único;

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AVISOS:

. conteúdo de sexo explícito.
. menção a sangue, morte, droga.
. linguagem imprópria para menores.
. as pessoas, lugares, ações, organizações e eventos nessa história são fictícios. 
. não revisado.
. 21 mil palavras.

CAPÍTULO ÚNICO: DAISY.

1830, caminho para o Sul.

O dia cinza não combinava com a estação, talvez fosse até um pecado aquela coloração. Poderia ser um pouco ridículo, mas na sua cabeça, a primavera combinava com a cor amarela, desde as pequenas flores nos vasos das janelas, até o pôr-do-sol atrás de uma montanha, deixando o céu naquela paleta elegante por alguns instantes.

Ele tinha ouvido que o lado sul era mais frio, menos ensolarado, que as montanhas altas pareciam repelir todo o calor do mundo.

Jeongguk fechou os olhos, um suspiro inútil e por puro vício de comportamento escapou pelo nariz, às vezes ele esquecia e se deixava voltar à sua raiz; raiz onde ele era tão quente quanto o verão, e não uma cópia de dias de inverno, sua estação de renascimento.

— O que aconteceu, meu príncipe? — Jeongguk ouviu a voz doce de Jimin chamá-lo, quase como um canto soprado. — Já estamos chegando, não precisa ficar suspirando pela demora.

— Não é isso... — Jeongguk respondeu, abrindo os olhos e ajeitando o corpo no estofado fofo da carruagem. — Sinto meu cérebro sacudindo até quando estamos parados, se eu ainda fosse humano, diria que estou ficando enjoado.

Jimin sorriu, balançando a cabeça delicadamente. Jeongguk nunca viu ninguém tão bonito quanto ele, o traço inglês de nascimento presente nos cabelos loiros, mas as linhas finas da outra metade, a asiática, o deixavam como um Deus, alguém de beleza única. Jimin parou de envelhecer aos vinte e oito anos, porém, ele parecia carregar toda a beleza da juventude nos olhos redondos e nos lábios cheios.

— Você se alimentou bem antes de sairmos? — perguntou Jimin, apertando os olhos em sua direção e cruzando os braços. — Sabe que aqui terá que se comportar.

— Era realmente necessário me trazer? Por que não trouxeram Hoseok?

Não era que Jeongguk odiasse viajar, pelo contrário, gostava de adquirir experiência e conhecer lugares novos, mas quando essas viagens tinham o propósito de um novo negócio, ele preferia ficar.

— Pelo simples fato de você ser o mais novo. — Yoongi disse, saindo do silêncio que havia entrado há algumas horas, distraído com um livro surrado. — Ao contrário do seu irmão que já pode ficar sozinho.

— Você tem noção que não sou mais uma criança, não é? Há pelo menos... — Jeongguk formou um bico pensante nos lábios, os olhos girando pela carruagem em uma conta lenta. — Cento e trinta e seis anos.

— Vejo que as lições de cálculo foram aprendidas, continue assim com o resto, principalmente na lição de se comportar como um vampiro da família real e não um maluco recém-criado. — A voz dele era aveludada, voltando os olhos para as páginas. — Eu sei que sabe muito bem porque está aqui e sendo tratado como uma criança malcriada.

Jeongguk grunhiu irritado, mirando os olhos para a estrada rumo até o casarão. Yoongi e Jimin o tratavam como uma criança, ele era o mais novo do clã, seja por sua idade de nascimento, seja pela idade de renascimento. Yoongi era o criador de todos, nem Jeongguk sabia ao certo quantos anos ele tinha, mas era bem mais do que ele dizia.

— Meu príncipe — Jimin chamou, baixinho, então Jeongguk o olhou com o canto dos olhos. — Seu pai só quer que não passe trabalho, é isso. Sei que não gosta de viagens de negócios, mas não podíamos te deixar para trás, quase tivemos um conflito com os humanos devido ao seu comportamento.

Solstício de Margaridas | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora