o tecido fino e quente da manga.

E se eu ficar com ela? Não preciso me livrar de tudo afinal, posso guardá-la no fundo do armário, onde nem ao menos possa vê-la, mas saberei que está lá.

Saberei que Finn ainda está comigo de alguma forma.

Seu sobrenome está escrito na jaqueta, uma lembrança constante de que é dele. Apenas dele.

Por que tenho que me livrar de tudo dele? Posso ficar com a jaqueta, talvez.

O pensamento me ocorre por um minuto, antes que eu me olhe novamente no espelho. A imagem retorcida e triste que vejo, não sou eu.

O garoto de cabelo bagunçado, com roupas que já devo estar usando a dias, sem bandana e segurando com pesar uma jaqueta.

Não, não posso fazer isso.

Jogo a jaqueta na caixa e a Pego, saindo do quarto em seguida. Desço com cuidado, ouvindo o último degrau ranger quando piso nele. Automaticamente me arrependo.

Mãe: Robin? Querido é vc?.- pergunta, enquanto olha para o lado de fora.

Lá se vai meu plano de sair de fininho, não quero que ela faça perguntas, não quero responde-las.

Robin: Oi mãe.- cumprimento, a caixa começa a pesar em minhas mãos.

Mae: Vai sair?.- pergunta, se virando para mim.

Robin: Vou encontrar um amigo, volto antes do anoitecer.

Mãe: Fico feliz que queira sair, mas não precisa, sabe disso. As pessoas vão entender.

Robin: Eu sei, mas não posso continuar em casa, tenho que ir para a escola.- digo, querendo sair logo daqui.

Mae: Tem certeza? Querido, eu posso ligar para alguns amigos, sei , te dar mais tempo.

Sei que ela se preocupa, mas eu não tenho mais esse tempo. Não tenho mais tempo com Finn.

Já faltei uma semana na escola, não posso faltar outra. É o último ano e não quero ser reprovado por faltas.

Já basta as várias atividades que estão se acumulando enquanto estou "fora".

Robin: Estou falando sério, mãe. Eu vou ficar bem.- asseguro.

Queria ter essa resposta Onde histórias criam vida. Descubra agora