============== COPIA NÃO, COMÉDIA! ==========
Obra registrada sob o ISBN: 978-65-00-40792-1
* Não subestime uma fanfic; às vezes é só a diversão de uma autora séria de outro nicho
* Não subestime a autora: aqui não tem nenhuma mané.
* Não subestime...
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Era noite, mesmo com o farol alto, mal conseguia enxergar a I-65.
- Tem certeza que é o caminho certo?
Sorri para ele, tirando a mão do câmbio para segurar a sua mão, torcendo para ele não perceber como a minha estava úmida e fria. .
- Qual é...depois de 20 anos não acostumou com a ideia? Sempre dirigi melhor que você.
- Tem razão. Nunca devia ter duvidado. Algum dia você vai me perdoar por isso...
- Eu não perdoei a mim mesma. Eu sabia que era...
- Não importa mais agora, afinal...estou aqui, certo? Sempre que você me chama, eu volto. Tem alguma novidade para contar?
- Fodi tudo, pai...pra variar. Mas dessa vez eu vou parar.
- Você já se curou?
- Eu vou parar.
- Não é assim que funciona. Eu sei, olha a que ponto cheguei. Não adiantou para niguém até hoje.Mesmo assim, me conta: o que você acha que fodeu dessa vez?
- Pensei que você soubesse...
- Não é a mesma coisa que ouvir você contar. Eu não vi a sua cabeça, só os fatos.
- Eu não precisava bater nele. Porra, nunca precisa...mas quando eu vejo, está feito. No começo, quando eu injetava ficava aérea demais até pra entender uma ofensa, mas agora...
Meu coração estava leve quando aquele sorriso cheio de orgulho se abriu em seu rosto Ainda tinha os cachos escuros como pêlos de uma ovelha negra. Sempre havia perdão naqueles olhos azuis que herdei.
Ainda usava a camisa verde oliva com emblemas costurados do exército, uma lembrança dos anos 70 que me enchia de orgulho: este cara é meu pai. Ele tocou no Hyde Park no show em memória ao Brian Johnson. Ele protestou contra a Guerra e viveu em Londres. Ele me ensinou a ouvir Leo Ferré quando ninguém mais lembrava do poeta-cantor que liderou o movimento Estudantil de 1968. Podia ter virado pelas estradas, mas para ser o pai presente, abdicou de toda a carreira, se contentou em ganhar cachês de bares e casas menores.
Porque ele preferia ser meu pai.
- Te espeta como mil agulhas e você perde o controle.
- Não sei quem eu quero machucar. Não queria machucar ele, por exemplo...afinal...eu sei quem é ele.
- Ele confia em você porque tem medo demais de si mesmo. Eu já sabia...
- Sabia o quê?
- A mesma doença, vocês dois. Eu parti seu coração algumas vezes, e eu fui mesmo um covarde...não sabia, mas desconfiava de algo, mas pensei que você sabia se virar...não existe erro que me arrependa mais.
- Como eu ia saber se nunca tinha acontecido antes?
- Não tinha pensado nisso na época...só pensava que estava incentivando você a criar uma carreira sua...não imaginei essa consequência...
