"C A P Í T U L O D O I S" "Um sonífero, um calmante, um chá..."
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— O que diabos você pensa que está fazendo? — a voz apavorada de Justus, um Tenente de baixa patente da Tropa de Exploração, soa tão alarmada quanto fora capaz de distinguir a silhueta de Hange, uma das Capitãs, parada praticamente no meio da cozinha do quartel.
De fato, não, haveria nenhum problema a mulher estar naquele local quando praticamente era usado por todos que viviam ali. Exceto por, claro, ela estar na posse de um conjunto de porcelanato exclusivo que o Capitão Ackerman cuidava como um pai cuidava de um filho. A regra naquele lugar, sendo muito mais do que óbvia: "ninguém toca em nada que pertença ao Capitão Levi."
Justus respira fundo tentando evitar de ter um infarto.
Naquele esquadrão, qualquer um que tinha a mínima vontade de continuar vivendo, fazia questão de cuidar das coisas do Ackerman como se fossem deles de maneira óbvia e preocupado. E mesmo que, definitivamente o jovem Tenente não tivesse nada a ver com o que Hange fazia ou deixava de fazer com o conjunto de porcelana caro que ela manuseava com destreza contra suas mãos, a verdade era que ele estava ali...
Na cena do crime com ela.
E então, de forma instintiva como a de alguém que temia pela própria vida — pois Justus temia —, o castanho rapidamente tratou de se aproximar da mais velha de maneira autoritária e de fato, irritada. Naquele instante, permanecer com suas pernas intactas dependiam que aquele Bule caro de chá continuasse em perfeitas condições. O que significava que, para isso acontecer, ele tinha que estar o mais longe possível das mãos daquela mulher.
Justus simplesmente tira o bule da frente dela, e o coloca sobre o fogão que provavelmente deveria estar, arrancando também as duas pequenas xícaras que ela "brincava", e as colocando outra vez sobre a porcelana que deveriam estar. Com a mão no peito e o olhando levemente assustada por conta da maneira em que o mais jovem simplesmente avançou em direção dos objetos que inspecionava, Hange solta um suspiro aliviado.
— Que susto Tenente! Pensei que fosse o Capitão! — ela diz sonora, um sorriso suavizando seus olhos anteriormente arregalados a medida que ela tentava, outra vez, alcançar o Bule de chá. Naquele momento, o coração do mais novo errando algumas batidas a medida que observava o olhar rotineiramente custoso que a menor tinha quando resolvia aprontar alguma coisa. — Vamos, pare de tentar me impedir de alcançar o Bule, não estou tentando fazer nada demais, apenas testar uma leve droguinha que eu fiz! — a respiração de Justus falha quando ele segura os ombros da mulher e a afasta puxando-a consigo para um dos cantos. "Em que mundo drogar alguém não era nada demais!?"
