Meu Clichê Romântico I (Concluída)

Capítulo 2

Antes que percebêssemos os professor entrou pela porta da sala e em alguns minutos deu início a aula. O professor Fernando passou um texto imenso no quadro e antes mesmo de eu conseguir terminar de copiar ele se virou para a turma e fez uma pergunta :

-Algum de vocês sabe me responder a quantos porcento as fontes renováveis de energia correspondem na matriz mundial?

Eu não fazia a mínima ideia do que ele tinha dito, mas Tommy rapidamente levantou a mão para responder, porém o garoto que sentava ao seu lado foi mais sagaz e respondeu antes.

-3,6% professor. - responde Benjamim

-Muito bem Benjamim, sua resposta está certa! - exclamou o professor animadamente e voltou-se ao quadro.

Ben se vira para o lado e da uma piscadela arrogante para Tommy, e o meu amigo fica vermelho de raiva.

Benjamim, ou como todos o costumam chamá-lo ( menos Tommy ) Ben, era um garoto bem astuto, e muito inteligente, ele tinha cabelos lisos fartos e ruivos e olhos verde esmeralda, sua pele era tão clara que era possível enxergar suas veias e possuía o nariz bem empinado.

Ele e Tommy são rivais a tempos, eles competem em tudo - menos em esportes, já que ambos são terríveis nisso - tudo é motivo para se mostrar.

Tommy tem certeza que Ben só se assumiu gay, porque ele se assumiu primeiro, o que não faz o mínimo de sentido, mas ninguém ousa discordar das paranóias dele.

-Algum dia, eu ainda vou socar a cara desse verme - Tommy sussurra para mim e para Sarah

-Com toda certeza - Sarah ironiza sem nem mesmo tirar os olhos do quadro.

-Eu estou falando - prossegue - quando eu der uma voadora nele, ele vai ver ! - Tommy da um soco leve na mesa

- Sabe que eu posso te ouvir não é? Ou se não você tem uma
capacidade intelectual menor do que eu imaginava - diz Benjamim virando-se para Tommy

-Eu sei, era pra você ouvir mesmo. - diz Tommy de nariz empinado e tentando ser o mais rude o possível.

- Sabe que isso é ameaça né? Eu posso te processar.

- Isso é ameaça, eu posso te processar - imita Tommy fazendo uma careta e uma voz irritante.

-Minha voz não é assim!

-Minha voz não é assim!! - Tommy o imita novamente fazendo eu e Sarah rirmos da falta de maturidade dos dois.

Eles poderiam continuar discutindo por horas, mas graças a Deus o professor passou uma atividade para nós ocupar. o que acabou com a briga já que os dois estavam empenhados em terminar a atividade antes um do outro.

Cinco horários se passaram, estava completamente exausta, estudava em uma escola muito exigente, mas deveria dar o meu melhor se algum dia quisesse entrar em uma universidade, e estudar medicina veterinária. Eu amava os animais, principalmente minha cachorrinha Belle. Sempre tive uma conexão com os bichanos, quando tinha 11 anos mais ou menos, eu resgatei um cachorrinho da rua que estava com a perna quebrada, eu cuidei dele e depois uma família - a qual eu me certifiquei que fosse adequada e amorosa. - adotou ele. Foi ali que percebi que era aquele o meu grande dom.

Mas nem tudo eram rosas e antes de ingressar no trabalho dos sonhos a maiorias das pessoas precisava passar por outros empregos menos empolgantes. O que não é o meu caso. Eu sou assistente em uma biblioteca, e se tem uma coisa que eu amo mais que animais e sorvete são os livros. Eu adorava poder ler vários livros enquanto trabalhava. Era um emprego perfeito com apenas uma excessão.

Fui direto da escola até à biblioteca e ao chegar no estabelecimento deixei minha mochila no chão. A biblioteca era gigante e recheada com as mais diversas histórias, ela tinha uma estrutura particularmente velha, mas acho que sua idade só a tornava mais atraente. eufórica corri até a Senhora Doroteia para saber os meus afazeres do dia.

- Bom dia Doroti, como a senhora está hoje? - comprimento a bibliotecária e dona do lugar.

-Senhora tá no céu garota, e eu estou bem, muito obrigada por perguntar. - responde sendo bem grossa

Essa era a exceção. Minha patroa era um doce de mulher- essa frase contém grande teor de ironia - Doroteia era uma senhora já de idade, tinha em torno de uns 60 anos, usava óculos de vó e seus cabelos eram negros, porém boa parte já estava grisalha, seus olhos eram azuis em um tom tão lindo que não conseguiria colocar em palavras.

- O que eu tenho que fazer hoje? - pergunto entusiasmada.

- Chegou um carregamento de livros novos, preciso que os organize de acordo com gênero e por ordem alfabética, depois preciso que faça o inventário.

-Mas isso não é tecnicamente o seu trabalho? - pergunto em tom de piada.

-Certamente. mas já que você está aqui pode fazer por mim, ou prefere ser transferida para a limpeza? - diz levantando as sobrancelhas.

-Certamente que não. - Zombo de sua fala.

-Perfeito.

Assim que terminamos nossa conversa ela sai andando até o balcão, porém para no meio do caminho e se vira pra mim novamente.

-Esqueci de avisar, contratei mais um assistente, quando ele chegar faça-me o favor de instrui-lo.

-Mais um assistente? - questiono a mesma - pra que tantos assistentes assim? A senhora está tão...

-Nem ouse terminar está frase ! - cortou me, e comecei a rir. - a senhorita é muito irreverente, sabia ?

-Eu sei Doroti, me desculpe. - digo tentando segurar o riso.

- E não me chame de Doroti, não te dei está intimidade. - ela acena irritada.

-Ok... - faço uma longa pausa. - Doroti.

Ela suspira fundo, revira os olhos e sai andando a caminho do balcão.

Fui para o fundo do estabelecimento onde estavam localizados os livros novos, era um monte gigante não parecia ter início e muito menos fim, me cansei apenas de olhar. Decido pegar meus fones e colocar uma música para me animar. Botei para tocar uma música da Taylor Swift, que era minha artista favorita em todo mundo.

Peguei mais ou menos uns 7 livros em mãos e comecei a colocar eles nas prateleiras, enquanto ficava totalmente extasiada com as melodias que ressoavam em meus ouvidos. fechei meus olhos por alguns instantes para apreciar aquela sinfonia maravilhosa, e então - BAM! - destrambelhada como sempre acabo esbarrando em alguém e derrubando praticamente todos os livros que segurava.