PRÓLOGO

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Acordar é inesperado, quando Dean fechou seus olhos anteriormente era para ter sido a última vez que ele os abriria – ele desejava que fosse a última vez que ele os abriria.

Ele testa seus movimentos, aquele não era o inferno, certamente não o purgatório e, definitivamente não era o céu. A sala em que Dean está é agradável, se você comparar com os muitos lugares piores que ele esteve antes, o aparelho de ar está gelando e proporcionando a ele um ruído de fundo satisfatório e reconfortante. O papel de parede é a coisa mais feia que ele já viu e é, totalmente, algo que Jack e Cass gostariam.

Ele se senta, não há restrições em seus membros, sejam cordas, correntes ou mesmo lençóis amarrados e quando analisa seus arredores ele percebe algumas coisas; primeiro que esse quarto fede a caca de bebê; segundo, o quarto tem apenas uma maldita cama, o que indica que ele está sozinho nessa merda e terceiro, ele não faz ideia do que infernos aconteceu com ele.

Se levantar é fácil e traz novas surpresas a Dean, uma delas é que suas costas não doem e seus joelhos não protestaram ou estalaram durante o processo de se erguer, a outra é que ele está apenas de cueca e, além das roupas, também faltam pelos cinzas, tatuagem contra possessões e pelo menos metade das cicatrizes que Cass e Jack nunca tiveram a chance de curar.

Seus olhos procuram por mais detalhes que Dean perdeu no quarto, suas pernas se recusam a andar antes que ele saiba o perigo em que se encontra. Há bolsas no chão ao lado da única mesa do quarto e uma cesta em seu centro que Dean acredita ser a origem de todo fedor de dentro do quarto.

Sua primeira parada são as bolsas, todas abertas com a cautela de quem mexe em uma bomba, cada uma das três malas contém algo diferente; a primeira contém algumas roupas familiares, roupas de anos atrás que Dean usava, e cartões e identidades falsas; a segunda contém armas de fogo, facas de prata, agua benta, etc. A terceira o deixa confuso, dentro não há bomba, maldição ou armas, apenas roupas de bebê, masculino e feminino, mamadeira, fraldas, talco, lencinho e um potinho fechado de leite em pó.

Que porra é está acontecendo?

Seus olhos vagaram temerosamente para o lado, a cesta repousa inocentemente em cima da mesa, Dean fecha os olhos com força e reza para qualquer maldita entidade misericordiosa, que o escute, para que o que esteja sob as coberturas da cesta seja uma bomba de fedor e não um bebê.

Ele puxa a coberta e olhos dourados brilham e apagam enquanto olham em sua direção, Dean não precisa pensar muito sobre a quem eles pertencem.

- Droga garoto, o que você fez?

A risadinha animada, os bracinhos agitados e o cheiro de morto entregam a única coisa que o garoto parece estar ciente do que fez. Dean torce o nariz, parece que além de estar perdido ele agora tinha um bebê com poderes divinos para limpar.

Dean o pega.

Ele se sente bem ao fazer isso. O peso parece correto e deslocado, um ajuste perfeito e um tamanho ruim. Ele franze a testa para o bebê que a pouco era um adulto e então olha ao redor novamente, procurando uma pista do que estava acontecendo.

Ele vê um telefone na mesa de cabeceira. Ele o tira do carregador e o abre. Quinta-feira, 10 de abril de 2003. Há uma mensagem de um número desconhecido.

Poltergeist em Bozrah.

Ele deveria ver isso como um texto suspeito enviado para a pessoa errada. Em vez disso, ele está de pé, reunindo suas coisas e só parando para trocar a fralda de Jack.

No bolso da calça jeans que estava no chão, ele encontra as chaves da Baby e, ao sair do quarto do motel, avista seu carro.

Ah, ótimo, pelo menos você permaneceu a mesma, querida.

O porta-malas de Baby abriu e ele jogou seus pertences lá dentro.

- Tudo bem, agora só precisamos fazer o check-in e podemos ir... - A súbita sensação de ser observado o faz ficar tenso. 

Dean franze testa e observa ao redor, mãos indo em direção aonde deveria estar uma de suas lâminas angelical, não há nada a sua volta e também não há mais lâmina de anjo em sua jaqueta, merda. Ele aperta Jack contra seu peito e vai para o escritório.

- Vim fazer o check-in. - Diz a jovem atrás do balcão. Ele entrega a chave do motel e finge estar interessado no que o homem fala antes de perguntar o que queria saber. - Você tem algum atlas ou mapas?

Ela acena e vai para os fundos, saindo com um mapa grosso e cobrando de Dean seis e cinquenta por ele. Ele paga em dinheiro.

- Valeu... eh, então, sei que vai parecer estranho, mas onde exatamente estamos? - Ele provavelmente deveria sorrir agora, jogar seu charme natural ou apenas para parecer mais amigável, mas ele nem pensa nisso no momento.

A balconista franze a testa para ele, provavelmente estranhando sua carranca e o bebê que não parava de se contorcer em seus braços.

- Pontiac.

Isso não impressiona Dean, mas ele não tem certeza do porquê.

- Valeu querida, ajudou muito.

Ele volta para o carro, abre o mapa até encontrar Illinois. Ele traça com os dedos as rotas e rodovias estaduais, movendo-se para o leste. Connecticut, Bozrah.

- Tudo bem, boas notícias garoto, nós não estamos perdidos, eu sei exatamente por onde estamos. Tudo que temos que fazer agora é uma parada no mercado, você vai precisar de uma cadeirinha para andar no carro. - Jack não se importa com o que é dito, na verdade ele não entende, porém sabe que está feliz em apenas ficar nos braços de Dean e ouvi-lo. - Não me entende né ? Você é só um bebê completamente comum.

Jack o encara antes de gargalhar e morder as mãos.

- Ok, quase comum, você parece um bebe mto feliz para ser normal. - Dean liga o carro. Ele não sabe exatamente como prosseguir a partir de agora, mas sai da vaga de estacionamento, entra na solitária estrada de duas pistas e segue em frente, de qualquer maneira, ele pensara no que fazer mais tarde, após caçar o Poltergeist.

DE VOLTA AONDE TUDO COMEÇOU (REESCRITO)Kde žijí příběhy. Začni objevovat