Penseira: expresso de hogwarts

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O primeiro passo para chegar à plataforma 9-3/4 e regressar no Expresso de Hogwarts é atravessando a lacuna entre as plataforma 9 e 10. Mas antes de correr com a sua filha para a estação, Xenófilo Lovegood se abaixou e sussurrou, tomando o cuidado para nenhum trouxa ouvi-lo:

— Luna, narguilés estão por toda a parte por aqui. Nas cabines, ao ar livre... Hogwarts está infestada. Tome cuidado e avise aos seus colegas, está bem?

— Papai, você sabe que eles não possuem a clarevidência que a Trelawney disse que nós possuímos. Acha mesmo que eles se importam?

— Luna, querida, eles podem nem saber o que são narguilés! Você precisa avisá-los.

Ela pensou em dizer ao pai o que seus colegas achavam de tudo o que ela acreditava, mas não quis magoa-lo. Em vez disso, assentiu obediente e seguiu com ele até a estação de gringotts.

Quando estava entrando no trem, viu de relance o famoso Harry Potter acariciando a cabeça de um cão preto. Ela sorriu e entrou no trem.

Por sorte, uma cabine estava vazia. Mas com o tempo, Neville Longbottom, Harry Potter e uma garota ruiva entraram e sentaram em volta dela. A garota ruiva, muito linda, se sentou ao seu lado e perguntou:

— E aí Luna, o que você tá lendo?

Gina Weasley sabia seu nome? Ela estava mesmo falando com Luna? Uma mistura de felicidade genuína e nervosismo tomou conta da garota loira, que respondeu francamente:

— O Pasquim. Por que está falando comigo, Gina?

Não tinha medo de Gina zoar suas crenças. Luna sabia que Gina era a garota mais legal de toda a Hogwarts e ela gostava muito dela. Ela nunca iria zoar O Pasquim.

— Porque você é legal. E isso é maneiro. Mas por que tá de cabeça pra baixo?

— Diz aqui. – respondeu Harry, apontando para a matéria que falava sobre um feitiço que se aprendia vendo runas antigas de cabeça para baixo. – Por que você iria querer transformar alguém em canquates, Luna?

— Por que não?

— É, boa pergunta. Seja lá o que for um conquate, eu iria amar ver Malfoy sendo transfigurado em um.

— Se você quiser ver as runas... – ela ergueu a revista e ele a pegou. Enquanto Harry ficava lendo as páginas e demonstrando mais perplexidade a cada página, Neville começou um assunto sobre a Mimbulus Mimbletônia que ele ganhara de aniversário.

— Amo essas plantas. – comentou Luna em tom sonhador. – Papai diz que elas afastam narguilés e zomzóbulos, além de atrair o bufador de chifre enrugado.

Nem Neville e nem Gina debocharam ou tentaram refutar sua teoria, mas eles acharam graça. Neville, aparentemente sem saber muito o que fazer, riu nervoso para Gina, que ria abertamente olhando para ela. Luna sentiu algo estranho enquanto retribuía o olhar, algo diferente do que sentira em todos os três anos que passara sendo colega de turma dela em transfiguração, feitiços e Trato das Criaturas Mágicas. Ela imaginou que tinha sido atacada por zomzóbulos e disse, nervosa:

— Gina, acho que tem muitos zomzóbulos aqui.

— Tem o quê?

— Zomzóbulos. Insetos invisíveis que entram em nossos narizes e embaralham nosso cérebro. Estou sentindo algo estranho, um tipo de calor diferente no peito. Nunca senti isso antes.

Harry derrubou a revista e todos olharam para ele. Constrangido, ele pegou a revista do chão e devolveu para Luna.

— Foi mal, eu... ãhn... espirrei silenciosamente.

— Agora eu tenho certeza que há zomzóbulos por aqui, Gina. Eles afetaram o Harry também.

A ruiva voltou a rir e Luna sorriu, olhando para Harry, que retribuiu o sorriso sem entender.

De repente, um barulho de algo espirrando, alguma coisa surgiu e uma gosma estranha foi arremessada na cara de Harry, no cabelo de Gina e na revista de Luna.

— Ai meu deus, me desculpem!

— O que é isso?! – exclamou Harry, com nojo.

— Escrofulária, da minha Mimbulus. Desculpa, alguém conhece um feitiço de limpeza?

— Tergeo! – exclamou Gina enquanto apontava para o próprio cabelo. A escrofulária foi sugada pela ponta de sua varinha.

— Tergeo! – Luna fez o mesmo com a revista d'O Pasquim.

— Ter...

Mas antes que Harry pudesse terminar o encantamento, uma garota corvina e asiática adentrou a cabine e, ao ver o garoto coberto por escrofulária, assumiu um ar de constrangimento e sorriu, nervosa, antes de dizer:

— Oi Harry. Você tá... bem ocupado, né?

— Ein? Ãhn... Tergeo! – ele apontou a varinha para si mesmo e sugou toda a substância. – Não, isso é só escrofulária. Como cê tá, Cho? As férias foram boas?

— Ah... foram, sim. Harry, sinto muito pelo o que escreveram sobre você no Profeta Diário, eu acredito na sua versão da história.

— Obrigado, Cho. – respondeu ele, sorrindo.

— É por isso que não se pode mais acreditar no Profeta Diário. – comentou Luna, pensativa, no que Cho reagiu franzindo a testa. – Os escritores são todos apoiadores do cozinhamento de duendes. Bem, até o ministro da magia é, então quem são eles para não ser, não é?

— Cala a boca, Di-lua. – exclamou uma das amigas de Cho, o que foi seguido por uma chuva de risadinhas das outras. – Você só fala bobagens.

— Cala a boca você, Marieta. – rebateu Gina. – É melhor sair daqui, senão eu pego a mimubulus do Neville e taco escrofulária na sua cara!

A garota fez uma cara de nojo e saiu da cabine junto das outras amigas, mas Cho ficou.

— Não liga pra ela, Luna. – e saiu logo em seguida.

— Obrigada, Gina. – ela agradeceu genuinamente. – Ninguém nunca me defendeu assim antes. A propósito, Harry, eu também acredito em você.

— Valeu, Luna.

O estranho sentimento de calor no peito foi se intensificando a cada palavra que ela trocava com Gina ao longo da viagem. Quando chegaram à estação de Hogsmead e os quatro, junto de Rony Weasley e Hermione Granger, subiram na carruagem puxada pelos Testrálios, ela finalmente percebeu o que era: amor. Estava apaixonada por Gina Weasley.

O que fazer com essa informação, ela ainda não sabia. Não era como se Gina E ela fossem as populares. Gina era legal, ela era a Di-lua.



Amortência - Gina e LunaWhere stories live. Discover now