Capítulo 6

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— Mas você vai ficar? — Douglas chega ao meu lado perguntando e alcançando o macarrão para mim que está no armário de cima.

Eu o olho, confusa. Não só pela pergunta, mas pela familiaridade que estou sentindo com a sua presença. Quer dizer, não sei se é o modo como ele se comporta, como se suas atitudes estejam sendo ok, mas eu não sinto um pingo de medo ou estranheza perto dele.

Não é esquisito? É, muito.

É como se já nos conhecêssemos, não como se eu tivesse o visto a primeira vez quando o molhei com o meu guarda-chuva, então depois no meu trabalho, e quase caído em sua frente. E isso ainda não completou dois dias inteiros.

— Vou ficar o quê? — quero saber.

Tem de ser um trabalho árduo para não me distrair com ele. Muito alto e lindo e arrumado e cheiroso. E imprevisível. Ele é tão perfeito que não sinto vergonha em estar perto dele. É como se meu cérebro entendesse por si próprio que: não, eu não tenho chance.

Juro que sim. Então estou perto dele agindo normalmente, porque nem no meu mais otimista pensamento um homem nesse nível estaria por perto de mim e querendo saber sobre mim. É uma coisa muito louca.

Comigo — ele responde, deixando o macarrão no balcão e me olhando. Seus olhos são de um castanho tão límpido e parecem observar tanto. E ele é tão lindo. Parece impossível ser bonito assim, mas ele é a prova viva de que, sim, é possível. — Eu te ajudo preparar seu jantar. Você come e depois... — ele sorri, mas não é um sorriso simpático. É ambíguo.

— Depois o quê? — estou alienada o suficiente para perguntar.

— A gente vai para o seu quarto — sua resposta vem fácil, embora eu tenha dúvidas de ser a que ele iria dar mesmo. — Ou na sala, pode ser no seu quintal também. Não importa onde, só quero te beijar e etc. Dar um motivo pra você sorrir de verdade — Douglas enfatiza, o que não entendo o motivo.

— Eu sorrio de verdade — deixo claro.

— Não parece. Seus sorrisos, até onde vi, são forçados. Me conta aí, quando foi a última vez que você fez uma coisa perigosa?

— Eu considero estar permitindo que você, um estranho, fique dentro da minha casa, uma coisa perigosa.

Ele sorri, divertido.

— Eu não fazia isso quando mais novo. Tinha medo dos familiares da garota em questão — ele desvia o olhar e fica como pensativo, então volta a mim. — Mas sou um adulto hoje. Nada mais me coloca medo.

— "Nada mais" é se garantir muito — digo. — Sr. Suprassumo da Coragem.

Ele ri, juntamente com os olhos sorridentes.

— Bom, para não dizer que nada me coloca medo, se um ex seu me baleasse, eu ficaria com um puta medo.

Encaro-o por causa do seu exemplo.

— Aconteceu isso com um amigo meu — explica e seus olhos passeiam pelo meu rosto. — Você é vaidosa?

Ahn?

— Não, por quê?

— Você ficaria linda se se arrumasse — ele responde, despreocupadamente.

Faço careta.

— Legal, mas eu não ligo para isso — pego o macarrão da pia e saio de perto dele, indo em busca de uma panela. — E eu já sou linda — o olho para destacar.

Posso estar nessa situação, mas me sinto linda e isso é tudo que importa. Não sou perfeita, mas eu me achar linda é o que importa e não a opinião de um estranho fofoqueiro e perfeito.

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⏰ Laatst bijgewerkt: May 25, 2023 ⏰

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