Capítulo 1•🦋

209 19 1
                                    


Cheryl blossom

Já passavam das dezoito horas, quando minha mãe chegou de frente ao portão de casa gritando.
Penélope : Cheryl! CHERYL.
Apareci mais que depressa, ela carregava diversas sacolas em mãos.
Anda logo menina não ver que está pesado?.
Minha mãe estava com a cara de péssimo humor, como sempre,  Clifford devia ter feito ou falado algo que não tenha gostado, e com certeza no final de tudo, ela iria descontar em mim sua frustração.
Penélope: Estas são as compras do mês, arrume tudo no devido lugar, sabe que o seu padrasto odeia bagunça,Nada de fica só comendo besteira, a merenda e do Maurício, quando for pega algo me avisa que eu pego pra você
Cheryl: Nossa! Não posso pegar algo sozinha para comer em minha própria casa,
Penélope: Cala a boca menina, ou quebro seus dentes, por conta dessas suas piadinhas, sabe que aqui nestas compras não tem um centavo seu, você não ajuda em nada nesta casa.
Cheryl: Eu quero trabalhar, mas acabo tendo que olhar o Maurício pra vocês
De repente, só sinto um tapa no meio do meu rosto.
Penélope: Você não. SENHORA! Acha que está falando com suas amiguinhas da rua? Estou cansada de sua Malcriação, eu sou sua mãe, se quiser viver aqui dentro desta casa, vai ter que aprender como se trata os mais velhos.
Cheryl: Bem que eu queria ter a oportunidade de sair dessa merda mesmo.(Falo entre o choro, já era o segundo tapa na cara que recebia está semana)Só tenho a senhora neste mundo, e mesmo assim, é como se não tivesse, depois que a senhora se juntou com o Clifford, só me maltrata, é ô pior deixa ele fazer o mesmo!.
Já faz quatro anos que meu pai havia morrido, um ano depois, minha mãe arrumou um novo namorado, com dois meses, já estavam morando juntos, pois ela havia engravidado do Maurício meu meio irmão, que eu tomo conta para que eles trabalhem fora. Depois que nos mudamos para a casa dele, ele nunca mais foi com a minha cara, não trocava uma palavra comigo, apenas quando iria reclamar de algo que sumiu da geladeira, ou me dar ordens para arrumar as coisas, quando algo estava fora do lugar,  minha mãe é cega de amor e de ciúmes por ele, acho que por isso ela me trata assim,só tenho dó de quando a fixa dela cai pois algo dentro de mim diz que ele não é esse tão bom marido quando ele aparenta ser.
Penélope: Está achando ruim? Se é ele que coloca tudo dentro desta casa, você deveria era ajoelhar todos os días aos pés dele e agradecer. Agora para esse seu showzinho, ou vou perder o resto da paciência que tenho com você, vai dar banho no Maurício agora, pois nós vamos sair
Cheryl: Para onde iremos?
Penélope: Você não, só nós mesmo, esqueceu que a casa está uma bagunça? Aproveita que não estaremos por aqui e dá uma lavada no chão!.
Era sempre assim, eles saiam um dia antes da folga do Clifford e nunca me levavam, e de brinde me faziam de gata-borralheira.
Penélope: E não esquece que amanhã é dia de você sair, Clifford vai ficar olhando o Maurício e você pode aproveitar o seu dia.
Ela falava em aproveitar o meu dia, mas, na verdade, ela não queria que eu ficasse dentro de casa com ele sozinha, ao invés de ter medo dele fazer algo comigo, ela tinha medo de eu dar em cima dele, minha mãe não entendia, que na minha visão ele e apenas um cara qualquer,aí e nem se fosse o cara mais bonito do mundo, além de ser velho ainda e careca pois eu descobri que aquele cabelinho vermelho e peruca. O lado bom, era que eu ganhava um dinheirinho, como Clifford e mamãe ficavam fora o dia inteiro, aproveitava e fazia lacinhos de cabelo para crianças na semana, e no dia da folga dele que era na sexta, eu vendia, passava em frente de escolas e maternidades, o dinheiro que ganho, compro outros materiais, e guardo o lucro, não gasto um centavo, estou guardando para quando tiver uma boa quantia ir embora daqui, lógico que eles não sabem disso, se não, já teriam tirado todo meu dinheiro de minhas mãos.
Uma vez na sexta-feira, que ia saindo de casa, não sei o que tocou a minha mãe, mas ela me deu 900 reais disse para que comprasse algo que gostasse, isso foi bem no comecinho, quando ela estava grávida ainda, então pensei comigo, ou gasto este dinheiro com algo fútil e ele acaba, ou o invisto e faço ele render, foi o que fiz! Comprei algumas fitas, cola quente e pérolas, e comecei a fazer laços, tudo com ajuda dos tutoriais da internet, escondia bem todo material, no dia que eu saia pra vender os colocava no saquinhos e depois na minha mochila e vendia, graças a Isso, já tenho 2.000 guardado,não e aquele dinheirão que dá pra compra uma casa ou algo do tipo, só que eu tenho fé em Deus que vou junta pelo menos um pouco mais de dinheiro antes de mim completar 18 anos,eu não tenho muito dinheiro só que eu tenho força de vontade eu pretendo mudar de cidade, arrumar um emprego, alugar uma casinha, fazer vestibular e tenta entrar em uma faculdade, sei que concretizar esse sonho vai ser dificil, mas não vejo outra escolha a não ser essa e me arriscar na vida, se continuar nesta casa, nunca poderei entrar numa faculdade ou arrumar um emprego remunerado, já que meu trabalho aqui, na cabeça do Clifford e da minha mãe, já era pago com moradia e comida.
Já era noite quando todos sairam, logo tratei de arrumar na mochila minhas coisas para vender, colocava meu dinheiro dentro dela também, era perigoso ser assaltada na rua? Era sem dúvida, só que tinha mais medo de ser assaltada dentro de casa, pois desconfiava de que quando saia, minha mãe vasculhava as minhas coisas. Depois de tudo arrumado, liguei para Verônica, a única amiga que tinha.
~Ligação~
Cheryl: Oi Veh, como está os preparativos para a viagem? ( A mesma vai se mudar para outro estado, pois ela irá morar com a tia, já que havia ganhado uma bolsa de estudos, em uma das melhores universidades de medicina do país nós
Conhecemos no ensino fundamental, e de lá para cá nos tomamos melhores amigas, nosso plano era entrarmos juntas na faculdade, mas ano  passado, quando terminei o ensino médio, minha mãe não me deixou prestar o vestibular)
Verônica: Já está tudo pronto, minha mala está arrumada, irei amanhã às 16:00, você vai aparecer para se despedir, não é mesmo?
Cheryl: Claro, esqueceu que amanhã é meu dia de folga?
Verônica: Estou tão triste que não estaremos mais juntas... queria você na minha sala
Cheryl: Nem me fala nada, pois meu coração está partido, mas estou feliz por você, será uma ótima cardiologista
Verônica: Eu sinto tanto por você amiga, quando você fizer seus dezoito, espero que não fique nem mais um dia por ai.
Cheryl : E não ficarei, só faltam dois meses. E o que são dois meses perto de todos esses anos que passei?
Verônica: Para onde você vai?
Cheryl: Ainda não faço ideia, mas pretendo ir para uma cidade bem distante, não sei como serão as coisas, mas do jeito que está por aqui, qualquer lugar vai ser melhor que esse.
Ficamos um bom tempinho conversando depois tive que desligar pra fazer algumas coisas aqui em casa.

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