Prólogo

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07/02/ 2016
Cambridge, Massachusetts.

                                 
@taylorswift
     
                                                user8372827: Acho que eu nunca deixei claro para ninguém o quanto eu achava essa oportunidade esmagadora, por mais que seja única. Com tantas inseguranças preenchendo a minha cabeça e com tanta pressão eu esqueço que estudar em Harvard sempre foi meu sonho, Taylor, sempre foi. Mas desde que cheguei aqui eu simplesmente estou questionando tudo. Minha capacidade, meus sonhos, tudo. Atualmente escutar clean e chorar são os meus passatempos no tempo livre. A propósito, que música boa, minha loirinha! Que álbum bom! Você é o relacionamento mais saudável que eu tenho na minha vida. Espero que você tenha um bom dia, gatinha. Aliás, como as gatinhas estão? (eu sei que você nunca vai responder, mas é legal agir como se fosse).

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Olívia desliga o celular e o joga na cama enquanto respira fundo e passa as mãos no rosto. Ela levanta sentindo o peso de toneladas nas suas costas e vencendo a vontade de se encolher embaixo das cobertas na sua cama, colocar um desenho e nunca mais sair de lá.

Olívia caminha até a sua mesa, senta e abre o computador para dar início a mais uma rotina padrão de suas noites sobrecarregadas, lotadas e, ao mesmo tempo, vazias, eram cinzas e firmes demais. Mas isso não importava agora, afinal de contas ela tem uma prova para fazer na próxima semana. O quanto de um sonho pode ser borrado por lágrimas? É isso que Olívia estava descobrindo da maneira mais dolorosa possível.

Com cicatrizes do passado que ainda latejavam e voltavam a sangrar se alguém as tocasse e feridas do presente que não conseguiam sequer serem tocadas, Olívia tentava seguir em frente. Atualmente, mesmo que secretamente (e até inconscientemente por ela) Olívia ansiava mais do que tudo ter alguém para ser a sua linha de vida, seu porto seguro, alguém para salvá-la quando ela se afogasse nela mesma.

A morena pegou o seu livro de códigos penais e passou seu dedo com uma precisão e força estratégica para se cortar, não passava de um pequeno arranhão, mas às vezes ela gostava de sangrar para saber que estava viva, para saber se a tristeza e a apatia não tinham drenado o seu sangue assim como drenaram sua vida.

— Meu deus! Por que você está tão depressiva ultimamente, meu amor? Você está com o dedinho cortado? Oh meu Deus! - Alex falou olhando para a amiga que observava o pequeno corte e assistia o sangue dançar em sua pele como uma linda coreografia de balé clássico, e quando ela sentiu que estava parando, ela apertou o dedo para que a dança continuasse. — Ei, pare. Está parecendo uma psicopata maníaca assim. - Alex soltou o dedo anelar de Olívia dos dedos dela mesma que estavam o apertando.

— Conseguimos realizar o nosso sonho! Você precisa tirar esse peso das costas, liv. - O melhor amigo de Olívia e colega de apartamento disse enquanto fazia massagem nos ombros da amiga. — Eu sei que você sempre quer ser a melhor, mas estamos com os melhores aqui. O segundo lugar dos melhores não é ruim. - Alex abraça Olívia por trás, interrompendo o momento de puro martírio de Olívia.

— Oi, grude. - Olivia sorriu e virou para o abraçar Alex adequadamente. — Eu sei bem disso, - Olivia dissolveu o abraço. — Mas você sabe, eu gosto de ser a melhor, o primeiro lugar é bem gostoso, só não mais que a Taylor Swift. - A morena pisca para Alex que revira os olhos e sorri enquanto ela limpa o próprio sangue na calça preta de moletom que estava vestindo.

— Você continua nisso? Amor, a Taylor não vai te comer! E por favor, faz uma jantinha bem gostosa para a gente. - Alex juntou as mãos, fez biquinho e implorou, fazendo Olivia rir e revirar os olhos. — Eu posso ficar sentado te assistindo enquanto te conto a notícia bombástica que envolve eu achar que o Henry vai alugar um apartamento aqui nesse prédio e eu vou morar com ele.

— Oh, sem problemas, eu curto revezamento. Fora que você continua falando do Louis e eu não te chateio com verdades! E vamos até a cozinha, eu faço a sua comida, bebezão. Sobre a notícia, você está me abandonando para morar com esse loiro fajuto! Se me encontrar morta, eu vou fazer questão de deixar provas que indiquem que você e o Henry induziram o meu suicídio. - Olivia terminou de falar e Alex gargalhou fazendo a morena revirar os olhos e acompanhar sua risada linda e contagiante enquanto caminhavam até a cozinha.

Alex sempre foi lindo, genuinamente encantador. Os cachos, a pele negra, os grandes olhos castanhos e cílios longos que fariam qualquer um cair de joelhos e fazer absolutamente qualquer coisa que ele pedisse. Olivia chegou a essa conclusão há alguns anos, mas após morar com ele se tornou simplesmente um fato verídico. Talvez seja porque Olivia o ama demais, o fato de conhecer o Alex desde os sete anos é realmente um fator que influencia tudo, ele é a família de Olivia, ele é o irmão dela, o alicerce.

Alex sempre ajudou a amiga com os terrores da vida dela, mas a mesma nunca se sentiu 100% bem em conta-los a ele. Ou a ninguém. Mas ele sempre esteve com Olivia, sempre entendeu a dinâmica do silêncio dela. Sempre sonhou com ela. O sonho deles sempre foi fazer direito em Harvard juntos, e o quão irônico seria os dois terem passado? Nada irônico, pois os dois praticamente não viveram por três anos elaborando um currículo perfeito com notas exemplares e muito, muito estudo na conta.

A questão é que ao chegar aqui, no fim da linha da caminhada e no começo da corrida. Ao encerrar uma década e começar uma era, Olivia ficou aterrorizada. Ela está, desde setembro, em uma completa mistura de êxtase, felicidade, medo, emoção e ansiedade. E Olivia realmente espero não se afogar nisso tudo e acabar perdendo tudo que ela sempre quis. Ela não quer assistir seus sonhos e sua vida desmanchando e escorrendo pelos próprios dedos.

oi, gente! Eu comecei essa fanfic pelo simples motivo: eu queria ler uma fanfic da Taylor assim e nao achei uma!
Eu realmente espero muito que vocês gostem, votem e comentem.

Lifeline - Taylor SwiftWhere stories live. Discover now