Inverno| snowfall 🌨

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Eu me mexia inquieta no banco do carro, o aquecedor estava ligado fazendo o interior do veículo ficar quentinho.

Eu suspirei nervosa ao notar a nossa aproximação da fachada da casa moderna que pertencia ao melhor amigo do meu marido.

Joshua e Noah eram amigos desde o colegial, ou até mesmo antes disso. Já que a ligação que ambos tinham era surreal.

Por mais que não se parecessem fisicamente, todos que os conheciam diriam facilmente que são irmãos.

Meu marido vira o volante levemente para fazer uma curva para a direita, e a luz de um dos postes bate bem em cima da aliança dele, fazendo o ouro reluzir, e me lembrando da existência de um compromisso firmado entre nós dois - o qual eu me agarro incansavelmente toda vez que eu estou na presença de seu melhor amigo.

Joshua Beauchamp é o tipo de homem canalha do qual devemos nos dar o prazer de cometer loucuras por uma noite. Em contrapartida, meu marido, Noah Urrea é o ideal perfeito de homem sensível e firme para podermos passar o resto da vida juntos.

Mas parece que meu corpo não entra em par de igualdade com meu cérebro, e toda vez que eu me vejo com Joshua Beauchamp eu sinto à vontade louca que é provar sequer uma vez que seja, de como é estar com ele.

Me sinto péssima de pensar assim, já tendo alguém incrível que é o Noah ao meu lado. Nunca cedi a esse impulso quase blasfemo de trocar tudo o que eu tenho por uma aventura de uma noite, mas me sinto culpada por deixar minha mente moldar cenários mirabolantes entre eu e Josh.

Meu marido estaciona o carro na frente da enorme construção e eu suspiro, encantada com a imponência daquela casa. Tão igual ao dono.

Abro a porta e saio, sentindo o vento frio do inverno querendo me congelar, ao passo que os pequeno floquinhos de neve caiam pelo meu cabelo e roupas, grudando levemente no tecido fino e se desmanchando logo em seguida.

Me viro e vou ajudar Noah a retirar as malas do porta-malas.

Paro por um momento para contemplar meu marido fazendo uma força extraordinária para tentar mover a mala preta - que é dele - sem sucesso. Dou uma risadinha, me aproximando.

Mas dou um pulinho para trás com o susto ao ver Joshua aparecer repentinamente puxando a mala com uma facilidade tremenda e rindo do meu marido que estava vermelho pelo esforço.

— isso aí foi golpe de sorte, eu já tinha tirado boa parte, você só teve que puxar um pouquinho — Noah falou num tom brincalhão para o amigo.

— sonhe Urrea, você está ficando velho por isso não aguenta nem mais o "pesinho" de uma mala. — falou rindo.

Os dois se davam empurrões de brincadeira como os dois adolescentes que eles costumavam ser. Minha teoria é que eles nunca cresceram, mas eu os amo ainda assim.

— e olha só, é a minha garota favorita! — Josh abriu um sorrisão e me abraçou num abraço de urso.

Eu ri e o abracei de volta, tentando controlar meu coração que havia acelerado repentinamente.

— oi Josh, bom te ver também!

— você cresceu ou é impressão minha? — ele perguntou bobão e bagunçou meus cabelos como se ainda tivéssemos 15 anos.

Revirei os olhos andando mais à frente para sair daquele frio enquanto ele e meu marido vinham atrás zoando da minha altura.

— isso me estressem mesmo, vamos ver quem é que vai rir por último depois. — falei num tom ameaçador, o que fez ambos pararem de rir e se calarem na hora por já saberem o quanto eu sou vingativa.

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