One-Shot

565 51 164
                                    

Com uma lufada boa de ar, Wanda pousa os pés suavemente na calçada do beco. Estava entardecendo e ela estava imunda e cansada.

Sua mente ainda repassava os últimos eventos e tudo parecia ainda muito doloroso e bagunçado.

Ela tinha feito muitas coisas. Tinha passado do limite. Ela teria que dar um jeito de conviver com isso, tinha que aceitar que ela não seria jamais ela mesma depois de tudo. Era só um ser existente.

O lugar que tinha pego pra ficar era ótimo, mas não tinha nenhum tipo de conforto. Eram apenas paredes e mais paredes.

Wanda colocou a parte de cima do moletom e saiu, fechando a porta com um pouco de sua magia, que insistia em sair antes que a explodisse. Andou por onde achou que seria menos atormentador para ser vista e acabou entrando num bar.

Não sabia muito o que fazer, só queria se distrair um dos pensamentos de sangue derramado. Viu que alguns homens direcionaram olhares interessados nela, apenas ignorou e pediu um drink de laranja e ficou rodando os dedos no copo, com a cabeça coberta pela toca do moletom.  

🕯

Seria mais um dia comum para Bucky, um final de semana com Sam e bebedeira. O álcool não afetava em nada o seu organismo, mas ele gostava de pensar que talvez o deixasse mais divertido e solto aos olhos alheios.

A carranca bem conhecida que ele mostrava a todos ao acordar cedo num sábado de manhã já estava formada. Ele encheu um copo com whisky e virou na boca, saboreando o cheiro da bebida.

Então mais de tarde, fez alguns exercícios, leu um livro e caminhou um pouco pela cidade. Gostava de estar sozinho, não em solidão completa. Por isso ficou meio perdido quando Sam cancelou a saída deles porque ia a um encontro qualquer com uma garota. Ele entendia, mas ficou sem ter o que fazer em pleno sábado à noite. 

Não queria ficar em casa, e nem ir muito longe. Vestiu a jaqueta de couro novamente, girando o braço metálico para que sentisse mais conforto ao passar a manga. Fez o básico, colocou as botas e desligou o noticiário antes de sair.

Acabou parando num bar, para beber bebidas feito água e gastar duas horas de sua noite pensando no que iria fazer no outro dia. Talvez pensar no passado, pensar em Steve e toda a sua trajetória.

Sentou em uma banqueta e pediu um whisky, balançando a cabeça pelos arredores. Observou as pessoas que ocupavam o espaço, uma por uma. 

Homens provavelmente traindo as esposas. Mulheres provavelmente à procura de um bom alvo. Pessoas bêbadas, pessoas chorando, pessoas rindo. Menores de idade, velhos demais. Como ele.

Não tinha achado nada interessante ou estranho, mas mudou de ideia ao ver alguém sentado no canto do bar, com comportamento quieto demais. Bucky andou até a figura, vendo um lugar vago ao lado dela.

Uma energia súbita atingiu ele, seus sentidos ficaram atentos. O soro intensificava tudo, então se ele sentia que tinha algo diferente, era porque realmente tinha. E a pessoa pareceu perceber, pois se levantou e iria se afastar sorrateiramente, o moletom escondendo seu cabelo e seu rosto.

Bucky olhou para as mãos enfiadas no bolso e finalmente se tocou de quem era. Aquele formigamento que seu corpo sentiu, era pelo poder vermelho que ele se lembrava de ter sido usado para impedir que as garras de T'challa acertassem seu pescoço.

A bruxinha vermelha não queria ser reconhecida.

— Não diz oi aos velhos amigos? — disse ele, provocando a parada no passo da mulher.

Ela deu meia volta e suspirou, revelando um pouco de seu rosto para Bucky. Ele a mandou um sorrisinho e passou seu copo com a bebida para ela, observando a forma natural dela fingir.

Bruxinha Vermelha | WinterwichtWo Geschichten leben. Entdecke jetzt