Prólogo

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Dois dias. Dois dias foi o tempo que precisei para encontrar Jackson Park, o homem mais procurado no último ano ao redor do mundo por tráfico de drogas e roubo de armas. O seu império de narcóticos teria começado há pouco mais de cinco anos e desde então, tem aumentado freneticamente. Desde que o seu nome se tornou conhecido entre as agências, a sua cabeça ganhou um preço inimaginável. Por algum motivo, Jackson sempre escapava ileso, suposições de suborno enchiam o ambiente e o sentimento de intriga e desconfiança era quase que unânime nas maiores agências ao redor do globo.

Assim que recebi a missão de o capturar, não pensei duas vezes. Já estudava os passos dele muito antes de ter acesso à sua ficha. Jackson é o típico desgraçado que conquista o seu terreno por meio de terror. Escondido entre os capangas que o protegiam e tratavam de espalhar pânico em seu nome. Manchada por roubo, tráfico, drogas, álcool, violação e acima de tudo, encomenda de homicídios atrevo-me a dizer que Park tinha uma das fichas mais sujas que havia visto ao longo da minha carreira.

— Não torne isto mais complicado, não há saída. — Digo, aproximando-me do homem magro de cabelos negros que se encontrava de frente para uma grande parede de pedra.

O facto de ter uma arma apontada à nuca não parece assustá-lo minimamente. Jackson gira entre os seus pés, ficando de frente para mim respirando pesadamente, pelos anteriores minutos de corrida tentando sair bem sucedido de uma fuga.

— Posso te dar o que quiseres, qualquer coisa! — ele diz entre lufadas de ar, dando um pequeno passo em frente.

Reviro os olhos, atirando para a sua perna. Jackson cai no chão, soltando gemidos de dor, pressionando o local com pressão. Caminho até ele e me abaixo-me ao seu lado olhando-o com desprezo.

— Suborno não funciona comigo. — Chuto o seu corpo, colocando-o de barriga para baixo e prendo os seus pulsos com algemas.

— Muito bem, Rory. A equipa de detenção vai a caminho.

— Já pedi para não me chamares assim quando estiver em missão, tia Francis. — Aperto o pequeno intercomunicador preso no meu ouvido, encerrando assim a minha comunicação com a minha chefe.

Assim que as agentes de detenção chegam e carregam o homem de cabelos escuros para dentro da carrinha, volto para o hotel onde estive hospedada nos últimos dois dias.

— Preciso de umas férias! — Afirmo, fechando a mala e atirando o meu corpo para a grande cama de hotel.

Abro os olhos repentinamente com o som ensurdecedor do telemóvel, não me senti adormecer e pelo horário marcado no relógio, havia dormido bem mais do que o suposto. Estico o meu braço para tentar alcançar o aparelho, atendendo a chamada de Francis.

— Quando chegares vem ter comigo à Ala Branca, precisamos de falar.

— Tudo bem, o meu voo é daqui a uma hora. — Não aguardo por uma resposta, desligo a chamada e verifico a transferência bancária feita para mim.


Rodo o meu corpo e admiro o teto por alguns segundos antes de impulsionar o corpo e sentar-me sobre o colchão macio. Encaro a parede por alguns segundos antes de sair da cama e seguir para o banheiro para um banho quente.

**

— Não!

— Rory...

— Não tentes fazer-me mudar de ideias! Sou uma agente, não uma babá de crianças ricas e mimadas! — Digo, fechando o portfólio com informações de uma nova missão que Francis insistia para que aceitasse.

— Ele faz questão que sejas tu. — Abro a boca para contestar mas sou cortada — por favor ouve-me. Só tens de encontrar o responsável. Não posso mandar outra agente, não posso correr esse risco.

— Então está tudo bem ser eu a correr esse risco? — questiono encarando a mulher de cabelos vermelhos como o fogo.

— Não foi isso que eu quis dizer...

— Tudo bem! — Corto-a — Missão aceite. Mas não ouses intrometer-te!

Levanto-me e abandono a sala batendo a porta com força. Estava irada! Passei os últimos dois meses entre as missões mais importantes e agora tenho de servir de babá de um mimadinho rico de nome Alexander Hoffman.

— Isto promete...

Entre mil e uma coisas, nunca imaginei ter de me fazer passar por uma universitária e pior do que isso, ter de conviver entre eles porque a minha mais recente missão faz questão de viver no campus! 

Talvez eu possa só tentar perceber as alergias dele e matá-lo sem que ninguém se aperceba, certo? Sem Alex, sem missão!

Abano a minha cabeça para expulsar os pensamentos homicidas que borbulhavam na minha mente. Sento-me na grande biblioteca da agência e começo a investigar Alexander Hoffman, desde os seus conhecidos aos seus hobbies.

— Vai ser um prazer conhecer-te, príncipe do campus! — Sorrio maliciosa, encarando uma foto do mesmo.

The White AgentWhere stories live. Discover now