Amor por Contrato- Simone e Soraya

Capítulo 1

- Eu sei, eu sei Eliziane!- Soraya disse com o celular apoiado no ombro e no ouvido- Mas eu não estou atrasada!- mentiu.

- É claro que está!- Eliziane gritou do outro lado da linha- Eu te conheço yaya- e conhecia mesmo.

-Bou desligar, tenho que estacionar.

Mal tinha terminado de falar e já tinha jogado o celular no banco do passageiro.

-Ai caramba, aí caramba, uma vaga, uma vaga- Soraya dizia enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado
- Ahá!- disse sorrindo quendo finalmente avistou uma vaga, ao longe.

A sua esquerda um carro esportivo vermelho parecia também procurar uma vaga.

- Anh não!- ela disse acelerando o seu carro.
Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocímetro subir.

- Toma essa, idiota- disse olhando pelo retrovisor.

Como resposta, o carro esportivo acelerou. E logo já estava colado em sua traseira.

-Caia fora, caia fora...- ela repetiu.

O motorista do carro acelerou e lhe olhou bruscamente à frente, obrigando-a a freiar.

Virando as rodas do carro, ele estacionou perfeitamente na vaga, deixando Soraya furiosa. Em um pulo ela abriu a porta do carro e gritou.

- Essa vaga era minha, idiota- disse gritando.

Calmamente a porta do esportivo se abriu e dele desceu uma bela mulher com um vestido preto colado ao corpo e uma pasta na mão.

- Não vi seu nome escrito nela- ela disse com um sorriso debochado.

- Ora sua....- Soraya praguejou- você não tem educação? Sua... sua ... argh!- ela disse batendo o pé no chão e bufando. Um costume que tinha quando estava furiosa.

-Procure outra vaga! Fim de papo - a mulher disse trancando o carro.

- Minha vontade é de te atropelar, idiota, fim de papo- ela ameaçou sentando novamente em frente ao volante e fechando a porta
- Maravilha, estou atrasada!- ela disse arrancando com o carro em busca de outra vaga.

Quando finalmente achou uma, estacionou e desceu do carro as pressas, se equilibrando no salto auto que usava.

Entrou pelo grande e luxuoso Hall da empresa mexendo na bolsa.

" Onde foi que eu coloquei aquele papel" - ela dizia em pensamentos- "Droga, droga, droga!"
- a porta do elevador se abriu e ela apresou o passo para alcança-lo a tempo.

-Oh, achei! - ela disse sorrindo ao pegar o papel onde havia anotado o andar.

A música lenta e casual do elevador lhe inundou os ouvidos.

- Olha só o meu cabelo... - ela disse olhando seu reflexo no metal - Que coisa lamentável.

- Você sempre fala sozinha ou estou presenciando um momento especial?

Ela levantou os olhos e viu a mulher do estacionamento, atrás de si.

- Não te interessa - ela disse virando e apertando o número do seu andar.

- Quanta educação - ela disse ainda com aquele maldito sorriso irônico - você achou uma vaga afinal? Nesta estava escrito seu nome?

A ironia pingava de cada palavra dela.

- Desculpe - Soraya disse forçando um sorriso - sei que você estar tentando descobrir meu nome, mas minha mãe disse para eu nunca discutir com idiotas, porque eles acabam nos rebaixando ao nível deles e nada ganham por experiência. Por isso não vou discutir com você - a porta do elevador se abriu - tchau idiota - ela disse lhe mandando um beijo no ar.