prólogo

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O amor sempre me pareceu uma coisa importantíssima, até conhecer a dor que ele pode nos proporcionar. Ardente como o fogo, afiado como uma faca, intenso como uma tempestade de neve em Nova York, mas fundamental para aqueles que são tão ingênuos como eu. Vivi parte da minha vida com a necessidade do amor — acreditando que era doce e floral como nos livros em que eu sou viciada em ler — até perceber que a realidade é completamente diferente. A cada livro que eu lia, a cada capítulo que se passava, a cada parágrafo, a cada filme que eu assistia, a cada cena reproduzida, eu tinha ainda mais a necessidade e objetivo de sentir tudo aquilo, de sentir o amor, de sentir cada uma das sensações que eram descritas pelos meus autores favoritos. Eu precisava ser amada. Eu não fazia ideia do que isso poderia causar na minha vida ou ao menos fazia ideia de que tudo aquilo que eu idealizei sobre aquele sentimento altamente destrutivo poderia me causar. Eu era bem ingênua nessa época, em certo sentido ainda sou. 

Entrar para a NYU foi a melhor parte da minha vida nos últimos tempos. Porém, eu não fazia ideia de que a faculdade envolvia muito mais de que a vida acadêmica. Conquistei minha independência quando me mudei para o Arconia, edifício que fica apenas uma quadra da universidade. Após as aulas, voltar para o meu novo apartamento é a melhor parte do dia, afinal, poder sentar no sofá e ler meus romances — me imaginando fora da realidade inalcançável sobre o amor — a sós, era um sonho. Jamais poderia imaginar o que viria pela frente. 

Era mais um dia de temperatura negativa em Nova York, vestia uma roupa adequada para uma estudante de moda da NYU em um inverno tipico nova-iorquino. Voltava da faculdade com as duas mãos ocupadas, no antebraço carregava a minha bolsa, na mesma mão carregava meu Ipad e na outra eu carregava várias revistas de moda — isso indiciava o caos que era o início de semestre — para inspirações dos meus novos desenhos para a faculdade. Aparentemente seria apenas mais um dia normal na minha vida de universitária, porém, logo a vida deu um jeito de me mostrar que estava longe de ser um dia comum. Reclamava silenciosamente — depois do elevador parar em um andar antes do meu — do peso que eu carregava em minhas mãos.

De repente, um anjo — ou talvez próximo a isso — aparece na minha frente, imagino estar vivendo aqueles filmes clichês que via na adolescência, com aquelas tramas românticas ridículas completamente fora da realidade e incapaz de acontecer na vida real. Ele era diferente de qualquer pessoa que eu conhecia, a aparência dele — por mais que fosse angelical e totalmente delicada — me intimidava de alguma forma. Seu olhar curioso e atento caíram sobre mim, o que me confundia. E foi assim que ele entrou no meu coração. Sem eu ao menos perceber. 

Eu teria feito alguma coisa diferente se eu soubesse o que aconteceria mais para a frente? Não sei. Adoraria ter uma sincera resposta para essa pergunta, mas não tenho. 

A única certeza que eu tenho é que minha vida e meu coração nunca mais serão os mesmos depois de Vincent. 

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⏰ Last updated: Mar 24, 2023 ⏰

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TLCFL - Vinnie HackerWhere stories live. Discover now