Capítulo 17

90 24 2
                                    

Algumas músicas depois, me levanto daquela mesa que parecia um verdadeiro enterro e vou até a mesa de comidas. Pego um pratinho e nele coloco alguns petiscos. Quando vou colocar um pouco do ponche compito pela colher com alguém que descubro ser minha mãe.

- Mamãe! - exclamo surpresa - Você veio!

- Decidi escutar a minha filha mais inteligente.

- A que isso... - digo tentando parecer modesta.

- Está gostando da festa?

- Este ano ela está um pouco mais desanimada do que de costume - disse enquanto colocava um pouco do ponche em meu copo.

- Talvez não esteja com as companhias certas, já te disse que o que faz a festa são as pessoas que estão nela.- Ela pega a colher na minha mão e enche seu copo.

- Um dos vários conselhos da Mamãe Elise - brinco.

- Não ridicularize meus conselhos Talia. - ela se lembra rapidamente de alguns deles - São bons conselhos.

- Claro mamãe. Então, quem é a companhia que está tornando a sua festa divertida? - digo levando a bebida até a boca

- Claryce. O marido dela também não pôde vir e estamos juntas. Claro o dela não veio por motivos diferentes do meu, ele teve um problema no trabalho e o meu é apenas um homem amargurado. - nunca a vi falar mal do meu pai, isso era algo novo, e talvez um pouco preocupante, apenas arregalei os meus olhos em resposta.

- E você filha quem são suas péssimas companhias? - perguntou risonha

- Os de sempre - respondo esperando que ela já soubesse de quem eram.

- Talvez este seja o problema - ela balança o dedo indicador em minha direção.

- Não sei ao certo.

- Posso te dar um conselho? - perguntou após enfiar um pedaço de queijo na boca.

- Mais um ? - digo arqueando as sobrancelhas

Ela me ignora e prossegue:
- Talvez devesse procurar outras companhias. Companhias que estejam mais interessadas na sua companhia. - ela fez um grande exagero da palavra companhia. - como por exemplo aquele garoto gatinho que está olhando pra você desde que veio até aqui.

Olho na mesma direção que ela e vejo André me olhando e sorrindo. Dou um tchauzinho pra ele.

- O conhece? - sussurra para mim.

- Sim - digo sussurrando também - Ele me chamou para vir com ele hoje mas não aceitei.

- Por que ? - ela franzindo a testa.

- Por que eu ia vir com Tommy.

- Você deixou de vir com aquele garoto bonitinho pra vir com seu melhor amigo gay - ela arqueia uma de suas sobrancelhas.

- Em minha defesa Tommy é um pedaço de mal caminho! - minha piada não a faz rir.

- Um caminho que apenas pessoas com um pênis podem percorrer Talia - a cara séria que fez enquanto falava fez a cena ainda mais cômica.

- Mãe! - tento segurar a risada mas é impossível - Mas eu prometi uma dança a ele - tento amenizar a situação.

- E ele está vindo cobrar a promessa - Ela se vira para pegar um quitute na mesa.

- O que ?

Sinto alguém cutucar o meu ombro, quando me viro era ele bem atrás de mim.

- Olá - diz ele de uma forma sedutora.

Meu Clichê Romântico I (Concluída)Where stories live. Discover now